https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/9497
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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Os cavaleiros do fundamentalismo no Brasil.pdf | 57.01 kB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Tipo: | Artigo de Evento |
Título: | Os cavaleiros do fundamentalismo no Brasil ( um estudo da mentalidade fundamentalista no protestantismo brasileiro ) |
Autor(es): | Dias, Zwinglio Mota Cordeiro, Juliana Guedes Silva, Eliane Souza da |
Resumo: | Um dos acontecimentos mais alarmantes do século XX foi o surgimento de uma devoção militante conhecida como “fundamentalismo”, dentro das grandes tradições religiosas. Suas manifestações são, às vezes, assustadoras. Os fundamentalistas islâmicos não hesitam em assassinar seus presidentes e até derrubar um governo forte. Democracia, pluralismo, tolerância religiosa, paz internacional, liberdade de expressão, separação entre Igreja e Estado, nada disso lhes interessa. Os fundamentalistas cristãos rejeitam as descobertas da biologia e da física sobre as origens da vida e afirmam que o livro de Gênesis, primeiro livro da Bíblia ( livro sagrado de judeus e cristãos) é cientificamente exato em todos os detalhes. Numa época em que muitos estão rompendo os grilhões do passado, os fundamentalistas judeus observam sua lei revelada com uma rigidez maior que nunca. Os primeiros a utilizar o termo “ fundamentalismo” foram os protestantes americanos que, no início do século XX , passaram a denominar-se “ Fundamentalistas” para distinguir-se de protestantes mais “liberais”. Eles queriam voltar ás raízes e ressaltar o “Fundamental” da tradição cristã. Desde então aplica-se a palavra “Fundamentalismo” a movimentos conservadores de outras religiões. Os fundamentalistas obedecem padrões determinados. São formas de espiritualidade combativas, que surgiram como reação a alguma crise. Enfrentam inimigos cujas políticas e crenças secularistas parecem contrárias à religião. Os fundamentalistas não vêem essa luta como uma batalha política convencional, mas sim, como uma guerra cósmica do bem e do mal. Temem a aniquilação e procuram fortificar sua identidade sitiada através do resgate de certas doutrinas e práticas do passado. Para evitar contaminação, geralmente se afastam da sociedade e criam uma contracultura; não são, porém, sonhadores utopistas. Absorveram o racionalismo pragmático da modernidade e, sob a orientação de seus líderes carismáticos, refinam o “Fundamental” a fim de elaborar uma ideologia que fornece aos fiéis uma perspectiva de vida e um plano de ação. Acabam lutando e tentando ressacralizar um mundo cada vez mais secularizado. Constata-se que, atualmente, o fundamentalismo vem crescendo e ganhando proporções sociais significativas em nossa sociedade. Torna-se, portanto, necessário procurar entender o que esse tipo de religiosidade significa e quais serão suas repercussões nas questões futuras, nacionais e internacionais, no âmbito da cultura, da economia, da política e da sociedade. As idéias fundamentalistas começam a ganhar expressão no Brasil a partir da obra missionária das Igrejas Protestantes norte-americanas. A partir do final do século XIX, com a expansão do conflito anti-moderno no interior dessas igrejas, muitos setores vão aderir, militantemente, à causa fundamentalista e influenciar de forma decisiva diferentes aspectos da vida eclesial, notadamente os esforços de expansão missionária. Em função da poderosa influência dos missionários norte-americanos na conformação das nascentes Igrejas Protestantes brasileiras, estas serão, inapelavelmente, marcadas pela visão de mundo e concepções teológicas próprias do recém consolidado fundamentalismo protestante norte-americano. O isolamento das igrejas brasileiras em relação ao mundo protestante europeu, por um lado, e a ausência de diálogo permanente com centros de reflexão teológica das igrejas norte-americanas por outro, fruto de uma independência administrativa de caráter nacionalista/chauvinista, portanto, mal conduzido, cristalizaram nessas igrejas uma postura hermenêutica estreita e fechada. O anti-catolicismo e a síndrome de minoria perseguida fizeram com que a atitude fundamentalista se tornasse a expressão única possível de interpretação da mensagem evangélica. E é esse desenvolvimento histórico que explica a formação de uma sub-cultura religiosa fechada e voltada para si mesma. |
Abstract: | - |
Palavras-chave: | - |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) |
Sigla da Instituição: | UFJF |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
URI: | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/9497 |
Data do documento: | 2008 |
Aparece nas coleções: | Seminário de Iniciação Científica |
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