https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5037
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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rafaelbezerradesouzamoreira.pdf | 468.27 kB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Tipo: | Trabalho de Conclusão de Curso |
Título: | Entre a virtude e a norma: considerações sobre ética, moral e justiça em Paul Ricoeur |
Autor(es): | Moreira, Rafael Bezerra de Souza |
Primeiro Orientador: | Lacerda, Bruno Amaro |
Membro da banca: | Corrêa, Leonardo Alves |
Membro da banca: | Machado, Joana de Souza |
Resumo: | Na teoria ricoueriana, o justo situa-se entre o bom e o legal. Enquanto expressão do bem, a justiça é uma virtude, uma finalidade que conduz ao que os gregos denominavam vida boa, no sentido aristotélico do termo, mais ou menos o que hoje consagrou-se como felicidade. Enquanto expressão de legalidade, com apelo à influência kantiana, a justiça reflete a conformidade com normas, cujo acento repousa na ideia de obrigação, e não apenas em exortação ou aspiração. Essas duas expressões (opostas) constituem a estrutura dialética da justiça, inerente ao seu caráter prático. Neste último aspecto, o conceito de justiça, para Ricoeur, é indissociável do papel regulador de determinada praxis social, mas não se esgota na construção de sistemas jurídicos, pois, acima de tudo, e antes de assim formalizar-se, a justiça é uma noção que pertence à esfera ética. Ricoeur apresenta aquilo que chama “pequena ética”, e inicia a partir da distinção entre ética e moral, segundo a qual a ética é ligada à concepção teleológica do que é estimado bom, enquanto a moral refere-se à concepção deontológica do que se impõe como obrigatório. Com isto, pretende defender (i) a primazia da ética sobre a moral, (ii) a necessidade da ética de passar pelo crivo da norma moral e (iii) a legitimidade do retorno da moral à ética, quando diante de conflitos solucionáveis apenas mediante a sabedoria prática. Como filosofia do desvio, a teoria ricoeuriana parte do si para em seguida retornar ao si, o que se realiza no momento em que o sujeito de imputação, avaliando suas ações, avalia a si mesmo. Surge então, no plano ético, a estima de si como fruto deste momento reflexivo da “vida boa”: estimando-se bom seu plano de vida, agindo conforme este entendimento e estimando-se bom a si mesmo. Por outro lado, no plano moral, surge o respeito de si, introduzido pela esfera da norma, cotejando-se conceitos-chave como autonomia e liberdade, de um lado, e regras e limitações intrínsecas a estas, de outro. Neste sentido, a estima de si se sobrepõe ao respeito de si, este consistindo na estima de si revestida sob o regime da norma. A arquitetura desta “pequena ética”, portanto, se baseia no cruzamento de dois eixos: horizontal, referente à constituição do si (ipseidade), e vertical, referente aos predicados qualificadores da ação humana, em termos de moralidade. Assim, é justamente no ponto de intersecção desses dois eixos e de suas trajetórias que o lugar filosófico da justiça é situado por Paul Ricoeur. |
Abstract: | - |
Palavras-chave: | Ética Moral Justiça Paul Ricoeur |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) |
Sigla da Instituição: | UFJF |
Departamento: | Faculdade de Direito |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
URI: | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5037 |
Data do documento: | 10-Out-2012 |
Aparece nas coleções: | Faculdade de Direito - TCC Graduação |
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