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Type: Artigo de Periódico
Title: Mortalidade materna: 75 anos de observações em uma Maternidade Escola
Other Titles: Maternal mortality: 75 years of observations in a teaching maternity hospital
Author: Andrade, Amaury Teixeira Leite
Guerra, Martha de Oliveira
Andrade, Gilberto Nogueira de
Araujo, Dimas Augusto de Carvalho
Souza, José Paixão de
Resumo: OBJETIVO: avaliar as causas de todas as mortes maternas ocorridas no período de 1927 a 2001 entre 164.161 pacientes, internadas no Serviço de Obstetrícia da Universidade Federal de Juiz de Fora. MG. MÉTODOS: estudo retrospectivo das 144 mortes maternas que ocorreram na maternidade em 75 anos, com um total de 131.048 nascidos vivos, utilizando todos os prontuários de pacientes, avaliados pela história clínica e dados da certidão de óbito (não foram realizadas necropsias). Foram registrados a idade, paridade, tempo de gestação, complicações, momento e causas de morte, estabelecendo-se o índice de mortalidade materna (IMM) hospitalar por cem mil nascidos vivos. Análise estatística pelo teste do c2 e pela técnica de amortecimento exponencial (a =0,05). RESULTADOS: de 1927 a 1941 o IMM foi de 1544, entre 1942 e 1956 houve redução para 314 (p<0,001) e de 1957 a 1971 decresceu para 76,4 por cem mil nascidos vivos (p<0,001). No entanto, desde 1972 tem se mantido estável (IMM=46 nos últimos 15 anos, p=0,139). As mortes maternas mais freqüentes ocorreram entre 15 e 39 anos, em nulíparas com gestação a termo, e no puerpério imediato (53%). Causas obstétricas diretas foram responsáveis por 79,3% dos casos e indiretas em 20,7%. Analisando as causas de mortes, verificou-se que no primeiro período as causas obstétricas diretas mais freqüentes em ordem decrescente, foram a infecção puerperal, eclampsia e ruptura uterina intraparto; no segundo período, foram a hemorragia pré-parto e eclampsia, e entre 1977 e 2001, as hemorragias, abortos e pré-eclampsia. A análise dos últimos 15 anos mostrou que não houve morte por pré-eclampsia/eclampsia nem infecção puerperal e as principais causas foram hemorragia periparto, aborto e obstétricas indiretas. Relacionando a mortalidade materna por tipo de parto pelo risco relativo associado à cesárea e/ou parto vaginal, verificou-se que, quando a cesárea é indicação inevitável, o risco a ela associado é menor (risco relativo = 0,6) que o de parto por via vaginal. CONCLUSÕES: apesar da redução ao longo dos 75 anos, a mortalidade materna, de 46 por 100 mil nascidos vivos, ainda é muito elevada, não havendo decréscimo significativo desde 1972, e muitas mortes são evitáveis. Hemorragias são atualmente as causas mais freqüentes de morte materna. A mortalidade materna por aborto tem aumentado de maneira alarmante e o planejamento familiar efetivo é indispensável.
Abstract: PURPOSE: to evaluate all maternal deaths that occurred between 1927 and 2001, among 164,161 patients admitted to the Maternidade Therezinha de Jesus, the obstetrical service of the "Universidade Federal de Juiz de Fora", Brazil. METHODS: a retrospective study of 144 maternal deaths that occurred in the maternity hospital in 75 years, with 131,048 live births in the same period of time, analyzing all patients's records regarding their clinical history and data from death certificates. Autopsies were not performed. Data obtained were age, parity, gestation length, complications, moment, and causes of death. The index of maternal mortality (IMM) period 100 thousand live births was utilized. For statistical analysis the c2 test and the exponential smoothing technique were used (a=0.05). RESULTS: IMM decreased from 1544 in the period 1927-1941 to 314 (p<0.001) between 1942 and 1956 and from 1957 to 1971 it was reduced to 76.4 per 100 thousand live births (p<0.001). Nevertheless, since 1972 there was no further significant improvement (IMM=46 in the last 15 years, p=0.139). Maternal mortality was more frequent in the 15 to 39 years age group, in nulliparous patients with term pregnancies and mostly in the immediate postpartum period (53%). Direct obstetric causes occurred in 79.3% and indirect causes in 20.7% of the cases. Analyzing the evolution of the causes of death, it was found that in the first period of time the most frequent direct obstetric causes in descending order were puerperal infection, eclampsia and uterine rupture, while in the second period they were prepartum hemorrhage and eclampsia, and from 1977 to 2001 hemorrhage, abortion and preeclampsia. Analysis of the past 15 years showed the absence of maternal deaths by either preeclampsia or puerperal infection and the main causes were peripartum hemorrhage, abortion and indirect obstetrical causes. Relating maternal mortality to the type of delivery by the relative risk between cesarean section and vaginal delivery, it was found that when the indication of cesarean section is inevitable its risk is lower (relative risk = 0.6) than through vaginal delivery. CONCLUSIONS: despite the reduction along the 75 years of study, maternal mortality of 46 per 100,000 live births is still very high, and there was no significant decrease since 1972. Many deaths are avoidable. Hemorrhage is at present the most frequent cause of maternal death, the decision to intervene should be fast, and a proper indication for a cesarean section is a safe option. Maternal mortality caused by abortion is increasing alarmingly and family planning is essential.
Keywords: Mortalidade materna
Aborto
Hemorragia
Pré-eclâmpsia
Eclampsia
Infecção puerperal
Estudos retrospectivos
Maternal mortality
Abortion
Hemorrhage
Preeclampsia
Eclampsia
Puerperal infection
Retrospective studies
CNPq: -
Language: por
Country: Brasil
Publisher: -
Institution Initials: -
Access Type: Acesso Aberto
DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0100-72032006000700002
URI: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/9015
Issue Date: Jul-2006
Appears in Collections:Artigos de Periódicos



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