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Clase: Dissertação
Título : Medi(ca)r para universalizar: o discurso médico-psicológico e a medicalização na educação
Autor(es): Oliveira, Priscila Ferreira de
Orientador: Fontes, Ana Maria Moraes
Miembros Examinadores: Santos, Ilka Schapper
Miembros Examinadores: Diniz, Margareth
Resumo: A medicalização se refere à interferência da medicina no corpo social, produzindo interpretações médicas e biológicas de questões humanas que, originalmente, seriam de outra ordem. Nesse sentido, deparamos na atualidade com situações, próprias do campo educativo, que são deslocadas para o campo médico, levando à medicalização de crianças e do fracasso escolar. Ao olhar para origem da entrada do discurso médico na educação, deparamos com o fato de que ela coincide com o início de uma proposta de universalização educacional. À medida que a educação começou a se estabelecer como direito social e visou a se massificar, ela se confrontou com um paradoxo: ao mesmo tempo em que se almejava ser extensível a todos os cidadãos, o desafio de lidar com a diversidade se impôs. É o paradoxo entre a igualdade e a diferença que começou a habitar a educação. É nesse contexto que a medicina e a psicologia nascente, alicerçada no meio médico, começaram a se fazer presentes no meio educativo e, com seus métodos de classificação e testagem, serviram à ordenação e à homogeneização das diferenças que passaram a adentrar nas escolas. Diante disso, uma questão se levanta: se o discurso médico-psicológico se introduziu na educação para responder ao paradoxo igualdade/diferença no início do processo universalizante, podemos dizer que a medicalização na educação seria uma das respostas, na atualidade, frente a esse mesmo paradoxo? É somente num momento recente, das últimas décadas, que a universalização se consolidou e se ratificou. E, justamente no momento em que ela se consolida, intensifica-se a presença do discurso médico-psiquiátrico na educação, que tem levado à medicalização de crianças e da prática educativa. Tudo isso nos faz interrogar sobre as possíveis relações entre a medicalização na educação e o processo de universalização atual, haja vista termos a interpolação entre o discurso da diversidade e da inclusão – presente na proposta de universalização atual – e a medicalização, com seus mecanismos excludentes. O que faz, então, conviverem lógicas tão antagônicas? Baseando-se no que a psicanálise traz sobre a linguagem e a estrutura simbólica que nos cerca, buscamos discutir de que maneira a medicalização tem mascarado as tensões presentes na sustentação desse paradoxo no campo educacional. Esta dissertação é resultado de uma pesquisa bibliográfica, que, no entanto, caminha no rastro de inquietações surgidas em experiências de trabalho, na clínica com crianças e na interlocução com o campo educativo.
Resumen : Medicalization refers to the interference of medicine in the social context, producing medical and biological interpretations of human issues that would originally be of another order. In this sense, we come across situations, typical of the educational field, being moved to the medical field, leading to the medicalization of children and school failure. When looking at the origin of the entrance of medical discourse in education, we observethat it coincides with the beginning of a proposal of educational universalization. Thus, as education began to establish itself as a social rightaimed at popularization, it was faced with a paradox:at the same time as education sought to extend to all citizens, the challenge of dealing with the diversity was introduced. It is the paradox between equality and difference that begins to occupy education. It is in this context that medicine and the nascent psychology, originated in the medical environment, have become present in the educational scenario and, with their methods of classification and testing, served to order and homogenize the differences that began to enter the schools. Faced with this, a question arises: if the medical-psychological discourse was introduced in education to answer to equality/difference paradox at the beginning of the universalizing process, can we say that the medicalization in education would be one of the answers, in the present, to this same paradox? It is only in recent decades that universalization has been consolidated and ratified. And just at the moment when it is consolidated, the presence of medicalpsychiatric discourse in education is intensified, leading to the medicalization of children and educational practice. All this leads us to question the possible relationship between medicalization in education and the current universalization process, considering that we have the interpolation between the discourse of diversity and inclusion – present in the current universalization proposal – and the medicalization, with its exclusion mechanisms. What does make such antagonistic logics coexist? Based on what psychoanalysis brings about the language and the symbolic structure that surrounds us, we seek to discuss how medicalization has masked the tensions present in the ratification of this paradox in the educational environment. This thesisis the result of a bibliographical research. However, it arose out of the concernsin work experiences, in the clinic with children and in the interlocution with the educational field.
Palabras clave : Medicalização da educação
Educação inclusiva
Universalização
Educação e psicanálise
Medicalization of education
Inclusive education
Universalization
Education and psychoanalysis
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO
Idioma: por
País: Brasil
Editorial : Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Sigla de la Instituición: UFJF
Departamento: Faculdade de Educação
Programa: Programa de Pós-graduação em Educação
Clase de Acesso: Acesso Aberto
URI : https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6098
Fecha de publicación : 27-jul-2017
Aparece en las colecciones: Mestrado em Educação (Dissertações)



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