https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/18175
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
deysimaradecassiasantos.pdf | PDF/A | 1.61 MB | Adobe PDF | ![]() Visualizar/Abrir |
Tipo: | Dissertação |
Título: | Índice de massa corporal, resposta ao tratamento e sobrevida no câncer de cabeça e pescoço: fatores relacionados aos desfechos clínicos |
Autor(es): | Santos, Deysimara de Cássia |
Primeiro Orientador: | Aquino, Sibele Nascimento de |
Co-orientador: | Carvalho, Gisele Queiroz |
Membro da banca: | Deresz, Luis Fernando |
Membro da banca: | Innocentini, Lara Maria Alencar Ramos |
Resumo: | A incidência e mortalidade por câncer têm aumentado globalmente, com o câncer de cabeça e pescoço (CCP) representando 5% dos casos e cerca de 500.000 mortes anuais. O CCP pode causar desnutrição devido à dificuldade na ingestão de alimentos, efeitos colaterais do tratamento e aumento das necessidades nutricionais. A má nutrição prejudica a eficácia do tratamento, aumenta o risco de complicações e afeta a sobrevida dos pacientes. O objetivo da pesquisa foi avaliar os fatores relacionados aos resultados negativos da terapia antitumoral inicial e a relação entre o estado nutricional prétratamento e sobrevida. Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo com pacientes maiores de 18 anos diagnosticados com CCP, atendidos em um serviço de oncologia em Minas Gerais, Brasil, entre 2009 e 2014. Os dados sociodemográficos, clínicos e características da doença foram extraídos de prontuários eletrônicos e analisados por regressão logística multinomial e curvas de Kaplan-Meier com regressão de Cox, nos softwares SPSS Statistics e Jamovi, respectivamente, com nível de significância de 5%. O estudo incluiu 635 pacientes com CCP, com mediana de idade de 61 anos (33-101 anos). Desses, 31,7% (201) receberam tratamento multimodal, combinando radioterapia e quimioterapia. Ao final da terapia antitumoral inicial, 45,4% (288) dos pacientes apresentaram progressão da doença e 61,0% (126) desenvolveram recidiva loco-regional. A análise de regressão logística indicou que atrasos no início do tratamento (p < 0.004), manutenção do tabagismo (p <.001) e estadiamento do tumor (p < 0.033) e comprometimento dos linfonodos (p <.001; p < 0.032) foram associados a piores resultados. Os dados de peso e estatura estavam disponíveis apenas para 201 pacientes. Destes, 48% (96) estavam abaixo do peso, 42% (85) tinham peso normal e 10% (20) estavam acima do peso. Na análise univariada, pacientes com sobrepeso apresentaram significativamente melhor sobrevida global (SG) (HR = 0,60; IC 95% = 0,31-1,14; p = 0,035) e sobrevida específica da doença (SED) (HR = 0,45; IC 95% = 0,20-0,99; p = 0,047). No entanto, a significância estatística não foi mantida na análise multivariada. O grupo com excesso de peso teve uma maior mediana (MD) de tempo de sobrevida (SG = MD 32 meses; IC 95% = 6-103; e SED = MD 37 meses; IC 95% = 23-62), comparado aos grupos baixo peso (SG = MD 8 meses; IC 95% = 6-13; e SED = MD = 13 meses; IC 95% = 8-18) e eutrofia (SG = MD 12 meses; IC 95% = 8-20; e SED = MD = 15 meses; IC 95% = 11-23). No entanto, é importante considerar os riscos associados à obesidade na avaliação desses desfechos. Em conclusão, a análise revelou que fatores como o atraso no início do tratamento, a manutenção do tabagismo e o estadiamento avançado estão associados a progressão da doença e mortalidade. Além disso, o estado nutricional pré tratamento impacta a sobrevivência, com outros fatores também influenciando o desfecho. Esses achados reforçam a importância do diagnóstico e tratamento precoces, a implementação de intervenções nutricionais direcionadas e o monitoramento contínuo dos grupos de risco, com abordagens terapêuticas personalizadas para cada paciente. |
Abstract: | The incidence and mortality rates of cancer have been increasing globally, with head and neck cancer (HNC) accounting for 5% of cases and approximately 500.000 deaths annually. HNC can cause malnutrition due to difficulties in food intake, treatment side effects, and increased nutritional requirements. Poor nutrition impairs treatment effectiveness, increases the risk of complications, and affects patient survival. The aim of this study was to evaluate factors associated with negative outcomes of initial antitumor therapy and the relationship between pre-treatment nutritional status and survival. A retrospective cohort study was conducted with patients aged over 18 years diagnosed with HNC, treated at an oncology service in Minas Gerais, Brazil, between 2009 and 2014. Sociodemographic, clinical, and disease characteristics were extracted from electronic medical records and analyzed using multinomial logistic regression and Kaplan-Meier curves with Cox regression in SPSS Statistics and Jamovi software, respectively, with a significance level of 5%. The study included 635 patients with HNC, with a median age of 61 years (range 33–101 years). Of these, 31.7% (201) received multimodal treatment combining radiotherapy and chemotherapy. At the end of initial antitumor therapy, 45.4% (288) of patients showed disease progression, and 61.0% (126) developed locoregional recurrence. Logistic regression analysis indicated that delays in treatment initiation (p < 0.004), continued smoking (p < 0.001), tumor staging (p < 0.033), and lymph node involvement (p < 0.001; p < 0.032) were associated with worse outcomes. Weight and height data were available for only 201 patients. Of these, 48% (96) were underweight, 42% (85) had normal weight, and 10% (20) were overweight. In univariate analysis, overweight patients had significantly better overall survival (OS) (HR = 0.60; 95% CI = 0.31-1.14; p = 0.035) and disease-specific survival (DSS) (HR = 0.45; 95% CI = 0.20- 0.99; p = 0.047). However, statistical significance was not maintained in multivariate analysis. The overweight group had a higher median (MD) survival time (OS = MD 32 months; 95% CI = 6-103; and DSS = MD 37 months; 95% CI = 23-62), compared to the underweight group (OS = MD 8 months; 95% CI = 6-13; and DSS = MD 13 months; 95% CI = 8-18) and normal weight group (OS = MD 12 months; 95% CI = 8-20; and DSS = MD 15 months; 95% CI = 11-23). However, it is important to consider the risks associated with obesity when evaluating these outcomes. In conclusion, the analysis revealed that factors such as delayed treatment initiation, continued smoking, and advanced tumor staging are associated with disease progression and mortality. Furthermore, pre-treatment nutritional status impacts survival, with other factors also influencing outcomes. These findings emphasize the importance of early diagnosis and treatment, the implementation of targeted nutritional interventions, and continuous monitoring of at-risk groups, with personalized therapeutic approaches for each patient. |
Palavras-chave: | Carcinoma de células escamosas Estado nutricional Prognóstico Sobrevida Squamous cell carcinoma Nutritional status Prognosis Survival |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) |
Sigla da Instituição: | UFJF |
Departamento: | ICV - Instituto de Ciências da Vida |
Programa: | Mestrado Acadêmico em Ciências Aplicadas à Saúde |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto Attribution-NoDerivs 3.0 Brazil |
Licenças Creative Commons: | http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/ |
URI: | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/18175 |
Data do documento: | 10-Jan-2025 |
Aparece nas coleções: | Mestrado Acadêmico em Ciências Aplicadas à Saúde |
Este item está licenciado sob uma Licença Creative Commons