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Tipo: Dissertação
Título: “Que horas ela volta?” A trajetória de mulheres periféricas que usam drogas na busca por acolhimento nos serviços de saúde
Autor(es): Ribeiro, Thamiris
Primeiro Orientador: Perucchi, Juliana
Membro da banca: Queiroz, Isabela Saraiva de
Membro da banca: Paiva, Sabrina Pereira
Resumo: As discussões sobre o uso de drogas feito por mulheres tem sido uma pauta negligenciada pelo Estado e vida dessas mulheres segue sendo tratada pela via proibicismo, do encarceramento e pelos discursos produzidos sobre elas por aqueles se intitulam como especialistas. Com o objetivo de escutar sobre as vivências dessas mulheres, a partir das histórias contadas por sua próprias vozes, o presente estudo buscou investigar, tendo como ferramenta analítica a Interseccionalidade, sobre como se dá o processo de acolhimento de mulheres periféricas que usam drogas nos serviços de saúde da rede pública, na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais. Para isso, adotou-se como processo metodológico a Genealogia da Experiência, a fim de (re)fazer os caminhos junto a essas mulheres pela Rede de Atenção Psicossocial e a outros lugares da cidade, que foram sendo apresentados por elas ao longo da pesquisa, casas e abrigos, serviços de assistência social, pontos de ônibus e semáforos, localizados tanto na região centrla quanto nas periferias da cidade. Junto às mulheres, foi construído um grupo de bordado em um dos serviços, que foi marcado por trocas e vivências sobre os atravessamentos do uso de drogas na vida de cada uma delas. A partir dos movimentos gerados ao longo de todo o processo, esta pesquisa discute sobre as violências que são brutalmente direcionadas as mulheres que usam drogas, as feridas que são geradas em suas vidas, e a costante negação dos seus direitos e da sua humanidade, que passa pela construção de barreiras ao acesso a moradia, a alimentação de qualidade, a educação, ao cuidado em saúde. Ademais, sustentam que as violências de gênero, o racismo estrutural, as desigualdades sociais atravessam o processo de acolhimento e os corpos dessas mulheres, que reproduz as opressões sofridas por elas em outros territórios, o que faz com que o uso de drogas seja recorrido para amenizar as dores causadas por essas e outras feridas, como o abandono dos filhos, a rejeição da família, a situação como moradoras de rua e as violências sofridas nos seus relacionamentos amorosos. Assim, aponta-se que existem ausências e lacunas no processo de acolhimento das mulheres usuárias de drogas nos serviços, que denunciam a forma como a vida dessas mulheres tem sido tratada pelo Estado e que tais carências são atravessadas pela Política de Guerra às Drogas, que no Brasil, ainda as têm como alvo por serem mulheres e negras e periféricas e usuárias de drogas.
Abstract: Discussions about drug use by women have been an issue neglected by the State and these women's lives continue to be treated through prohibition, incarceration and the discourses produced about them by those who call themselves experts. With the aim of listening to the experiences of these women, based on stories told in their own voices, this study sought to investigate, using Intersectionality as an analytical tool, how the process of welcoming peripheral women who use drugs in services takes place. health system in the public network, in the city of Juiz de Fora, Minas Gerais. For this, the Genealogy of Experience was adopted as a methodological process, in order to (re)trace the paths with these women through the Psychosocial Care Network and other places in the city, which were presented by them throughout the research, houses and shelters, social assistance services, bus stops and traffic lights, located both in the central region and on the outskirts of the city. Together with the women, an embroidery group was created in one of the services, which was marked by exchanges and experiences about the crossings of drug use in the lives of each of them. Based on the movements generated throughout the process, this research discusses the violence that is brutally directed at women who use drugs, the wounds that are generated in their lives, and the constant denial of their rights and humanity, which it involves the construction of barriers to access to housing, quality food, education and health care. Furthermore, they maintain that gender violence, structural racism, social inequalities permeate the reception process and the bodies of these women, which reproduces the oppression suffered by them in other territories, which means that the use of drugs is resorted to ease the pain caused by these and other wounds, such as abandonment of children, rejection from family, homelessness and violence suffered in their romantic relationships. Thus, it is pointed out that there are absences and gaps in the process of welcoming women who use drugs into services, which denounce the way in which these women's lives have been treated by the State and that such shortcomings are crossed by the War on Drugs Policy, which in Brazil, they still target them because they are women, black people, peripheral people and drug users.
Palavras-chave: Mulheres
Políticas públicas em saúde
Uso de drogas
Interseccionalidade
Women
Public health policies
Use of drugs
Intersectionality
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Sigla da Instituição: UFJF
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
Programa: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Tipo de Acesso: Acesso Embargado
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
Licenças Creative Commons: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
URI: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17513
Data do documento: 9-Ago-2024
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