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Tipo: Dissertação
Título: “Boys don’t cry”: uma análise da (des)construção da masculinidade no emo
Autor(es): Monteiro, Ana Luiza Franco de Moura
Primeiro Orientador: Silva, Elisabeth Murilho da
Membro da banca: Carvalho, Francione Oliveira
Membro da banca: Guimarães, Maria Eduarda Araujo
Resumo: Esta dissertação procura desenvolver uma análise em torno de como o emo — enquanto um fenômeno subcultural que ganhou destaque no início dos anos 2000 — contribuiu para uma subversão de termos normativos que ditam o comportamento masculino na sociedade contemporânea ocidental, oferecendo uma possibilidade de expressão tanto emocional quanto visual alternativa ao modelo normativo. Com foco no contexto brasileiro, propõe-se uma análise discursiva foucaultiana dos discursos construídos por dois dos principais meios de comunicação existentes no país no período de maior evidência do emo, que aqui, engloba os anos entre 2006 e 2013: o primeiro, discutido no primeiro capítulo, é o discurso produzido pelas emissoras de TV aberta Rede Globo, SBT e Rede Bandeirantes, que elaboraram materiais jornalísticos a respeito do emo durante este período. Este discurso é atravessado por narrativas que desvalorizam o emo enquanto movimento de significância subcultural, os colocando no lugar do “diferente” no imaginário popular brasileiro. O segundo discurso seria o interno, produzido pelos próprios emos a respeito de si, através da internet — que neste momento se difundiu entre os jovens e adolescentes como principal meio de comunicação. Os materiais escolhidos foram três blogs que se mantiveram em atividade durante o período de 2008 e 2013. Funcionando como uma espécie de diário aberto, os blogs eram um espaço virtual onde os emos podiam se expressar de forma menos restrita, onde podiam preservar seu anonimato e compartilhar experiências com seus semelhantes enquanto construíam sua identidade em torno destas identificações. O que transparece destas análises é o quanto o discurso e as definições do que é emo foram primariamente produzidas nos espaços virtuais, e, depois, interpretadas e ressignificadas pelas emissoras de televisão, mas também, a desigualdade entre os discursos do estigmatizado, e daquele que impõe o estigma. Portanto, a existência de fenômenos como o emo servem para evidenciar a fragilidade das masculinidades historicamente construídas como normativas. Há um histórico de movimentos subculturais juvenis permeados pelo desvio nas representações de gênero e sexualidade, e o emo é um dos que atravessam estes campos e revelam a necessidade de se atentar à necessidade de revisitar as estruturas patriarcais que sustentam nosso sistema social.
Abstract: This dissertation aims to develop an analysis around how emo — as a subcultural phenomenon that gained prominence in the early 2000s — contributed to a subversion of normative terms dictating male behavior in contemporary western society, offering an alternative possibility for both emotional and visual expression to the normative model. Focusing on the Brazilian context, a foucauldian discursive analysis is proposed for the discourses constructed by two of the main media outlets in the country during the period of emo's greatest visibility, spanning from 2006 to 2013: the first, discussed in the first chapter, is the discourse produced by open television channels Rede Globo, SBT, and Rede Bandeirantes, which created journalistic materials about emo during this period. This discourse is permeated by narratives that devalue emo as a subcultural movement, placing them in the position of "difference" in the Brazilian popular imagination. The second discourse is internal, produced by the emos themselves, through the internet — which, at this time, became widespread among young people and adolescents as the main means of communication. The chosen materials were three blogs that remained active from 2008 to 2013. Functioning as a kind of open diary, the blogs were a virtual space where emos could express themselves less restrictedly, preserve their anonymity, and share experiences with their peers while constructing their identity around these identifications. What emerges from these analyses is how the discourse and definitions of what emo is were primarily produced in virtual spaces and later interpreted and re-signified by television channels, but also the inequality between the discourse of the stigmatized and that which imposes the stigma. Therefore, the existence of phenomena like emo serves to highlight the fragility of historically constructed normative masculinities. There is a history of youth subcultures permeated by deviations in gender and sexuality representations, and emo is one that cuts across these fields and reveals the need to revisit the patriarchal structures that underpin our social system.
Palavras-chave: Masculinidade
Emo
Culturas juvenis
Estudos de gênero
Masculinity
Youth cultures
Gender studies
CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::ARTES
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Sigla da Instituição: UFJF
Departamento: IAD – Instituto de Artes e Design
Programa: Programa de Pós-graduação em Artes
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
Licenças Creative Commons: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
URI: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17137
Data do documento: 25-Mar-2024
Aparece nas coleções:Mestrado em Artes, Culturas e Linguagens (Dissertações)



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