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Tipo: Artigo de Evento
Título: Ooó do vovô: aspectos de tradução intersemiótica nos desenhos de João Guimarães Rosa
Autor(es): Furtado, Victor
Parode, Fabio
Organizador(es): Braida, Frederico
Nojima, Vera Lúcia
Coutinho, Taís de Souza Alves
Campos, Fernanda de Façanha e
Ferreira, Isabela de Mattos
Resumo: Desde que se percebe no mundo, a humanidade se orienta por meio de imagens. O desenho, ato que conecta a ação de imaginar ao movimento do corpo em produzir grafismos, acompanha-nos há séculos, sendo um meio pelo qual as imagens se fazem existentes. O gesto de desenhar foi uma técnica presente na escrita de João Guimarães Rosa como forma de rememoramento e inspiração literária. É vasto o número de trabalhos acadêmicos que versam acerca dos desenhos roseanos como parte fundamental para a compreensão da gênese de suas obras textuais. No entanto, uma correspondência ainda pouco estudada pela Fortuna crítica roseana nos apresenta uma face singular de Rosa. Em Ooó do vovô: Correspondência de João Guimarães Rosa, vovô Joãozinho, com Vera e Beatriz Helena Tess, livro de 2003, o/a leitor/a tem acesso à reprodução de desenhos roseanos feitos em uma série de cartões-postais destinados às netas de sua então esposa Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa, que, por serem ainda muito infantes, não sabiam ler. Se antes as palavras eram a tela branca em que Rosa pintava a imagem de significados, se eram antes a argila amorfa sobre a qual ela esculpia oralidade, agora o mesmo acontece aos moldes do ato de desenhar. Ainda que as marcas de oralidade transcritas permitam uma gênese dos cartões-postais, análise clássica e já familiar aos manuscritos de Rosa, pretendemos aqui instigar um olhar sobre o ato da escrita por meio de desenhos como uma montagem fronteiriça entre palavra e imagem, resultado de um exercício de tradução intersemiótica. Tratamos de uma noção tradutória pois observamos que oralidade e desenho configuram-se como duas linguagens, pois são conjuntos de significações estabelecidos em meios comunicativos diferentes (Santaella, 1983, p.2). Dessa forma, abandona-se o dogma de que o ato de traduzir textos, constitui uma relação dura e conservadora de fidelidade para com a obra traduzida. Em vez disso, propõe-se a tradução como um fluxo de tramas criador de sua própria verdade existente, inscrita num tempo e espaço próprio (Plaza, 1987, p.1). Os diversos desenhos roseanos presentes nos cartões-postais tratam-se de um processo único de representação da relação entre o escritor-tradutor ao vivenciar e representar sua relação com as duas crianças. Por conta disso, os postais atestam a existência de uma leitura própria estabelecida por meio dos aspectos transcriativos do desenho que escreve, bem como da escrita que desenha. Além de nosso objetivo em propor relações entre o texto literário roseano e as imagens desenhadas, também está o anseio em ressaltar a materialidade da produção livresca e alvidrar interpretações acerca de sua construção, sob o aspecto do Design gráfico, baseando-se na produção gráfica de Ooó do vovô. Nossas análises são norteadas com base nos preceitos da tradução intersemiótica, e da concepção de escrita e imagem de acordo com os filósofos Vilém Flusser e Hans Belting respectivamente.
Abstract: -
Palavras-chave: João Guimarães Rosa
Desenhos
Tradução intersemiótica
CNPq: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::COMUNICACAO
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Sigla da Instituição: UFJF
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
Attribution-ShareAlike 3.0 Brazil
Licenças Creative Commons: http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/br/
URI: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16893
Data do documento: 23-Out-2023
Aparece nas coleções:4º Encontro de Semiótica do Projeto



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