https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16135
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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estherferreiratimoteo.pdf | 2.9 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Tipo: | Dissertação |
Título: | Telerreabilitação em tempo real em doenças respiratórias crônicas e pós-COVID-19: revisão sistemática e metanálise |
Autor(es): | Timóteo, Esther Ferreira |
Primeiro Orientador: | Malaguti, Carla |
Co-orientador: | José, Anderson |
Membro da banca: | Oliveira, Cristino Carneiro |
Membro da banca: | Veloso, Marcelo |
Resumo: | INTRODUÇÃO: A reabilitação pulmonar (RP) é uma intervenção que promove melhora tanto em aspectos físicos quanto psicológicos de indivíduos com doenças respiratórias crônicas (DRC). A adesão à programas de RP presenciais é baixa devido à barreiras de acesso e participação. A telerreabilitação (TR) é um modelo alternativo que pode facilitar o acesso e adesão destes indivíduos. Devido a grande heterogeneidade dos estudos de TR existentes, ainda é necessário identificar a estratégia remota mais eficaz, mais segura e com melhor custobenefício para implementação clínica. Além disso, é preciso esclarecer qual o nível de supervisão necessária durante a realização do exercício físico, o que pode impactar na segurança do paciente, na adesão à RP e na qualidade de execução e progressão da intensidade dos exercícios. OBJETIVOS: Determinar a segurança e os efeitos da TR com supervisão em tempo real na capacidade de exercício, qualidade de vida relacionada à saúde, dispneia, utilização do sistema de saúde e mortalidade quando comparada à reabilitação tradicional (RPT), TR assíncrona ou tratamento usual sem reabilitação. MÉTODOS: Foi realizada uma busca por ensaios clínicos controlados randomizados (ECR) e não randomizados (ECC) e ensaios clínicos controlados nas base de dados Cochrane Airways Trials Register, CENTRAL, MEDLINE, Embase, plataforma de registro de ensaios clínicos da OMS e Clinical Trial, sem restrições de idioma ou tipo de publicação até 30 de abril de 2023. Foram incluídos ensaios clínicos de TR que tenham realizado pelo menos 50% das sessões de TR com supervisão em tempo real em indivíduos adultos com diagnóstico de qualquer DRC ou pós COVID-19. Dois revisores independentes realizaram a seleção dos estudos, extração dos dados e avaliação dos risco de viés. Somente ECR foram incluidos nas metanálises, e os demais estudos foram apresentados descritivamente. O nível de certeza das evidências para cada comparação foi avaliado utilizado o GRADE. RESULTADOS: Foram incluídos 12 estudos com 1540 participantes (75% de indivíduos com DPOC, 21% de indivíduos pós COVID-19 e 4% de indivíduos com outras DRC). A média de idade dos participantes variou entre 64 e 75 anos. Em todos os estudos os participantes do grupo intervenção foram submetidos à, no mínimo, 4 semanas de TR supervisionada em tempo real através de videoconferência. Evidências de certeza muito baixa à moderada mostraram que não há diferença entre a TR e a RPT quanto a capacidade de exercício, qualidade de vida, utilização do sistema de saúde, depressão, adesão e mortalidade. Na análise da dispneia ao final do período de acompanhamento (> 5 meses), foi observado uma diferença média de -0,39 na pontuação do mMRC em favor da TR, porém esta diferença não alcançou a mínima diferença clinicamente significante. Não houve diferença entre as intervenções quanto ao número de eventos adversos. Os estudos incluídos nesta revisão reportaram boas taxas de adesão à TR (entre 79% e 92% das sessões programadas). A taxa de conclusão variou entre 62% e 93% no grupo de TR, não havendo diferença neste desfecho quando comparado com a RPT. Quando comparada ao tratamento usual, os resultados desta revisão fornecem evidências de baixa certeza de que a TR pode ter um potencial efeito sobre a capacidade de exercício ao final da intervenção. Quanto aos demais desfechos avaliados, não foram observados melhores resultados nesta população com a TR quando comparada ao tratamento usual. Não foi encontrado nenhum estudo comparando a TR em tempo real com a TR assíncrona. CONCLUSÃO: Esta revisão sugere que a TR é segura e promove efeitos similares aos da RPT na capacidade de exercício, qualidade de vida, dispneia e utilização dos serviços de saúde em indivíduos com DRC e pós COVID-19. No entanto a certeza destas evidências foi limitada, não sendo possível garantir que as intervenções são equivalentes. Portanto, a TR pode ser oferecida como alternativa aos modelos tradicionais de TR para pacientes que apresentem barreiras geográficas, socioeconômicas e sintomatológicas, além de poder ser oferecida nos casos em que não houver programas de RP tradicional disponíveis. |
Abstract: | INTRODUCTION: Pulmonary rehabilitation (PR) is an intervention that improves both physical and psychological aspects of individuals with chronic respiratory diseases (CRD). However, adherence to in-person PR programs is low due to barriers to access and participation. Telerehabilitation (TR) is an alternative model that may facilitate access and adherence for these individuals. Due to the significant heterogeneity of existing TR studies, it is still necessary to identify the most effective, safe, and cost-effective remote strategy for clinical implementation. Additionally, it is essential to clarify the level of supervision required during physical exercise, which can impact patient safety, adherence to PR, and the quality of exercise execution and intensity progression. OBJECTIVES: To determine the effects of real-time supervised TR on exercise capacity, health-related quality of life, dyspnea, healthcare utilization, and mortality when compared to usual care, in-person rehabilitation, or asynchronous TR. METHODS: A search for randomized controlled trials (RCTs) and controlled clinical trials was conducted in the Cochrane Airways Trials Register, CENTRAL, MEDLINE, Embase, ClinicalTrials.gov and World Health Organization International Clinical Trials Registry Platform up to 30 April 2023, with no restriction on language or type of publication. Clinical trials of TR that included at least 50% of real-time supervised sessions in adult individuals with a diagnosis of any CRD or post-COVID-19 were included. Two review authors independently performed study selection, data extraction and risk of bias assessment. Only RCTs were included in the meta-analyses, and other studies were presented descriptively. The certainty of evidence for each comparison was assessed using GRADE. RESULTS: Twelve studies with 1540 participants (75% with COPD, 21% post-COVID-19, and 4% with other CRDs) were included. The mean age of participants ranged from 64 to 75 years. In all studies, participants in the intervention group underwent a minimum of 4 weeks of real-time supervised TR via video conferencing. Very-low to moderate certainty evidence showed no difference between TR and in-person PR regarding exercise capacity, quality of life, healthcare utilization, depression, adherence and mortality. The analysis of dyspnea at the end of the follow-up period (> 5 months) showed a mean difference of -0.39 in the mMRC score in favor of TR, but this difference did not reach the minimum clinically important difference. There was no difference between the interventions regarding the number of adverse events. The studies included in this review reported high adherence rates to TR (between 79% and 92% of scheduled sessions). The completion rate ranged from 62% to 93% in the TR group, with no difference compared to in- person PR. When compared to usual care, the results of this review provide low-quality evidence that TR may have a potential effect on exercise capacity at the end of the intervention. Regarding the other evaluated outcomes, no better results were observed in this population with TR compared to usual care. No studies comparing real-time TR with asynchronous TR were found. CONCLUSION: This review suggests that TR is safe and promotes similar effects to inperson PR in exercise capacity, quality of life, dyspnea and healthcare utilization in individuals with CRD and post-COVID-19. However, the certainty of this evidence was limited, and it is not possible to guarantee that the interventions are equivalent. Therefore, TR may be offered as an alternative to traditional PR models for patients with geographical, socioeconomic and symptomatic barriers, as well as in cases where traditional PR programs are not available. This review provides a clear definition of real-time TR, including physical exercise, with the same level of supervision and assistance in all TR groups and using the same standard of technology in all included studies, which facilitates result interpretation and clinical applicability. |
Palavras-chave: | Reabilitação pulmonar Telerreabilitação Doenças respiratórias COVID-19 Pulmonary rehabilitation Telerehabilitation Respiratory disease |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) |
Sigla da Instituição: | UFJF |
Departamento: | Faculdade de Fisioterapia |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico-Funcional |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil |
Licenças Creative Commons: | http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ |
URI: | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16135 |
Data do documento: | 4-Set-2023 |
Aparece nas coleções: | Mestrado em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico-Funcional (Dissertações) |
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