https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15502
File | Description | Size | Format | |
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maxaureliomendeslira.pdf | 13.46 MB | Adobe PDF | View/Open |
Type: | Dissertação |
Title: | Memória e identidade: a narrativa histórica do Cemitério da Glória |
Other Titles: | Memory and identity: the historical narrative of the Cemitério da Glória |
Author: | Lira, Max Aurélio Mendes |
First Advisor: | Olender, Olender |
Referee Member: | Lanari, Raul Amaro de Oliveira |
Referee Member: | Christofoletti, Rodrigo |
Resumo: | O Cemitério da Glória carrega a importância de ter sido o primeiro cemitério surgido na então antiga Vila de Santo Antônio do Paraibuna, instalado paralelamente ao desenvolvimento da mesma, quando atingindo o posto de cidade em 1856. Este foi o ano de delimitação do terreno para o Cemitério da Companhia União e Indústria, denunciado pelo marco centenário de pedra cônica em ponta oval na entrada do espaço. Mariano Procópio Ferreira Lage, havia três anos antes, fundado a Companhia União e Indústria para fomentar os seus projetos de desenvolvimento em benefício da dita Vila. A firma objetivava ligar Juiz de Fora à Petrópolis, escoando os produtos agrícolas por uma estrada de rodagem que por ela viria a ser construída. Além disso, a empresa também pretendia formar uma colônia de imigrantes, para impulsionar a produção agrícola local e fluir o comercio da região. A fim de trabalhar nas oficinas, Mariano Procópio decide contratar um grupo de vinte artífices em Hamburgo. Esses artífices eram especialistas nos ofícios de ferreiro, serralheiro, carpinteiro, marceneiro, correeiro e pintor. Sendo esses operários de origem germânica e professos da crença luterana, o comendador antevê os problemas que enfrentaria com a Igreja local e instala nas propriedades da empresa, um vasto terreno para servir de cemitério e sepultar os seus subordinados. Isso, visto que, o campo santo de enterramentos intramuros não suportava a utilização por indivíduos que não fossem de religião católica. A chegada dos artífices, foi o prelúdio da Imigração em massa ocorrida dois anos depois, em 1858. Agora, mais do que nunca, haveria o Cemitério da Companhia União e Indústria exercer fundamental valor prático. Naquele ano embarcaram em Hamburgo os imigrantes dispostos em cinco barcas: Tell, Rhein, Gundela, Gessner e Osnabrück. Eles eram oriundos do Ducado de Schleswig (antigo feudo danês), do Condado de Holstein, do Reino da Prússia, do Grão-Ducado de Hessen, do GrãoDucado de Baden e do Condado do Tirol na Áustria. Destes, os tiroleses são os que somavam o maior grupo, com 26% do total de colonos. Portanto, se formos analisar, o número de tiroleses é maior entre os demais grupos vindos em 1858, podendo ser identificado o processo migratório, como uma Imigração Tirolesa, e neste caso, a primeira a acontecer no Brasil. Sendo também maior o número de imigrantes católicos, o culto à Deus pela devoção de Nossa Senhora da Glória foi trazido por eles. Em Juiz de Fora, essa devoção garantia a manutenção das identidades regionais e católica dos colonos que ali se instalaram. Sua primeira manifestação se deu na consagração do Cemitério da Companhia União e Indústria como Cemitério Nossa Senhora da Glória. Tão logo foram surgindo capelas em sua honra e todo o povoado da Estação floresceu a partir da fixação de parte daqueles imigrantes no entorno do Cemitério. O Cemitério que comumente é considerado um lugar de relação íntima com a morte, passou a exercer uma relação contrária: a de dar vida à comunidade que vinha surgindo, mantendo viva a fé dos imigrantes, e acesa a chama das tradições católicas e luteranas. É no Cemitério da Glória que as manifestações da presença germânica na cidade são mais expressivas. Suas identidades religiosa e linguística, bem como sua relação com a morte são linhas que intercalam a história do Cemitério da Glória e da Imigração Alemã e Tirolesa de 1858 em Juiz de Fora. |
Abstract: | The Cemitério da Glória carries the importance of having been the first cemetery to appear in the then old Vila de Santo Antônio do Paraibuna, installed in parallel with its development, when it reached the rank of city in 1856. This was the year of delimitation of the land for the Cemetery of Companhia União e Indústria, denounced by the centenary mark of conical stone in oval point at the entrance of the space. Mariano Procópio Ferreira Lage, three years before, founded the Companhia União e Indústria to promote his development projects for the benefit of the said Village. The firm aimed to connect Juiz de Fora to Petrópolis, transporting agricultural products through a highway that would be built by it. In addition, the company also intended to form a colony of immigrants, to boost local agricultural production and flow trade in the region. In order to work in the workshops, Mariano Procópio decides to hire a group of twenty craftsmen in Hamburg. These craftsmen were specialists in the crafts of blacksmith, locksmith, carpenter, cabinetmaker, saddle maker and painter. Since these workers are of Germanic origin and professed Lutheran beliefs, the businessperson foresees the problems he would face with the local Church and installs on the company's properties, a vast land to serve as a cemetery and to bury his subordinates. This, since the holy field of intramural burials did not support the use by individuals who were not of Catholic religion. The arrival of the craftsmen was the prelude to the mass immigration that took place two years later, in 1858. Now, more than ever, the Cemitério da Companhia União e Indústria would have a fundamental practical value. In that year, the immigrants arranged in five boats embarked in Hamburg: Tell, Rhein, Gundela, Gessner and Osnabrück. They came from the Duchy of Schleswig (ancient Danish fief), the County of Holstein, the Kingdom of Prussia, the Grand Duchy of Hessen, the Grand Duchy of Baden and the County of Tyrol in Austria. Of these, the Tyroleans were the largest group, with 26% of the total settlers. Therefore, if we analyze, the number of Tyroleans is higher among the other groups that came in 1858, and the migratory process can be identified as a Tyrolean Immigration, and in this case, the first to take place in Brazil. As the number of Catholic immigrants was also greater, the cult of God through the devotion of Nossa Senhora da Glória was brought by them. In Juiz de Fora, this devotion guaranteed the maintenance of the regional and Catholic identities of the settlers who settled there. Its first manifestation took place at the consecration of the Companhia União e Indústria Cemetery as Nossa Senhora da Glória Cemetery. As soon as chapels appeared in her honor and the entire village of Estação flourished from the settlement of part of those immigrants in the surroundings of the Cemetery. The Cemetery, which is commonly considered a place of intimate relationship with death, began to exercise an opposite relationship: that of giving life to the community that was emerging, keeping the faith of immigrants alive, and keep the flame lit of Catholic and Lutheran traditions. It is in the Cemitério da Glória that the manifestations of the Germanic presence in the city are most expressive. Their religious and linguistic identities, as well as their relationship with death, are lines that intersperse the history of the Cemitério da Glória and the German and Tyrolean Immigration of 1858 in Juiz de Fora. |
Keywords: | Memória Identidade Cemitério Imigração germânica Católicos Luteranos Memory Identity Cemetery Germanic immigration Catholics Lutherans |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA |
Language: | por |
Country: | Brasil |
Publisher: | Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) |
Institution Initials: | UFJF |
Department: | ICH – Instituto de Ciências Humanas |
Program: | Programa de Pós-graduação em História |
Access Type: | Acesso Aberto Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil |
Creative Commons License: | http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ |
URI: | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15502 |
Issue Date: | 10-Feb-2023 |
Appears in Collections: | Mestrado em História (Dissertações) |
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