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Tipo: Dissertação
Título: Relação entre estresse e padrões de “coping” e aderência medicamentosa no transplante renal
Autor(es): Brito, Daniela Cristina Sampaio de
Primeiro Orientador: Pinheiro, Hélady Sanders
Co-orientador: Grincenkov, Fabiane Rossi dos Santos
Membro da banca: Miyazaki, Maria Cristina de Oliveira Santos
Membro da banca: Bastos, Marcus Gomes
Membro da banca: Lourenço, Lélio Moura
Resumo: A Doença Renal Crônica é um grave problema de saúde pública. Os tratamentos disponíveis não são curativos, mas sim substitutivos, sendo o transplante renal a modalidade que traz melhor qualidade de vida e maior sobrevida ao paciente. A aderência à terapia imunossupressora constitui-se ponto fundamental para os resultados do transplante. Aderência pode ser definida como o nível de coincidência entre o comportamento do paciente e as orientações dos profissionais de saúde. É influenciada por vários fatores, dentre eles os relacionados com o comportamento do paciente que são muito pouco estudados. O estresse e os padrões de enfrentamento ou coping fazem parte desse grupo. Acredita-se que o transplante, mesmo constituindo-se como a melhor terapêutica, acarreta diferentes fontes de estresse ao paciente. Coping é definido como as respostas cognitivas e comportamentais emitidas pelo indivíduo, para lidar com a situação desencadeadora do estresse, com o objetivo de reduzi-lo, amenizá-lo ou evitá-lo. Respostas eficazes resultam um ajustamento positivo ao estresse e minimizam o impacto deste na saúde mental e física do paciente. Intervenções sobre os estressores mais frequentes, assim como nos padrões de coping, podem contribuir para a manutenção da saúde mental geral do paciente transplantado, levando, consequentemente, a um processo adequado de aderência ao tratamento imunossupressor. Este estudo teve como objetivo geral avaliar a relação entre o estresse e os padrões de coping com a aderência ao tratamento imunossupressor após o transplante. Procuramos ainda identificar os principais ganhos/desafios percebidos pelos pacientes transplantados e as variáveis sociodemográficas/clínicas associadas ao estresse. Foi desenvolvido estudo transversal de caso controle, em que foram avaliados 25 pacientes transplantados renais previamente classificados como aderentes e 25 não aderentes, acompanhados no ambulatório do Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Nefrologia. Como critérios de inclusão foram considerados: aceitação prévia em participar do estudo, idade mínima de 18 anos e ter mais de um ano de enxerto funcionante. O grau de aderência ao tratamento foi medido pelo instrumento adaptado e validado The Basel Assessment of Adherence with Immunosuppressive Medication Scale. O estresse e os padrões de coping foram avaliados pelo Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp e Escala de Modos de Enfrentamento de Problemas, respectivamente. Uma entrevista semiestruturada foi conduzida com o objetivo de detectar os principais ganhos e situações estressoras relacionados ao transplante renal. A análise de frequência foi utilizada para avaliar as variáveis qualitativas e categóricas. As fases do estresse foram agrupadas em menos avançadas (alerta e resistência) e mais avançadas (quase exaustão e exaustão). Também agrupamos as categorias de coping em ativo e paliativo para análise. Os testes t de Student, Mann-Whitney, Qui-quadrado ou Teste de Fisher e regressão logística foram usados para comparar os grupos aderentes e não aderentes. As diferenças foram consideradas significativas quando p≤0,05. A média de idade da nossa população foi de 44 ± 12,8 anos e a mediana de tempo de pós transplante de 71,8 (12-230) meses. O estresse foi prevalente em 50% da amostra. As categorias “Medo” e “Medicação” foram as questões mais estressantes. A não aderência foi associada às fases mais avançadas do estresse (OR 4,7, IC: 0,99-22,51, p < 0,05) e ao coping paliativo (OR 3,4, IC: 1,02-11,47, p < 0,05). O estresse foi significativamente associado ao sexo feminino (p=0,04), presença de comorbidades (p = 0,04) e coping não focalizado no problema (p < 0,0001). Concluímos que a presença de estresse, especialmente nas suas fases mais avançadas e os padrões de coping paliativo são associados com a não aderência à medicação imunossupressora após o transplante renal. Estes resultados reforçam que os aspectos psicológicos têm implicação na compreensão e manuseio de pacientes não aderentes após transplante.
Abstract: Chronic Renal Failure is a serious public health problem. The available treatments are not curative, but rather substitutes and renal transplantation is the modality that brings better quality of life and longer survival. Adherence to immunosuppressant therapy constitutes a fundamental issue for the results of transplantation. Adherence can be defined as the degree of agreement between the patient's behavior and the health professionals’ recommendations. It is influenced by many factors, including those related to the patient's behaviors that are very poorly studied. Stress and coping patterns are part of this group. It is believed that the transplantation, even being the best therapeutic option, results in different kinds of stress to the patient. The term coping is used to identify the cognitive and behavioral responses issued by the individual to deal with the situation precipitating stress, aiming to reduce, mitigate or avoid it. Effective responses result a positive adjustment to stress, minimizing the impact of the mental and physical health of the patient. Intreventions on the most stressful situations and on coping patterns may contribute to the maintenance of general mental health of transplant recipients, leading consequently to an appropriate process of adherence to immunosuppressive treatment. This study aimed to evaluate the relationship between stress and the types of stress coping responses, with adherence to immunosuppressive treatment after the kidney transplantation. We also identified the benefits/challenges perceived by transplant patients and sociodemographic/clinical data associated with stress. We conducted a cross-sectional case-control study, involving 25 previously classified as adherent and 25 non adherent transplant patients, treated as outpatients from Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Nefrologia. As inclusion criteria, were considered a minimum age of 18 years and have more than one year of functioning graft. The degree of adherence to treatment was measured by adapted and validated instrument The Basel Assessment of Adherence with Immunosuppressive Medication Scale. The stress and stress coping response were assessed by the Lipp Stress Symptom Inventory for Adults and the Ways of Coping Scale, respectively. A semi structured interview was conducted in order to detect major stressful events related to the transplantation. Frequency analysis was used to evaluate the qualitative and categories variables. T Test, Mann-Whitney, Chi-square or Fisher's Test and logistic regression were used to compare adherent and nonadherent groups. Differences are considered significant when p ≤ 0.05. The mean age of our population was 44 ± 12.8ys and the median of post-transplant time was 71.8 (12-230) months. Stress was prevalent in 50%. The categories of “Fear” and “Medication” were the most stressful concerns. Non-adherence was significantly associated with more advanced stress phases (OR 4.7, IC: 0.99-22.51, p < 0.05) and palliative coping (OR 3.4, IC: 1.02-11.47, p < 0.05). The stress was significantly associated with female gender (p = 0.04), presence of comorbidities (p = 0.04) and responses not directed to problem solving coping (p < 0.0001). We conclude that the presence of stress and the non active coping patterns are associated with non adherence of immunosuppressive after renal transplantation. These results highlight the psychological events have implications for the understanding and management of non-adherent transplant patients.
Palavras-chave: Transplante renal
Aderência ao medicamento
Estresse
Adaptação psicológica
Renal transplantation
Medication adherence
Stress
Coping behavior
CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Juiz de Fora
Sigla da Instituição: UFJF
Departamento: Faculdade de Medicina
Programa: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1533
Data do documento: 9-Ago-2012
Aparece nas coleções:Mestrado em Saúde (Dissertações)



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