Please use this identifier to cite or link to this item: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15071
Files in This Item:
File Description SizeFormat 
fabriciocortesservelati.pdf1.1 MBAdobe PDFThumbnail
View/Open
Type: Dissertação
Title: Mercantilização da linguagem no ensino de inglês
Author: Servelati, Fabrício Côrtes
First Advisor: El-Jaick, Ana Paula
Co-Advisor: Cadilhe, Alexandre José
Referee Member: Salgado, Ana Cláudia Peters
Referee Member: Silva, Daniel do Nascimento e
Resumo: Este trabalho tem o objetivo de avaliar elementos norteadores de minha prática docente no ensino de língua inglesa em cursos livres, tendo como problema central a constatação de que reflexões pertinentes à nossa realidade local são negligenciadas ou francamente apagadas do trabalho em sala de aula. Partindo da premissa de que, no contexto socioeconômico neoliberal da atualidade, recursos linguísticos podem ser comercializados como um produto em troca de capital (HELLER, 2010; PARK, 2010; 2011; 2015), busco compreender quais características constroem a língua inglesa como um produto passível de ser mercantilizado, tomando como evidências minhas experiências em cursos de idiomas locais. Os dados empíricos para estas reflexões são apresentados através de narrativas autoetnográficas (ANDERSON, 2006) em cada capítulo. Em primeiro lugar, através das lentes da Filosofia da linguagem ordinária de L. Wittgenstein (1999[1953]), investigo como o ensino de inglês tem seus entendimentos sobre a natureza da linguagem e sobre o que seria aprender e usar uma língua fundamentados em uma ideologia de linguagem (BLOMMAERT, 2006) sistêmica, representacionista e essencialista. Em seguida, verifico como tais crenças e discursos (FOUCAULT, 2008a[1969]) que reproduzimos sobre a língua inglesa como um sistema simbólico e competência natural de determinado povo em determinado território, e sobre como ensiná-la e como aprendê-la denunciam uma colonialidade do saber (LANDER, 2005; MIGNOLO, 2005; QUIJANO, 2005; 2010), haja vista que todos os materiais que usamos no ensino, assim como cursos de treinamento de professores e certificações legitimadoras de proficiência linguística, são produções da indústria linguística europeia que consumimos ávida e acriticamente. Finalmente, no contexto da modernidade recente em que relações profissionais e sociais são orientadas pela ideologia neoliberal (FOUCAULT, 2008b; HAN, 2020; HARVEY, 2005), observo como a língua inglesa é construída discursivamente como uma habilidade valorizada para a elevação do capital humano dos indivíduos (PARK, 2015; URCIUOLI, 2008) e quais contribuições são dadas pelo ensino de inglês para a formação dos sujeitos (FREIRE, 2021[1968]; PENNYCOOK, 2001; 2017). Como resultado dessas análises, defendo que a mercantilização da língua inglesa atende exclusivamente a objetivos econômicos imediatistas, dissimula as reais condições de aprendizagem do idioma e seu papel nas relações sociais, culturais, profissionais e econômicas, e contribui para a formação de sujeitos individualistas e competitivos; sustento, de modo mais geral, que um ensino orientado por princípios mercadológicos, que privilegia uma prática de aprendizagem pela qual o conhecimento é visto como descontextualizado das relações socioculturais e políticas em que existe, não contribuipara a formação de sujeitos críticos (PENNYCOOK, 2001; 2017), isto é, indivíduos que, mediante constantes problematizações e reavaliações de suas crenças e de relações de poder e de conhecimento, poderiam agir em coesão com os grupos sociais aos quais pertencem para transformar sua realidade.
Abstract: This study aims to evaluate guiding elements of my English teaching practice in language schools, having as a central problem the observation that assessments of our local reality are neglected or altogether omitted from the work in the classroom. Starting from the premise that, in the current neoliberal socioeconomic context, linguistic resources can be marketed as a product in exchange for capital (HELLER, 2010; PARK, 2010; 2011; 2015), I seek to understand which characteristics construct the English language as a product or commodity, having my teaching experiences in local language courses as empirical evidence. The data to be analyzed here are presented through autoethnographic narratives (ANDERSON, 2006) in each chapter. Firstly, from the theoretical perspective of L. Wittgenstein's Philosophy of Ordinary Language (1999[1953]), I investigate how the teaching of English has its understanding of the nature of language and of what it would be like to learn and to use a language based on a systemic, representationalist and essentialist language ideology (BLOMMAERT, 2006). Secondly, I examine how such beliefs and discourses (FOUCAULT, 2008a[1969]) that we reproduce about the English language as a symbolic system and a natural competence of a certain people and territory, along with the discourses about how to teach it and how to learn it, reveal fundamental characteristics of coloniality of knowledge (LANDER, 2005; MIGNOLO, 2005; QUIJANO, 2005; 2010), given that all the materials we use in teaching, as well as teacher training courses and certifications that legitimize language proficiency, are productions of the European language industry that we consume avidly and uncritically. Finally, in the context of recent modernity in which professional and social relations are guided by the neoliberal ideology (FOUCAULT, 2008b; HAN, 2020; HARVEY, 2005), I observe how the English language is discursively constructed as a valuable skill for raising human capital of individuals (PARK, 2015; URCIUOLI, 2008) and what contributions are made by English language teaching to the formation of subjects (FREIRE, 2021[1968]; PENNYCOOK, 2001; 2017). As a result of these analyses, I contend that the commodification of English exclusively serves immediate economic objectives, conceals the real conditions of language learning and its role in social, cultural, professional and economic relations, and contributes to the formation of individualistic and competitive subjects; broadly speaking, I claim that an education grounded on market principles, which privileges learning practices whereby knowledge is perceived as disconnected from the sociocultural and political context in which it exists, does not contribute to the formation of critical subjects (PENNYCOOK, 2001; 2017), that is, individuals who, upon constant re-assessments of theirbeliefs and of relations of power and knowledge, would be able to take informed action in coherence with the social groups to which they belong in order to transform their reality.
Keywords: Mercantilização da linguagem
Ensino de inglês
Neoliberalismo
Filosofia da linguagem ordinária
Colonialidade do saber
Commodification of language
English language teaching
Neoliberalism
Philosophy of ordinary language
Coloniality of knowledge
CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA
Language: por
Country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Institution Initials: UFJF
Department: Faculdade de Letras
Program: Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
Access Type: Acesso Aberto
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
Creative Commons License: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
DOI: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2022/00390
URI: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15071
Issue Date: 14-Dec-2022
Appears in Collections:Mestrado em Linguística (Dissertações)



This item is licensed under a Creative Commons License Creative Commons