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Tipo: Dissertação
Título: A plataformização do trabalho não tem rosto de mulher: as experiências e percepções de condutoras
Autor(es): Pereira, Maria Júlia Tavares
Primeiro Orientador: Arribas, Celia da Graça
Co-orientador: Cardoso, Ana Claudia Moreira
Membro da banca: Castro, Bárbara Geraldo de
Membro da banca: Oliveira, Juliana Andrade
Resumo: O tripé neoliberalismo, financeirização e dataficação, resultado de transformações observadas nas últimas décadas, caracteriza o contexto perfeito para a emergência de um novo modelo empresarial: as plataformas de trabalho. Elas não se consideram empregadoras, mas apenas mediadoras de serviços entre autônomos/as e consumidores/as que se conectam através delas. Entretanto, são as plataformas que definem todas as condições de trabalho, culminando na subordinação dos/as trabalhadores/as. As plataformas têm se espraiado por diferentes setores da economia desde que emergiram, consolidando governanças e relações de trabalho com suas especificidades. A presente pesquisa analisa um desses setores, tendo como foco quatro plataformas de transporte na cidade de Juiz de Fora/MG: Uber, 99App, Livre e Para Elas Mobilidade. Buscou-se evidenciar que, assim como as plataformas variam a depender do setor no qual se inserem, as experiências e percepções dos/as trabalhadores/as também possuem especificidades, neste caso, generificadas. Para tanto, foi realizada uma netnografia em grupo de WhatsApp no qual há apenas condutoras da cidade. Ademais, foram realizadas entrevistas semiestruturadas para abarcar questões que não puderam ser desenvolvidas em profundidade através do grupo. Como resultados, verificou-se que as trabalhadoras enfrentam as problemáticas já apontadas sobre o trabalho plataformizado em outras pesquisas – baixas taxas, longas jornadas, subordinação às plataformas, dentre outras –, mas também questões em que o gênero da trabalhadora é determinante: assédio moral e sexual, extensão das jornadas devido aos trabalhos reprodutivo e de cuidado, e cooptação por parte das plataformas, que se apropriam de termos associados a movimentos sociais e políticos de mulheres e outras minorias sociais para atrair mais trabalhadoras. Identifica-se, portanto, que também a precarização do trabalho intensificada pela plataformização reproduz uma divisão sexual desigual.
Abstract: Neoliberalism, financialization and datafication are the result of transformations observed over the last few decades, characterizing the perfect context for the emergence of a new business model: work platforms. They do not consider themselves as employers, but mediators between self-employed people and consumers, who connect with each other through them. However, the platforms define all the working conditions, culminating in the subordination of the workers. Platforms have spread across different sectors of the economy since they emerged, consolidating specific governance, and work relationships. This research focuses on analyzing four ridehailing platforms in Juiz de Fora/MG: Uber, 99App, Livre and Para Elas Mobilidade. It was sought to show that, just as the platforms vary depending on the sector in which they operate, the experiences and perceptions of workers also have specificities, on this case, gendered specificities. For this purpose, I did a netnographic investigation on a WhatsApp group chat in which there are only female conductors. In addition, semistructured interviews were carried out to discuss issues that could not be investigated in depth with data from the group. As a result, it was found that workers face problems already pointed out about platform work in other studies – low rates, long hours, subordination to platforms, among others –, but also issues in which the gender of the worker is decisive: moral and sexual harassment, extension of working hours due to reproductive and care work, and the subjective capture by the platforms, who appropriate terms associated with social and political movements of women and other social minorities to attract more workers. It is identified, therefore, that the precariousness of work intensified by platformization also reproduces an unequal sexual division of the labor.
Palavras-chave: Plataformização
Gênero
Divisão sexual do trabalho
Precarização
Empoderamento
Platformization
Gender
Sexual division of labor
Precarization
Empowerment
CNPq: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Sigla da Instituição: UFJF
Departamento: ICSA - Instituto Ciências Sociais Aplicadas
Programa: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
Attribution-ShareAlike 3.0 Brazil
Licenças Creative Commons: http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/br/
DOI: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2022/00089
URI: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14068
Data do documento: 8-Mar-2022
Aparece nas coleções:Mestrado em Ciências Sociais (Dissertações)



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