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Clase: Dissertação
Título : Intervenções psicossociais para transtornos mentais comuns: percepções e demandas formativas na Medicina de Família e Comunidade
Autor(es): Mendes, Flaviano Diego Meirelles
Orientador: Campos, Estela Márcia Saraiva
Miembros Examinadores: Savassi, Leonardo Cançado Monteiro
Miembros Examinadores: Ramos, Andreia Aparecida de Miranda
Resumo: A crescente prevalência de problemas de saúde mental, especialmente de transtornos mentais comuns (TMC), tem motivado estratégias para aumentar a resolutividade dos serviços primários através da capacitação dos recursos humanos desse nível de atenção. A abordagem não farmacológica é o principal método terapêutico baseado em evidências para os TMC e, embora seja considerada competência essencial dos médicos de família, há um emprego insuficiente de intervenções psicossociais (IP) por esses profissionais na abordagem desses transtornos, sendo o treinamento insuficiente relatado como um dos principais motivos. São escassos na literatura dados que possam guiar estratégias de capacitação sobre esse tema. Este estudo visou investigar as percepções de médicos residentes do segundo ano (R2) de programas de residência em MFC (PRMMFC) de Minas Gerais sobre o uso de IP, a aprendizagem dessas intervenções e as demandas formativas em torno delas, na abordagem aos TMC. Para tanto, foi realizado um estudo descritivo, transversal, quantitativo, por meio de questionário semiestruturado, on-line, dirigido aos residentes. Os dados foram coletados entre outubro e novembro de 2020 e analisados através de estatística descritiva. Dos 102 residentes R2 identificados, 46 (45,1%) participaram da pesquisa e representam 83,3% dos PRMMFC convidados. Os residentes são, em sua maioria, mulheres (67,4%), com idade média de 30 anos e graduados em instituições privadas (62,2%). Quase a totalidade deles (93,5%) afirma utilizar IP para a abordagem de TMC, mas apesar de a maioria (81,4%) perceber melhora nos pacientes, somente 53,4% as aplicam em mais da metade dos casos de TMC. A maioria (69,6%) conhece e aplica de uma a seis das 13 IP de referência apresentadas no questionário, sendo que as mais aplicadas e nas quais eles se percebem mais competentes são: técnicas de comunicação clínica e de escuta ativa; técnicas de exploração da experiência do adoecimento e técnicas de resposta empática às emoções. Além de utilizar pouco, eles relataram possuir pouca habilidade prática em: terapia de solução de problemas; ativação comportamental; meditação guiada/mindfulness e técnicas de relaxamento físico e respiração. Mais de 78% relataram sentir dificuldade na utilização de IP e os principais motivos apontados foram não se perceber com formação adequada (74,4%) e o seu processo de trabalho dificultar ou inviabilizar essa utilização (57,6%). Os principais meios de aprendizado relatados para a aquisição de competências sobre o tema foram: método autoinstrucional (69,6%); aulas teóricas na residência (65,2%) e atuação prática em serviço na residência (58,7%). Apesar disso, 45,6% dos residentes consideram “pouca” ou “nenhuma” a contribuição da residência nesse aprendizado. As principais intervenções sobre as quais eles desejam ter mais capacitação são: meditação guiada/mindfulness; terapia comunitária; técnicas de relaxamento físico e respiração e terapia de solução de problemas. A residência teve uma contribuição considerada insuficiente e o processo de trabalho nos cenários de prática foi apontado como uma importante barreira nesse contexto. Com os resultados obtidos foi possível identificar a percepção de importantes lacunas formativas sobre o uso de IP na abordagem a TMC em residentes (R2) de MFC, o que permite apontar caminhos para a elaboração de estratégias de aprimoramento.
Resumen : The growing prevalence of mental health problems, especially common mental disorders (CMD), has motivated strategies to increase primary care services resolution through the training of human resources at this level of care. The non-pharmacological approach is the main evidence-based therapeutic method for CMD and, although it is considered an essential competence of family physicians, there is insufficient use of psychosocial interventions (PI) by these professionals in the management of these disorders, with insufficient training reported as one of the main reasons. Data that can guide training strategies on this topic are scarce in the literature. This study aimed to investigate the perceptions of second-year Family and Community Medicine residents (R2) of residency programs in Minas Gerais about the use of PI, the learning of these interventions and the training demands around them, in approach to TMC. Therefore, a descriptive, cross-sectional, quantitative study was carried out through an online semi-structured questionnaire aimed at residents. Data were collected between October and November 2020 and analyzed using descriptive statistics. Of the 102 identified R2 residents, 46 (45.1%) participated in the survey and represent 83.3% of the invited programs. Residents are mostly women (67.4%), with an average age of 30 years and graduates from private institutions (62.2%). Almost all of them (93.5%) claim to use PI for the CMD approach, but although the majority (81.4%) perceive improvement in patients, only 53.4% apply them in more than half of the cases of TMC. The majority (69.6%) know and apply from one to six of the 13 reference PIs presented in the questionnaire, and the most applied and in which they perceive themselves as more competent are: clinical communication techniques and active listening; techniques for exploring the experience of illness and techniques for empathic response to emotions. In addition to using little, they reported having little practical skill in: problem solving therapy; behavioral activation; guided meditation/mindfulness and physical relaxation and breathing techniques. More than 78% reported experiencing difficulty in using PI and the main reasons mentioned were not perceiving themselves as having adequate training (74.4%) and their work process hindering or making this use unfeasible (57.6%). The main learning methods reported for the acquisition of skills on the subject were: self-instructional method (69.6%); theoretical classes at the residence (65.2%) and practical work in the residence service (58.7%). Despite this, 45.6% of the residents consider “little” or “none” the contribution of the residence in this learning process. The main interventions they would like to be more empowered about are: guided meditation/mindfulness; community therapy; physical relaxation techniques and breathing and problem solving therapy. The residency had a contribution considered insufficient and the work process in practice scenarios was pointed out as an important barrier in this context. With the results obtained, it was possible to identify the perception of important training gaps on the use of IP in the approach to CMD by Family and Community Medicine residents (R2), which allows to point out paths for the development of improvement strategies.
Palabras clave : Saúde mental
Transtornos mentais
Atenção Primária a Saúde
Medicina de Família e Comunidade
Educação médica
Residência médica
Mental health
Mental disorders
Primary Health Care
Family and Community Medicine
Medical education
Medical residency
CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE
Idioma: por
País: Brasil
Editorial : Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Sigla de la Instituición: UFJF
Departamento: Faculdade de Medicina
Programa: Mestrado Profissional em Saúde da Família (Profsaude)
Clase de Acesso: Acesso Aberto
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
Licenças Creative Commons: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
DOI: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00126
URI : https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13077
Fecha de publicación : 16-jun-2021
Aparece en las colecciones: Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAUDE/ MPSF)



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