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Tipo: Dissertação
Título: Autoavaliação do estado de saúde em mulheres privadas de liberdade em Juiz de Fora - MG
Autor(es): Aquino, Lidiane Castro Duarte de
Primeiro Orientador: Cruz, Danielle Teles da
Co-orientador: Leite, Isabel Cristina Gonçalves
Membro da banca: Constantino, Patrícia
Membro da banca: Paula, Janice Simpson de
Resumo: Aproximadamente 5% da população prisional brasileira é composta por mulheres e a taxa de encarceramento feminino tem crescido exponencialmente nos últimos anos, tornando-se proporcionalmente maior quando comparada à taxa de encarceramento masculino. A maior parte das mulheres privadas de liberdade apresenta situação prévia de vulnerabilidade social, que repercute no processo de adoecimento, e o encarceramento tende a potencializar essas questões, refletindo de forma prejudicial nas condições de saúde, seja no aspecto do bem-estar físico, mental ou social. A autoavalição do estado de saúde é um preditor de morbi-mortalidade e importante indicador de saúde e qualidade de vida das populações. Por ser um avaliador robusto e multidimensional, sua aplicação no contexto do encarceramento parece particularmente útil. Assim sendo, o objetivo do presente estudo foi verificar a prevalência da autoavaliação ruim do estado de saúde e os fatores associados em mulheres acauteladas em uma unidade prisional de Juiz de Fora – MG. Trata-se de um estudo transversal, realizado por meio de censo, com participação de 99 mulheres acauteladas no Anexo Feminino Eliane Betti, em Juiz de Fora – MG. A coleta de dados foi realizada entre os meses de setembro de 2019 e fevereiro de 2020. Foram elegíveis todas as mulheres com no mínimo 30 dias de reclusão, independente do regime penal. O instrumento de coleta de dados foi composto por questões semiestruturadas e por escalas padronizadas, sendo organizado em três grandes blocos temáticos: Bloco 1 – Características socioeconômicas e demográficas; Bloco 2 – Condições de saúde e Bloco 3 – Condições de vida na unidade prisional. Os dados foram processados em um banco de dados criado por meio do software Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 15.0, sendo o nível de significância do estudo de 5%. As participantes foram classificadas de acordo com a autoavaliação do estado de saúde. Para a análise dos fatores associados ao desfecho, foi construído um modelo teórico de determinação com três blocos hierarquizados de variáveis. Foram estimadas razões de prevalência brutas, por meio do teste Qui-quadrado (χ²), e ajustadas por regressão de Poisson. A prevalência de autoavaliação ruim da saúde foi de 31,3% (IC95% = 22,8% - 40,9%). Configuraram-se como fatores de risco para autoavaliação ruim da saúde, a pior expectativa em relação às condições de saúde pós-encarceramento (RP ajustada = 4,82; IC95% 1,50–15,47), morbidade referida (RP ajustada = 4,11; IC95% 1,33– 12,65) e a presença de sintomas de ansiedade (RP ajustada = 15,20; IC95% 1,79- 128,92). Os dados revelam a ocorrência da autoavaliação ruim da saúde em aproximadamente um terço das detentas. Variáveis relacionadas às condições de saúde e do encarceramento mantiveram-se associadas ao desfecho. Estes resultados confirmam que a autopercepção da saúde está sob influência de diferentes aspectos, e reforçam que a saúde das mulheres encarceradas deve ser compreendida sob a ótica do conceito ampliado de saúde. Os achados deste estudo podem colaborar para o direcionamento de estratégias que contribuam para enfrentamento e minimização dos impactos sociais e à saúde física e mental, e que atendam de forma integral as mulheres encarceradas.
Abstract: Approximately 5% of Brazilian prison population consists of women and the rate of female incarceration has grown exponentially in recent years, becoming proportionally higher when compared to the rate of male incarceration. The majority of women deprived of liberty hold a background of social vulnerability, which has an impact on the illness process, and incarceration tends to intensify these issues, affecting health conditions harmfully, whether in the aspect of physical, mental or social welfare. Self-assessment of health status is a predictor of morbidity and mortality rates and an important indicator of health and quality of life for populations. As it is a robust and multidimensional evaluator, its application in the context of incarceration seems particularly useful. Therefore, the aim of this study was to verify the prevalence of poor self-rated health status and associated factors on incarcerated women in a prison unit in Juiz de Fora - MG. This is a cross-sectional study, carried out by means of a census, with the participation 99 women deprived of liberty in the Female Annex Eliane Betti, in Juiz de Fora - MG. Data collection was carried out from the month of September 2019 to February 2020. All women with at least 30 days in prison were eligible, regardless of penal regime. The data collection instrument was composed of semi-structured questions and standardized scales, being organized into three major thematic blocks: Block 1 - Socioeconomic and demographic characteristics; Block 2 - Health conditions and Block 3 - Living conditions in the prison unit. The data were processed in a database created using the software Statistical Package for Social Sciences (SPSS), version 15.0, with a significance level of 5%. Participants were classified according to the selfassessment of health status. For the analysis of the factors associated to the outcome, a theoretical model of determination was built with three hierarchical blocks of variables. Crude prevalence ratios were estimated using the Chi-square test (X2 ), and adjusted by Poisson regression. The prevalence of poor self-rated health was 31.3% (CI95% = 22.8% - 40.9%). Risk factors for poor self-rated health were taken as, the worst perspective regarding post-incarceration health conditions (adjusted PR = 4.82; 95% CI 1.50–15.47), reported morbidity (adjusted PR = 4.11; 95% CI 1.33– 12.65) and the presence of anxiety symptoms (adjusted PR = 15.20; 95% CI 1.79- 128.92). The data reveal the occurrence of poor self-rated health in approximately one third of the inmates. Variables related to health conditions and incarceration remained associated with the outcome. These results confirm that self-noticed health is under the influence of different aspects, and reinforce that the health of incarcerated women must be conceived from the perspective of an expanded concept of health. The findings of this study may contribute to the direction of strategies that lead to coping with and minimizing social impacts, as well as physical and mental health, and that fully assist incarcerated women.
Palavras-chave: Prisões
Mulheres
Saúde da mulher
Autoavaliação
Saúde
Estudos transversais
Prisons
Woman
Women's health
Self-assessment
Health
Cross-sectional studies
CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Sigla da Instituição: UFJF
Departamento: Faculdade de Medicina
Programa: Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
Licenças Creative Commons: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
URI: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11775
Data do documento: 30-Jul-2020
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