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dc.creatorSalvo, Fernanda-
dc.date.accessioned2024-07-18T18:52:51Z-
dc.date.available2024-07-17-
dc.date.available2024-07-18T18:52:51Z-
dc.date.issued2023-10-23-
dc.citation.issue4pt_BR
dc.identifier.urihttps://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16898-
dc.description.abstract-pt_BR
dc.description.resumoSe o real é hoje tema recorrente nas reflexões críticas da cultura, é porque vivemos num mundo onde a mídia não cessa de nos oferecer imagens, designando-as como reais. Nesse cenário, fortemente dominado pela cultura visual, estabeleceu-se uma cruzada contra o artifício. As correntes teóricas contemporâneas tendem a considerar que a função da imagem já não é imitar, mas substituir o próprio mundo real (FIGUEIREDO, 2008). Consequentemente, a ficção foi colocada sob suspeita. Sendo assim, nos perguntamos como encarar as questões provocadas pelas imagens criadas via plataformas de inteligência artificial, que embora sendo falsas, são consideradas mais reais que o real. Partindo dessa problemática inicial, buscaremos retomar, metodologicamente, as prerrogativas da Semiótica da Cultura, que a partir dos anos 1960 se desenvolveu no eixo da Escola de Tartú-Moscou. Conhecida também como semiótica sistêmica, essa corrente teórica se concentrou em estudar as mediações ocorridas entre fenômenos diversificados ou sistemas distintos de signos no interior da cultura, afim de identificar os processos de transmissão de informações, geradores da memória coletiva. Segundo tal perspectiva, do encontro e hibridização de sistemas presentes na cultura nasceriam, via mecanismos de tradução, novos códigos culturais que funcionariam como programa para desenvolvimentos posteriores. “Nesse caso, os códigos culturais são fontes de gestação da memória não- -hereditária, tal como entendeu Lótman, que se encarrega de formatar os sistemas semióticos da cultura” (MACHADO, 2003, p. 30). Para melhor compreensão dessa perspectiva, é fundamenta destacar a noção de cultura adotada pela Escola de Tartú-Moscou, conforme elucida Irene Machado: Cultura significa o processamento de informação e, consequentemente, organização em algum sistema de signos, ou de códigos culturais. Nesse sentido, a semiótica da cultura trabalha com um intervalo: a transformação da não-cultura em cultura. O que está na pauta de estudo é uma dinâmica transformadora (MACHADO, 2003, p. 33). Desse modo, somente se pode falar em cultura como um campo de manifestações interligadas que, articuladas, constroem o texto da cultura, fortemente ligado à noção de memória. Entretanto, Irene Machado sublinha: “Antes de entrar na discussão da cultura como texto é preciso estabelecer as bases da cultura como informação, onde o elemento chave é a memória – a memória não-hereditária que garante o mecanismo de transmissão e conservação” (MACHADO, 2003, p. 38). Com efeito, pode-se supor que a cultura pressupõe sistemas de signos modulados por formas de organização que configuram comportamentos adversos daqueles considerados naturais e que passarão a ser “culturalizados”. Não por acaso, a pesquisa semiótica da Escola de Tartú-Moscou teve como intuito compreender os sistemas da cultura como linguagem e os sistemas de signos como transmissores de informação. “Trata-se de uma abordagem em que todo e qualquer sistema da cultura jamais poderá ser entendido como um sistema isolado e rigorosamente acabado. Por conseguinte, um texto da cultura só pode existir como uma organização solidária de outros textos” (MACHADO, 2003, p. 51). No interior da cultura, portanto, “as semioses transformam a informação em texto e este em estrutura pensante, em memória” (MACHADO, 2003, p. 53). A partir de tais contribuições, buscaremos considerar o modo como plataformas de inteligência artificial têm introduzido na esfera midiática imagens falsas, mas absurdamente realistas, que circulam com rapidez alucinante pelas redes. Estamos nos referindo, por exemplo, às imagens do Papa Francisco trajando um casaco branco de inverno, geradas pela plataforma de inteligência artificial Midjourney. Tais imagens, falsas, não foram realizadas por um humano. De qualquer modo, elas foram apropriadas por públicos distintos ao redor do mundo e tornaram-se memes nas diversas mídias, integrando as muitas conversações sociais naquele momento de sua realização. Partindo do pressuposto de que o fenômeno da criação de imagens pela inteligência artificial esfumaça as fronteiras entre a realidade e a ficção, o que nos interessa é indagar de que modo tais sistemas de signos (as imagens artificialmente criadas) encontram e se confrontam com outros sistemas de signos presentes na cultura contemporânea, interferindo na criação da informação e dos textos da cultura, pensandos como propulsores da memória coletiva — conforme apregoaram os estudiosos ligados à Semiótica da Cultura.pt_BR
dc.languageporpt_BR
dc.publisherUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)pt_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.publisher.initialsUFJFpt_BR
dc.relation.ispartofEncontro de Semiótica do Projetopt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/br/*
dc.subjectSemiótica da culturapt_BR
dc.subjectMemóriapt_BR
dc.subjectInteligência artificialpt_BR
dc.subject.cnpqCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::COMUNICACAOpt_BR
dc.titleSemiótica da cultura e indagações sobre memória coletiva na era da inteligência artificialpt_BR
dc.typeArtigo de Eventopt_BR
dc.contributor.organizadorBraida, Fredericopt_BR
dc.contributor.organizadorNojima, Vera Lúciapt_BR
dc.contributor.organizadorCoutinho, Taís de Souza Alvespt_BR
dc.contributor.organizadorCampos, Fernanda de Façanha ept_BR
dc.contributor.organizadorFerreira, Isabela de Mattospt_BR
Appears in Collections:4º Encontro de Semiótica do Projeto



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