Universidade Federal de Juiz de Fora Pós-Graduação em Ecologia Aplicada ao Manejo e Conservação de Recursos Naturais Cassiano Ribeiro da Fonseca COMPOSIÇÃO, ESTRUTURA E DIVERSIDADE DA COMUNIDADE ARBÓREA DE UM FRAGMENTO URBANO DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL (JUIZ DE FORA, MG, BRASIL). JUIZ DE FORA 2012 ii Cassiano Ribeiro da Fonseca COMPOSIÇÃO, ESTRUTURA E DIVERSIDADE DA COMUNIDADE ARBÓREA DE UM FRAGMENTO URBANO DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL (JUIZ DE FORA, MG, BRASIL). Orientador: Prof.Dr. Fabrício Alvim Carvalho Juiz de Fora - MG Fevereiro de 2012 Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em Ecologia, da Universidade Federal de Juiz de Fora, como parte dos requisitos necessários à obtenção do Título de Mestre em Ecologia Aplicada ao Manejo e Conservação de Recursos Naturais. iii Fonseca, Cassiano Ribeiro da. Composição, Estrutura E Diversidade Da Comunidade Arbórea De Um Fragmento Urbano De Floresta Estacional Semidecidual (JUIZ DE FORA, MG, BRASIL). VIII, 52 p., 29,7 cm (Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Juiz de Fora, M.Sc., Programa de Pós-graduação em Ecologia Aplicada ao Manejo e Conservação de Recursos Naturais , 2012. Dissertação (Mestrado em Ecologia)-Universidade Federal de Juiz de Fora, 2012. 1. Diversidade Arbórea, 2. Grupos Ecológicos, 3. Espécies Exóticas, 4.Floresta Estacional Tropical, 5.Floresta Urbana. I. ICB/ UFJF II. Título (série) iv COMPOSIÇÃO, ESTRUTURA E DIVERSIDADE DA COMUNIDADE ARBÓREA DE UM FRAGMENTO URBANO DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL (JUIZ DE FORA, MG, BRASIL). Cassiano Ribeiro da Fonseca Orientador: Prof. Dr. Fabrício Alvim Carvalho Aprovada em 09 de fevereiro de 2012 _____________________________________________________ Prof. Dr. Fabrício Alvim Carvalho Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF (Orientador) _____________________________________________________ Prof. Dr. Marcelo Trindade Nascimento Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF _____________________________________________________ Profa. Dra. Fátima Regina Gonçalves Salimena Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em Ecologia, da Universidade Federal de Juiz de Fora, como parte dos requisitos necessários à obtenção do Título de Mestre em Ecologia Aplicada ao Manejo e Conservação de Recursos Naturais. v Dedico esta dissertação aos meus pais, Sérgio e Martha, por toda confiança em mim depositada, a minha namorada Vanessa por todo amor, compreensão e apoio em todos os momentos. vi AGRADECIMENTOS Ao Programa de Pós Graduação em Ecologia Aplicada ao Manejo e Conservação de Recursos Naturais (PGECOL-UFJF); pela infraestrutura, auxílio financeiro no projeto, e aquisição dos equipamentos de campo. Ao Prof. Dr. Fabrício Alvim Carvalho, por ter me ensinado os caminhos da ecologia e das ciências florestais, pela orientação, confiança, amizade, profissionalismo e incrível disposição de trabalho. Ao Herbário Professor Leopoldo Krieger (CESJ), na figura de seu curador Prof. Dr. Vinícius Antonio de Oliveira Dittrich; e Prof ª Drª.Fátima Regina Gonçalves Salimena. Aos pesquisadores João Marcelo A. Braga (JBRJ), Daniel S. Pifano (IF-Goiano), Berenice C. Campos (UFJF), Carol Matozinhos e Juliana Amaral, pela colaboração na identificação do material botânico. Aos colegas do herbário (CESJ), Murilo Garcia, Marco Manhães e Rosângela, por todo auxílio técnico, e também a boa prosa mineira na hora dos cafés. Ao parceiro de campo e guardião da Mata do Krambeck, Zé Carlos. Aos amigos e parceiros do Laboratório de Ecologia Vegetal ,Wagner, Amanda, Daniel, Rafaela, Breno, Pablo e Zé Hugo, por todo auxílio nas coletas de campo. Aos amigos da pós-graduação; Filipe Souza, Márcio Malafaia, Luiza Paiva, Clarice Silva e Eduardo Amorin, por todos os momentos compartilhados nessa nossa maratona científica. Aos colegas Ricardo Loyola e Munike Rezende, pelo apoio logístico. Ao amigo Miguel G. Villaça pela elaboração do mapa. Ao grande amigo Dr. Arthur Sérgio Mouço Valente, por ter sempre acreditado nesse projeto. À Fundação de Amparo a pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG), pelo apoio financeiro (Projeto APQ 04438/10). À Fundação de Amparo a pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG), por intermédio do PGECOL-UFJF, pela bolsa concedida. Agradeço aos professores da banca de mestrado, ao Prof.Dr. Marcelo Trindade Nascimento , por fazer sugestões que muito enriqueceram o trabalho, e juntamente com a Profª Drª Fátima Regina Gonçalves Salimena, pelas contribuições valiosas. vii RESUMO (Composição, estrutura e diversidade da comunidade arbórea de um fragmento urbano de floresta estacional semidecidual (Juiz de Fora, MG, Brasil)). Este estudo visou avaliar a a estrutura e a diversidade da comunidade arbórea de um pequeno fragmento (2 ha) de floresta estacional semidecidual urbana pertencente ao Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora, município de Juiz de Fora, MG, Brasil. As árvores (DAP ≥ 5 cm) foram amostradas em 25 parcelas aleatórias de 20 x 20 m (1 ha). Foram amostrados 2491 indivíduos, sendo 437 mortos em pé e 2054 indivíduos vivos, pertencentes a 78 espécies, 62 gêneros e 33 famílias. As espécies mais importantes na comunidade foram Miconia latecrenata, Anadenanthera colubrina, Vismia guianensis, Syzygium jambos, Xylopia sericea, Miconia cinnamomifolia, Eugenia sp1, Brosimum guianense, Lacistema pubescense, Casearia arborea, que juntas somaram 72,3% do VI. Houve forte predominância de espécies de ocorrência “frequente” na flora de MG, e de espécies de estágios sucessionais iniciais (pioneiras e secundárias iniciais). A grande maioria das espécies (76,9%) e indivíduos (87,1%) apresentou dispersão zoocórica. Como reflexo da forte dominância ecológica, o valor do índice de diversidade de espécies de Shannon (H’ = 2,82 nats.ind-1) foi o mais baixo em comparação com florestas secundárias de mesma fitofisionomia da região. A comunidade apresentou elevada densidade da espécie exótica Syzygium jambos (a 4ª em VI), potencial invasora em florestas neotropicais. As 437 árvores mortas em pé representam 17,5% do total de indivíduos, valor muito alto em comparação com outras florestas secundárias da região. A distribuição diamétrica da comunidade e principais populações foi do tipo “J-reverso”, com grande concentração de indivíduos nas primeiras classes, mostrando alta capacidade regenerativa. Devido a grande presença de indivíduos de pequeno porte, a área basal obtida foi de 20,5 m².ha⁻¹, valor baixo para florestas da região. Uma análise de correspondência segmentada (DCA) da composição quantitativa (densidade absoluta) de espécies resultou em uma divisão forte, sendo encontrado autovalor de 0,70 para o eixo 1, mostrando que o fragmento apresenta elevada heterogeneidade interna. Os resultados mostram que embora o fragmento florestal possua longo tempo de regeneração natural (> 70 anos de abandono), apresenta uma comunidade arbórea imatura e de diversidade relativamente baixa, seguindo o padrão normalmente atribuído a florestas urbanas, tanto no Brasil como em nível mundial. Palavras chave: Diversidade arbórea, grupos ecológicos, espécies exóticas, floresta estacional tropical, floresta urbana, fragmentação. viii ABSTRACT (Composition, structure and diversity of the tree community of an urban Fragment of semideciduous tropical forest (Juiz de Fora, MG, Brazil)). This study aimed to assess the structure and diversity of tree community of a small fragment (2 ha) of urban semideciduous forest belonging to the Botanical Garden of the Federal University of Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, Brazil. Trees (DBH ≥ 5 cm) were sampled at 25 random plots of 20 x 20 m (1 ha). We sampled 2491 individuals, 437 standing dead and 2054 living individuals belonging to 78 species, 62 genera and 33 families. The most important species in the community were Miconia latecrenata, Anadenanthera colubrina, Vismia guianensis, Syzygium jambos, Xylopia sericea, Miconia cinnamomifolia, Eugenia sp1, Brosimum guianense, Lacistema pubescens and Casearia arborea, which together amounted to 72.3% of VI. There was a strong predominance of species occurring "frequently" in the flora of Minas Gerais, and species of early successional stages (pioneer and early secondary). The vast majority of species (76.9%) and individuals (87.1%) presented zoochorous dispersion. As a reflection of strong ecological dominance, the index value of species diversity (Shannon H '= 2.82 nats.ind -1 ) was the lowest compared with other secondary forests of similar vegetation types in the region. The community also has a high density of the exotic Syzygium jambos (the 4 th in VI), potentially invasive in Neotropical forests. The 437 standing dead trees represent 17.5% of individuals, a high proportion in comparison with other secondary forests in the region. The diameter distribution of the community and principal populations was like "reverse-J", with a large concentration of individuals in the first class, showing high regenerative capacity. Due to the large presence of small individuals, the basal area obtained, 20.5 m².ha⁻¹, was low in comparison with other secondary forests. The detrended correspondence analysis (DCA) of quantitative (absolute density) of species, resulted in a strong division, with eigenvalue of 0.70 for axis 1, showing that the fragment has a high heterogeneity. Together, the results show that although the forest fragment has a long time of natural regeneration (> 70 years of abandonment), presents an immature tree community with relatively low diversity, following the pattern usually attributed to urban forests worldwide. Keywords: Tree diversity, ecological groups, exotic species, tropical seasonal forest, urban forest, fragmentation. 1 SUMÁRIO RESUMO ................................................................................................................................. vii ABSTRACT ...........................................................................................................................viii Introdução ................................................................................................................................. 2 Material e métodos ................................................................................................................... 5 Área de estudo......................................................................................................................... 5 Amostragem da vegetação .................................................................................................... 10 Análise dos dados ................................................................................................................. 10 Grupos ecológicos ................................................................................................................. 12 Resultados e discussão ............................................................................................................ 13 Suficiência amostral .............................................................................................................. 13 Composição florística e fitossociológica .............................................................................. 14 Diversidade ........................................................................................................................... 20 Estrutura ................................................................................................................................ 22 Análise de gradientes ............................................................................................................ 27 Grupos ecológicos ................................................................................................................. 29 Considerações finais ............................................................................................................. 32 Referências bibliográficas ...................................................................................................... 33 Anexos: .................................................................................................................................... 40 2 INTRODUÇÃO Uma das principais conseqüências do aumento da população humana é a transformação das paisagens naturais e suas funções ecológicas. A conversão da paisagem natural em áreas urbanas tende a ser mais severa do que em áreas agrícolas, pois acarreta na devastação quase completa da vegetação nativa, cujos remanescentes florestais, além de serem geralmente de pequenas dimensões, estão sujeitos à presença de fortes barreiras físicas para a dispersão da fauna e flora nativa, introdução de fauna e flora exótica e alteração das condições microclimáticas, principalmente temperatura e umidade (MCKINNEY, 2006). Tais fatores agem de diferentes formas e sob diferentes magnitudes, e as condições intrínsecas de cada fragmento florestal (ex. tamanho, forma, topografia, condições edáficas e microclimáticas) exercem grande influência na estrutura e composição da comunidade (ALVEY, 2006; MCKINNEY; 2008). O termo “fragmento florestal urbano” é utilizado para designar a vegetação dentro e no entorno de áreas urbanas, sujeitas à constante pressão antrópica (ALVEY, 2006). As florestas urbanas apresentam grande importância ambiental por diversos motivos: contribuem na retenção da riqueza e diversidade dos ecossistemas naturais, e melhoram o bem estar humano através da regulação do clima, poluição do ar, redução de ruído, recreação, educação ao ar livre e estética (NILON, 2011). Além disso, informações sobre os padrões ecológicos de uma floresta urbana podem ser usados como parâmetros para subsidiar ações de recuperação e restauração ecológica em nível local (ALVEY, 2006). Apesar da importância das florestas urbanas para a manutenção da biodiversidade (ALVEY, 2006; NILON, 2011), a disponibilidade de informações ecológicas em áreas urbanas ainda é muito limitada, como destacado por Marris (2009), que mostrou que apenas 3% dos trabalhos científicos sobre meio ambiente publicados nas principais revistas científicas de ecologia entre os anos de 2005 e 2009 foram desenvolvidos em áreas urbanas. Ou seja, trata-se de uma lacuna de informações justamente para as áreas com maior necessidade de serviços ambientais para o bem estar humano, o que limita o subsídio de ações para recuperação e conservação da biota nativa remanescente. Florestas tropicais secundárias variam consideravelmente em relação à estrutura riqueza e diversidade, pois essas variações são decorrentes de um conjunto de fatores como intensidade, duração e freqüência das perturbações (CHAZDON, 2008), além de outros 3 fatores locais como estrutura, história da paisagem, espécies regionais e também espécies exóticas (PICKETT, 1987). De acordo com Chazdon (2008), as mudanças mais importantes durante a sucessão em florestas tropicais são mudanças estruturais como o aumento da altura do dossel, da densidade de árvores (com DAP ≥ 10 cm), da área basal e da biomassa aérea, o que ocorre quando a floresta passa gradativamente pela sua “fase de construção”. O aumento da área basal e da biomassa tende a ocorrer mais rapidamente nos primeiros 25 anos do processo de sucessão, sendo altamente relacionado à presença massiva de espécies típicas destes estágios mais iniciais (pioneiras e secundárias iniciais); porém, em algumas situações, mesmo após um longo período (60 a 100 anos), a floresta tropical pode não ser capaz de recuperar totalmente sua área basal e volume como nas florestas maduras (GRAU et al., 1997; LIEBSCH et al., 2007), o que depende diretamente dos fatores que agem sobre a comunidade, especialmente das perturbações (CHAZDON, 2008). Hoje as florestas tropicais estão expostas a elevadas taxas de fragmentação e perda de biodiversidade (LAURANCE et al., 2006), formando um conjunto de pequenos fragmentos, modificados pela ação antrópica, como plantações, pastagens e áreas urbanas. Essas mudanças impõem aos fragmentos, modificações danosas e drásticas, como o efeito de borda, aumento da freqüência de incêndios e alterações ecológicas nas relações planta-animal (GARDNER et al., 2009). Uma das principais conseqüências da fragmentação é a formação de bordas, cujas estruturas físicas e biológicas se tornam significantemente alteradas, como a redução de espécies típicas de ambientes conservados.(MURCIA, 1995). Pesquisas realizadas por Chadzon (2003) em áreas agrícolas abandonadas durante 30- 50 anos, em várias regiões tropicais, possibilitaram avaliações dos efeitos do tempo de uso da terra em relação à recuperação florestal, sugerindo padrões bem definidos: a velocidade de recuperação é acelerada se o uso da terra for de baixa intensidade, se as áreas recuperadas são relativamente pequenas, se os solos são férteis, e se existem remanescentes florestais próximos. Sobre outra ótica, quando avaliamos florestas tropicais secundárias no ambiente urbano podemos perceber que a complexidade da natureza no ambiente urbano pode exercer importante influência sobre a biodiversidade local (MCKINNEY, 2008). As florestas urbanas estão sujeitas a impactos antrópicos frequentes e tendem a possuir estrutura tipicamente secundária, com fortes barreiras para a progressão da sucessão florestal, o que promove uma gradativa homogeneização da biodiversidade em nível regional (MCKINNEY, 2006). Entretanto, a proximidade de remanescentes florestais íntegros, que funcionem como fonte de 4 dispersão de propágulos, pode acelerar o processo de regeneração, funcionando como estoque de sementes e disponibilizando agentes dispersores; ao contrário, a ausência destas fontes pode retardar ou provocar a estagnação do processo de sucessão, criando um ambiente propício ao sucesso no estabelecimento da flora colonizadora por um longo período (GUARIGUATA e OSTERTAG, 2001). Embora o município de Juiz de Fora possua cerca de 20% do seu território coberto por florestas nativas, a maioria resultante do abandono de plantações de café, que totalizam cerca de 28.360 hectares de Floresta Atlântica (SCOLFORO e CARVALHO, 2006), apenas uma pequena porção (ca. 4,1%) encontra-se protegida em Unidades de Conservação ou em áreas ambientais tombadas (PMJF, 2008). Neste cenário está a área do presente estudo, uma floresta urbana de pequenas dimensões (ca. 2 ha) pertencente ao recém-criado (ano de 2009) Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora, localizada em plena matriz urbana do município. Considerando o atual estágio de conhecimento limitado a respeito da flora na região de Juiz de Fora, e a necessidade de informações elementares para subsidiar ações de restauração florestal, o objetivo do presente trabalho foi realizar o estudo da composição, estrutura e diversidade, da comunidade arbórea de um fragmento urbano de floresta estacional semidecidual, e avaliar se os padrões observados estão de acordo com fragmentos secundários em processo de regeneração, a aproximadamente 70 anos. Há de se mencionar que, de acordo com o Atlas de Biodiversidade de Minas Gerais (DRUMMOND et al., 2005), o município de Juiz de Fora é considerado de importância biológica “muito alta”, tendo como base a riqueza de espécies ameaçadas, endêmicas e de ocorrência restrita, e a grande pressão da urbanização. 5 MATERIAL E MÉTODOS Área de estudo O estudo foi desenvolvido em um fragmento de Floresta Atlântica pertencente ao Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora (JB-UFJF), no município de Juiz de Fora, Zona da Mata do Estado de Minas Gerais, Brasil (Figura 1). O JB-UFJF integra o remanescente florestal denominado “Mata do Krambeck”, uma extensa mancha de Floresta Atlântica localizada no perímetro urbano da cidade de Juiz de Fora. Este grande remanescente possui cerca de 370 ha, sendo 80 ha correspondem à área do JB-UFJF, e o restante aproximadamente 290 ha, correspondem a Área de Proteção Ambiental (APA-Mata do Krambeck). O clima é do tipo Cwa (subtropical de altitude) de acordo com Koeppen, marcado por duas estações bem definidas, uma com temperaturas mais elevadas e maior precipitação pluviométrica (outubro a abril), e outra mais fria e com menor precipitação (maio a setembro) (PMJF, 2011), segundo Staico (1976), podemos ter principalmente nas regiões de maior altitude, clima Cwb(clima temperado húmido com Inverno seco e Verão temperado). A pluviosidade média anual é próxima a 1.500 mm, com maiores índices no mês de janeiro (~300 mm), enquanto que a média térmica anual oscila em torno de 18,9ºC (PMJF, 2011). A área está inserida na região de planaltos cristalinos rebaixados, localizada no ambiente serrano da mesorregião da Zona da Mata Mineira, possuindo altitudes entre 670 e 750 m (FEAM, 2011). O relevo é formado por rochas muito antigas basicamente gnaisses e granitos, solos caracterizados predominantemente por Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico (FEAM, 2011). A vegetação florestal é classificada como Floresta Estacional Semidecidual Montana (VELOSO et al., 1991). O fragmento florestal estudado possui cerca de 2 ha, isolado do grande remanescente do JB-UFJF em distância mínima de cerca de 300 m, estando na divisa do JB-UFJF com a área urbanizada e de pastagens (coordenadas centrais do fragmento 23K 668706.10E; 7595560.93S, Datum SAD 69; Figura 1). A altitude média das parcelas foi de 710 m : mínimo 678 m e máximo 725 m. Segundo informações de antigos moradores do local, este fragmento é resultante de regeneração florestal natural após abandono de plantio de café a pouco mais de 70 anos atrás. No decorrer de sua regeneração esteve em contato direto com pastagem abandonada, predominantemente de braquiária (Urochloa decumbens) e capim-gordura (Melinis 6 minutiflora), e sujeito à pressão da crescente urbanização adjacente, sofrendo recorrentes perturbações antrópicas como queimadas, corte seletivo de madeira, e introdução de espécies domésticas. É possível observar lixo e vestígios de corte seletivo em partes de sua área, ao longo de suas bordas, e da trilha que atravessa o fragmento.( Figura 2) 7 Figura 1 – Localização geográfica e delimitação física (área pontilhada) do fragmento florestal estudado no Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. Fonte da imagem: Google Earth, 2006. 8 Figura 2- Detalhes do interior do fragmento florestal estudado no Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. Corte seletivo de madeira (a), perfil vertical menos adensado (b), ocorrência de lixo (c), perfil vertical mais adensado (d). Fotos: C.R. Fonseca. a b c c d c 9 Figura 3-Disposição das parcelas ao longo da área de estudo.Fonte da imagem: Google Earth, 2006. 10 Amostragem da vegetação A amostragem da vegetação seguiu o protocolo padrão adaptado das fitofisionomias florestais dos biomas Cerrado e Pantanal (FELFILI et al., 2005), que contempla as características estruturais das florestas estacionais neotropicais. Para a amostragem a área total do fragmento florestal foi delimitada como universo amostral, sendo gradeada em parcelas de 20 x 20 m para o sorteio das unidades amostrais. Em seguida foi realizado o sorteio das 25 parcelas distribuídas aleatoriamente no fragmento florestal, totalizando uma área amostral de um hectare (10.000 m²).(Figura 3) Todos os indivíduos arbóreos, vivos (exceto lianas) e mortos em pé, com DAP ≥ 5 cm (DAP = diâmetro à altura do peito a 1,30 m acima do nível do solo) presentes nas parcelas foram medidos quanto ao DAP e altura, e identificados. O Material botânico (fértil ou vegetativo) foi coletado para identificação em herbário ou envio a especialistas. O material vegetativo foi depositado na coleção do Laboratório de Ecologia Vegetal do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Juiz de Fora. A coleção da flora arbórea do município tombada no herbário CESJ proveniente do trabalho de Pifano et al. (2007) foi utilizada como principal fonte de comparação e números de registro de herbário. A grafia do binômio específico e a abreviação do nome das autoridades seguem o site da Lista de Espécies da Flora do Brasil 2012. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012). A classificação das espécies seguiu o sistema APG III (2009), e a classificação quanto aos nomes populares seguiu o proposto por Oliveira-Filho e Scolforo (2008). Análise dos dados A suficiência amostral foi avaliada através da curva de acúmulo de espécies por parcelas (curva do coletor) e do cálculo do erro padrão para os parâmetros densidade e área basal por parcela, assumindo como limite satisfatório de erro o valor de 10% (CARVALHO e FELFILI, 2011). Estes cálculos foram realizados no software Microsoft Office Excel ® 2007. Para a descrição da comunidade arbórea foram calculados os seguintes parâmetros fitossociológicos das espécies: riqueza (número) de espécies (S), número de indivíduos (DA), área basal total e individual (ABt e ABi), freqüência relativa (FR), densidade relativa (DR), dominância relativa (DoR), valor de importância (VI = soma FR, DR e DoR) (KENT e COKER, 1992). Estes cálculos foram realizados no software Microsoft Office Excel ® 2007. 11 A diversidade de espécies foi analisada através do índice de diversidade de Shannon- Wiener (H’), que considera a transformação logarítmica da densidade das espécies, sendo mais influenciado pelas espécies de menor densidade (MAGURRAN, 2004). O índice de eqüabilidade de Pielou (J), baseado em H’, foi utilizado para estimativa da uniformidade da comunidade. Os estimadores não-paramétricos “Jackknife” de 1ª ordem e 2ª ordem foram utilizados para projetar a riqueza de espécies máxima alcançada a partir da heterogeneidade das amostras (HELTSCHE e FORRESTER, 1983). Estas análises foram realizadas no software PAST version 2.10 (HAMMER et al., 2001). Análises de distribuição diamétrica, expressas em gráficos com intervalos fixos de 5 cm, foram realizadas tanto para a comunidade (indivíduos vivos e indivíduos mortos em pé) quanto para as cinco populações de maior VI na comunidade. Os gráficos foram criados no programa Microsoft Office Excel 2007, utilizando-se os ajustes logarítmicos para as respectivas curvas de tendências (CARVALHO e NASCIMENTO, 2009). Conforme realizado por Carvalho et, al.(2010a), uma análise de Qui-quadrado (χ2) foi aplicada para avaliar se as distribuições dos indivíduos mortos em pé presentes nas parcelas ocorriam de forma agrupada (P < 0,05) ou estocástica (P > 0,05). Complementarmente, correlações de Spearman (rs) foram aplicadas para analisar se as densidade dos indivíduos mortos em pé eram dependentes da densidade de indivíduos vivos. Estas análises foram realizadas no software PAST version 2.10 (HAMMER et al., 2001). Uma análise de correspondência segmentada (DCA) foi aplicada para avaliar a substituição das espécies ao longo do espaço (gradiente ambiental). Esta técnica de análise indireta de gradientes é utilizada em estudos ecológicos de comunidades para ordenar de forma integrada os dados de espécies em relação às suas unidades amostrais, e seu resultado expressa o produto da variabilidade na distribuição das espécies pelas unidades amostrais ao longo da comunidade (LEPŠ e ŠMILAUER 2005). Para a realização da DCA foi elaborada uma matriz de densidade de espécies por parcelas, sendo incluídas apenas as espécies com mais de 10 indivíduos. Felfili et al. (2011) sugerem a eliminação de espécies de baixa densidade da análise de DCA, pois as espécies com baixas densidades influenciam pouco nos resultados da ordenação em estudos de vegetação, e para evitar o problema das espécies de baixa densidade (raras). Com exceção deste recurso, os dados de espécies não sofreram padronização ou transformação, uma vez que estiveram na mesma escala. Estas análises foram realizadas no software PAST version 2.10 (HAMMER et al., 2001). 12 Grupos ecológicos Para auxiliar nas interpretações ecológicas da comunidade, as espécies foram enquadradas em três grupos ecológicos: grupo status de conservação, grupo ecofisiológico e grupo de síndromes de dispersão. A determinação do status de conservação seguiu as classes propostas por Oliveira-Filho e Scolforo (2008), baseadas na freqüência relativa da espécie nas 190 listagens que compõem o inventário da florestal de Minas Gerais, sendo: A (Abundante) = >60%; C (Comum) = >40% a 60%; F (Freqüente) = >25% a 40%; O (Ocasional) = >15% a 25%; R (Rara) = >7,5% a 15%; MR (Muito Rara) = >2,5% a 7,5%; RR (Raríssima) = <2,5%. A classificação em grupos ecofisiológicos também seguiu o proposto por Oliveira- Filho e Scolforo (2008), com as espécies classificadas de acordo com suas características ecológicas e sucessionais, tendo como principal fator de inclusão nas categorias, a quantidade de luz disponível para seu desenvolvimento, sendo: P (Pioneiras) = espécies que são mais dependentes de luz para seus processos fisiológicos do que as demais categorias, tendendo a ocorrer nas clareiras, nas bordas ou em locais abertos fora de floresta, pouco freqüentes em sub-bosque; SI (secundárias iniciais) = espécies que apresentam dependência intermediaria de luz, podendo se desenvolver nas clareiras, bordas ou sub-bosque onde tendem a ocorrer em áreas menos sombreadas estando ausentes em áreas muito sombreadas; ST (secundárias tardias) = espécies que são menos dependentes de luz para os processos fisiológicos, tendendo a apresentar uma maior ocorrência no sub-bosque podendo permanecer por toda a sua vida nesse ambiente, ou romper o sub-bosque e se estabelecer no dossel, ou ainda ser uma emergente; CL (clímax) = espécies cujas sementes podem germinar sob um dossel florestal, e cujas mudas são capazes de estabelecer em ambientes de sombra, as mudas podem sobreviver na sombra por alguns anos, até se estabelecerem como árvores. A classificação quanto às síndromes de dispersão de suas sementes seguiu o estabelecido por van der Pijl (1982), sendo as espécies classificadas em: Zoo (zoocóricas) = espécies que apresentam diásporos adaptados à dispersão por animais; Ane (anemocóricas) = espécies com diásporos adaptados a dispersão pelo vento; Aut (autocóricas) = espécies que possuem autodispersão. Em casos onde a espécie não pode ser classificada por falta de informações, foi estabelecida a categoria NC (não classificada). 13 RESULTADOS E DISCUSSÃO Suficiência amostral A curva do esforço do coletor (Figura 4) apresentou uma progressiva redução no acúmulo de espécies culminando em um achatamento e estabilidade da curva nas três últimas parcelas. Em termos estruturais, os erros padrões obtidos para densidade (Média = 82 ind.; EP = 5,5%) e área basal (Média = 0,82 m 2 ; EP = 7,6%) das parcelas estiveram abaixo do limite aceitável de 10%, resultados que mostram que a amostragem foi representativa para abranger florística e estruturalmente a comunidade estudada (CARVALHO e FELFILI, 2011). 20 30 40 50 60 70 80 90 P 1 P 2 P 3 P 4 P 5 P 6 P 7 P 8 P 9 P 1 0 P 11 P 1 2 P 1 3 P 1 4 P 1 5 P 1 6 P 1 7 P 1 8 P 1 9 P 2 0 P 2 1 P 2 2 P 2 3 P 2 4 P 2 5 N ú m er o d e es p éc ie s Parcelas Figura 4 – Curva de acúmulo de espécies por parcelas (curva do coletor) amostradas no fragmento florestal estudado no Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. 14 Composição florística e fitossociológica Os 2054 indivíduos vivos estiveram distribuídos em 78 espécies pertencentes a 33 famílias e 62 gêneros (Tabela 1). Do total de espécies registradas, 68 foram identificadas a nível específico (87,1% do total), quatro ao nível de gênero (5,1%), e seis permaneceram identificadas ao nível de família ou indeterminadas (7,7%), destacando-se aqueles pertencentes à família Myrtaceae (Tabela 1). Dentre as famílias de maior riqueza estão Fabaceae (9 espécies), Lauraceae (7) e Myrtaceae (7), Annonaceae (5) e Melastomataceae (5), incluindo os gêneros Miconia e Ocotea (5 espécies cada) como os mais ricos (Tabela 1). Estes padrões florísticos estão de acordo com os descritos por Oliveira-Filho et al. (2006) para o domínio da floresta estacional montana no Sudeste do Brasil. A Tabela 1 apresenta a estrutura fitossociológica do fragmento florestal, no Anexo 2 temos a classificação quanto as denominações vulgares (populares). Observa-se uma comunidade com uma forte dominância específica, com uma grande concentração dos valores de importância, VI (72,3%) distribuídos nas dez primeiras espécies (Tabela 1), sendo estas: Miconia latecrenata, Anadenanthera colubrina, Vismia guianensis, Syzygium jambos; Xylopia sericea; Miconia cinnamomifolia; Eugenia sp1, Brosimum guianense, Lacistema pubescens e Casearia arborea. Embora estas espécies representem apenas 13,7% do total de espécies da comunidade, juntas elas englobam 84,2% e 81,7% da densidade e dominância total, respectivamente. Das espécies mais importantes na comunidade, destaque para Miconia latecrenata, uma pioneira cujo mais alto %VI em relação às de mais (14,8%) deve-se à sua forte contribuição na densidade, com 460 indivíduos representando 22,4% do total. Já a pioneira Anadenanthera colubrina, segunda maior em %VI (11,1%), embora apresente baixa densidade relativa, destacou-se pela forte dominância relativa (22,8%), um reflexo do grande porte atingido por seus indivíduos. A densidade relativa também é um fator importante para a espécie pioneira Vismia guianensis, a terceira mais importante em %VI (8,8%) e cujos 274 indivíduos correspondem a 13,3% do total. Um maior balanço entre densidade e dominância foi observado paras as espécies de quarto e quinto maiores %VIs, a exótica Syzygium jambos (7,5%) e a pioneira Xylopia sericea (7,4%), respectivamente. 15 Tabela 1 – Parâmetros fitossociológicos das espécies arbóreas amostradas no fragmento florestal no Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. Espécies ordenadas de forma decrescente segundo o VI. Siglas: GE: grupo ecofisiológico (PI: pioneira; SI: secundária inicial; ST: secundária tardia; NC: não classificada); GC: grupo de status de conservação (A: abundante; C: comum; F: frequente; O: ocasional; R: rara; MR: muito rara; RR: raríssima); SD: síndrome de dispersão (Zoo: zoocórica; Ane: anemocórica; Aut: autocórica); DA: densidade absoluta (.ha -1 ); AB: área basal (m 2 .ha -1 ); DR: densidade relativa; DoR: dominância relativa; FR: freqüência relativa; VI: valor de importância; %VI: valor de importância em porcentagem; Coletor: número de registro do coletor; Herbário: número de registro no herbário CESJ (PIFANO et al., 2007). *Espécies exóticas. Espécie GE GC SD DA AB DR DoR FR VI %VI Coletor Herbário Miconia latecrenata (DC.) Naudin PI F Zoo 460 3,259 22,4 15,92 6,03 44,35 14,8 C.R.Fonseca 22 35051 Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan PI O Ane 165 4,674 8,03 22,83 2,51 33,38 11,1 C.R.Fonseca 19 33551 Vismia guianensis (Aubl.) Choisy PI MR Zoo 274 1,503 13,34 7,34 5,78 26,46 8,8 C.R.Fonseca 03 12485 *Syzygium jambos (L.) Alston NC NC Zoo 182 1,497 8,86 7,31 6,28 22,45 7,5 C.R.Fonseca 53 33536 Xylopia sericea A.St.Hil. PI F Zoo 154 1,786 7,5 8,72 6,03 22,25 7,4 C.R.Fonseca 30 35711 Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin PI F Zoo 107 1,773 5,21 8,66 4,52 18,39 6,1 C.R.Fonseca 128 35049 Eugenia sp1 NC NC Zoo 132 0,436 6,43 2,13 5,78 14,33 4,8 C.R.Fonseca 04 - Brosimum guianense (Aubl.) Huber SI O Zoo 85 0,899 4,14 4,39 5,03 13,55 4,5 C.R.Fonseca 27 40088 Lacistema pubescens Mart. SI O Zoo 118 0,571 5,74 2,79 4,52 13,06 4,4 C.R.Fonseca 15 34182 Casearia arborea (Rich.) Urb. PI F Zoo 53 0,33 2,58 1,61 4,52 8,71 2,9 C.R.Fonseca 46 34748 Jacaranda micrantha Cham. SI R Ane 21 0,23 1,02 1,12 3,02 5,16 1,7 C.R.Fonseca 267 32497 Myrcia splendens (Sw.) DC. PI C Zoo 27 0,102 1,31 0,5 2,76 4,57 1,5 C.R.Fonseca 543 34171 *Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze SI MR Ane 11 0,449 0,54 2,19 1,76 4,49 1,5 C.R.Fonseca 851 19909 Nectandra oppositifolia Nees PI F Zoo 17 0,179 0,83 0,87 2,26 3,96 1,3 C.R.Fonseca 159 35664 Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez PI O Zoo 14 0,129 0,68 0,63 2,51 3,82 1,3 C.R.Fonseca 330 52980 Croton floribundus Spreng. PI MR Aut 17 0,127 0,83 0,62 2,26 3,71 1,2 C.R.Fonseca 113 31026 Xylopia brasiliensis Spreng. SI MR Zoo 12 0,176 0,58 0,86 2,26 3,7 1,2 C.R.Fonseca 76 38783 Siparuna guianensis Aubl. SI F Zoo 11 0,029 0,54 0,14 2,01 2,69 0,9 C.R.Fonseca 834 31616 *Eucalyptus sp1 NC NC Aut 2 0,404 0,1 1,98 0,5 2,58 0,9 C.R.Fonseca 1878 - 16 Matayba elaeagnoides Radlk. SI R Zoo 13 0,099 0,63 0,48 1,26 2,37 0,8 C.R.Fonseca 01 38613 Ocotea velloziana (Meisn.) Mez SI R Zoo 6 0,163 0,29 0,8 1,26 2,35 0,8 C.R.Fonseca 86 20722 Pouteria guianensis Aubl. PI R Zoo 10 0,164 0,49 0,8 1,01 2,29 0,8 C.R.Fonseca 1081 31442 Casearia sylvestris Sw. PI C Zoo 8 0,042 0,39 0,21 1,51 2,1 0,7 C.R.Fonseca 95 35581 Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. PI RR Aut 10 0,112 0,49 0,55 1,01 2,04 0,7 C.R.Fonseca 1814 34781 Aegiphila integrifolia (Jacq.) B.D.Jackson PI RR Zoo 6 0,031 0,29 0,15 1,51 1,95 0,7 C.R.Fonseca 059 - Psychotria vellosiana Benth. SI F Zoo 7 0,036 0,34 0,18 1,26 1,77 0,6 C.R.Fonseca 2244 34565 Alchornea triplinervia (Spreng.) Mull.Arg. PI F Zoo 4 0,075 0,19 0,37 1,01 1,57 0,5 C.R.Fonseca 164 27759 Euterpe edulis Mart. ST O Zoo 4 0,065 0,19 0,32 1,01 1,52 0,5 C.R.Fonseca 459 33362 Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. PI C Zoo 6 0,03 0,29 0,14 1,01 1,44 0,5 C.R.Fonseca 102 10855 Duguetia lanceolata A.St-Hil SI F Zoo 4 0,097 0,19 0,48 0,75 1,42 0,5 C.R.Fonseca 440 32569 Cupania ludowigii Somner & Ferruci PI O Zoo 5 0,016 0,24 0,08 1,01 1,32 0,4 C.R.Fonseca 1258 40092 Indeterminada sp3 NC NC NC 6 0,132 0,29 0,65 0,25 1,19 0,4 C.R.Fonseca 44 - Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex DC.) Mattos PI R Ane 10 0,031 0,49 0,15 0,5 1,14 0,4 C.R.Fonseca 1857 34788 Annona cacans Warm PI F Zoo 4 0,036 0,19 0,17 0,75 1,12 0,4 C.R.Fonseca 372 35697 Zanthoxylum rhoifolium Lam. PI R Zoo 3 0,034 0,15 0,17 0,75 1,07 0,4 C.R.Fonseca 1131 31087 Piptocarpha macropoda Baker PI F Ane 3 0,034 0,15 0,16 0,75 1,06 0,4 C.R.Fonseca 476 31412 Myrsine coriacea (Sw.) Roem. & Schult. PI R Zoo 4 0,017 0,19 0,08 0,75 1,03 0,3 C.R.Fonseca 375 38452 Guatteria sellowiana Schltdl. SI F Zoo 4 0,062 0,19 0,3 0,5 1 0,3 C.R.Fonseca 1589 8015 Trema micrantha (L.) Blume PI O Zoo 5 0,041 0,24 0,2 0,5 0,95 0,3 C.R.Fonseca 470 35383 Luehea divaricata Mart. PI MR Ane 3 0,04 0,15 0,2 0,5 0,84 0,3 C.R.Fonseca 234 7364 Dictyoloma vandellianum A.Juss PI A Ane 6 0,054 0,29 0,26 0,25 0,81 0,3 C.R.Fonseca 745 32936 Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.Macbr. SI C Zoo 2 0,084 0,1 0,41 0,25 0,76 0,3 C.R.Fonseca 2069 35326 Casearia decandra Jacq. PI O Zoo 3 0,021 0,15 0,1 0,5 0,75 0,3 C.R.Fonseca 1068 52344 Cupania oblongifolia Mart. PI R Zoo 3 0,021 0,15 0,1 0,5 0,75 0,3 C.R.Fonseca 368 32898 Marlierea sp1 NC NC Zoo 3 0,016 0,15 0,08 0,5 0,73 0,2 C.R.Fonseca 395 - Maytenus salicifolia Reissek SI MR Zoo 2 0,018 0,1 0,09 0,5 0,69 0,2 C.R.Fonseca 20 31629 Fabaceae sp1 NC NC NC 2 0,005 0,1 0,03 0,5 0,63 0,2 C.R.Fonseca 1318 - Miconia sellowiana Naudin PI F Zoo 5 0,029 0,24 0,14 0,25 0,63 0,2 C.R.Fonseca 75 8648 17 *Dracaena fragrans(L.) Ker-Gawl. NC NC Zoo 5 0,022 0,24 0,11 0,25 0,6 0,2 C.R.Fonseca 2160 - Ficus sp1. NC NC Zoo 3 0,03 0,15 0,15 0,25 0,55 0,2 C.R.Fonseca 392 - Miconia theaezans (Bonpl.) Cogn. PI R Zoo 3 0,028 0,15 0,14 0,25 0,54 0,2 C.R.Fonseca 13 8952 Cabralea canjerana (Vell.) Mart. SI MR Zoo 1 0,035 0,05 0,17 0,25 0,47 0,2 C.R.Fonseca 09 41396 Indeterminada sp1 NC NC NC 2 0,014 0,1 0,07 0,25 0,42 0,1 C.R.Fonseca 428 - Sloanea eichleri K.Schum. SI NC Zoo 1 0,021 0,05 0,1 0,25 0,4 0,1 C.R.Fonseca 33 38597 Inga cylindrica(Vell.) Mart. PI O Zoo 1 0,019 0,05 0,09 0,25 0,39 0,1 C.R.Fonseca 536 38765 Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth. PI O Ane 2 0,007 0,1 0,04 0,25 0,38 0,1 C.R.Fonseca 1060 36458 Lauraceae sp1 NC NC Zoo 1 0,017 0,05 0,08 0,25 0,38 0,1 C.R.Fonseca 619 - Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire,Steyerm. & Frodin SI O Zoo 2 0,006 0,1 0,03 0,25 0,38 0,1 C.R.Fonseca 2199 36337 Tapirira guianensis Aubl. PI A Zoo 1 0,015 0,05 0,08 0,25 0,38 0,1 C.R.Fonseca 364 34728 Platypodium elegans Vogel PI O Ane 1 0,014 0,05 0,07 0,25 0,37 0,1 C.R.Fonseca 1652 31489 Schizolobium parahyba (Vell.) S.F.Blake PI MR Ane 1 0,015 0,05 0,07 0,25 0,37 0,1 C.R.Fonseca 394 34455 Cyathea phalerata Mart. NC F Ane 1 0,01 0,05 0,05 0,25 0,35 0,1 C.R.Fonseca 899 - Melastomataceae sp1 NC NC NC 1 0,008 0,05 0,04 0,25 0,34 0,1 C.R.Fonseca 234 - Annona dolabripetala (Raddi) H.Rainer PI O Zoo 1 0,005 0,05 0,03 0,25 0,33 0,1 C.R.Fonseca 2090 31171 Ocotea bicolor Vattimo-Gil SI O Zoo 1 0,006 0,05 0,03 0,25 0,33 0,1 C.R.Fonseca 1186 50826 Alchornea glandulosa Poepp. & Endl. PI F Zoo 1 0,005 0,05 0,02 0,25 0,32 0,1 C.R.Fonseca 413 34988 Amaioua guianensis Aubl. SI F Zoo 1 0,004 0,05 0,02 0,25 0,32 0,1 C.R.Fonseca 657 36670 Myrtaceae sp3 NC NC Zoo 1 0,003 0,05 0,02 0,25 0,32 0,1 C.R.Fonseca 525 - Senna macranthera (Collad.) H.S.Irwin & Barneby PI C Zoo 1 0,004 0,05 0,02 0,25 0,32 0,1 C.R.Fonseca 726 32952 Sloanea guianensis (Aubl.) Benth. SI O Zoo 1 0,003 0,05 0,02 0,25 0,32 0,1 C.R.Fonseca 641 31098 Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O.Berg PI F Zoo 1 0,003 0,05 0,01 0,25 0,31 0,1 C.R.Fonseca 1952 36045 Erythroxylum pelleterianum A.St.-Hil. SI F Zoo 1 0,002 0,05 0,01 0,25 0,31 0,1 C.R.Fonseca 605 36452 Ilex cerasifolia Reissek SI C Zoo 1 0,002 0,05 0,01 0,25 0,31 0,1 C.R.Fonseca 80 27962 Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer PI R Zoo 1 0,002 0,05 0,01 0,25 0,31 0,1 C.R.Fonseca 749 40548 Ouratea spectabilis (Mart. & Engl.) Engl. SI F Zoo 1 0,002 0,05 0,01 0,25 0,31 0,1 C.R.Fonseca 374 20278 Pera glabrata (Schott)Poepp.ex Baill. PI C Zoo 1 0,003 0,05 0,01 0,25 0,31 0,1 C.R.Fonseca 404 36574 Solanum swartzianum Roem & Schult. PI O Zoo 1 0,002 0,05 0,01 0,25 0,31 0,1 C.R.Fonseca 1916 36673 18 Sparattosperma leucanthum (Vell.) K.Schum. PI O Ane 1 0,002 0,05 0,01 0,25 0,31 0,1 C.R.Fonseca 887 36891 TOTAL - - - 2054 20,47 100 100 100 300 100,0 - - 19 Um resultado relevante foi a grande representatividade das espécies exóticas na comunidade, especialmente da espécie Syzygium jambos (jambo-branco), a quarta maior em VI (Tabela 1). Carvalho (2005) já havia comentado a respeito do caráter invasor desta espécie de origem asiática na Floresta Atlântica do Rio de Janeiro, sendo a mesma incluída por Rejmanek e Richardson (1996) no grupo das 40 angiospermas de maior potencial invasor no mundo. De fato, estudos em florestas neotropicais a apontaram como uma invasora de elevado potencial em áreas perturbadas (KUEFFER et al., 2010). Com exceção desta espécie, as demais exóticas registradas, Eucaliptus sp1 (eucalipto), Dracaena fragrans (dracena), e Araucaria angustifólia, ocorreram com baixa densidade (Tabela 1), muito provavelmente como reflexo do plantio (ornamentação) ou baixa dispersão ocasional (descarte de sementes) na área. Esta elevada representatividade de espécies exóticas aparenta ser um padrão comum em florestas urbanas (ALVEY, 2006), pelas alterações no ambiente advindas das constantes perturbações antrópicas na matriz urbana, muito embora possam ser consideradas um grande risco à biodiversidade regional (MCKINNEY, 2006). Estes resultados destacam a necessidade de mais estudos a respeito do caráter invasor destas espécies, principalmente S. jambos na região. Foram registradas quatro espécies ameaçadas de extinção, segundo critérios da IUCN - International Union for Conservation of Nature (IUCN, 2011), Fundação Biodiversitas (2009) e Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2008), enquadradas em diferentes categorias de ameaça. Segundo a Fundação Biodiversitas as espécies, Araucaria angustifólia, e Euterpe edulis, encontram-se na categoria “Em perigo”, no entanto a espécie A. angustifólia, não ocorre naturalmente na região do estudo; Dalbergia nigra é considerada tanto pela Fundação Biodiversitas quanto pela IUCN como pertencente a categoria “Vulnerável”, e Ocotea odorifera pertence à esta mesma categoria na classificação da Fundação Biodiversitas. Porém, todas as quatro espécies estão listadas como ameaçadas de extinção na Lista de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção do Ministério do Meio Ambiente (MMA). 20 Diversidade O índice de diversidade de espécies (H’) foi de 2,82 nats.ind-1 e a eqüabilidade (J) 0,65 (Tabela 2). O valor do índice de diversidade foi o mais baixo em comparação aos encontrados em outros 15 fragmentos florestais de mesma fitofisionomia, tipo de solo e diferentes históricos de perturbação no domínio da Floresta Atlântica do Sudeste de Minas Gerais (GONZAGA et al., 2008), que atingem de 3,61 nats.ind -1 (mais perturbados) a 4,47 nats.ind -1 (mais preservados). Complementarmente, o valor de J mostra que apenas 65% da diversidade (H’) hipotética máxima foi obtida, sendo um reflexo da forte dominância exercida por um pequeno conjunto de espécies na comunidade (Tabela 1). Apesar da baixa diversidade de espécies observada pelo índice H’, as riquezas de espécies estimadas para a amostra através dos estimadores não paramétricos “Jackknife” de 1ª e 2ª ordem fora de 111 e 133 espécies, projeção esta que mostra que o fragmento pode ser capaz de suportar de 42 a 71% a mais de espécies respectivamente, evidenciando relevante heterogeneidade florística e mostrando que esta pequena mancha florestal apresenta potencial para retenção de espécies. Estes valores projetados se aproximam da riqueza real encontrada em outros fragmentos de floresta estacional semidecidual maiores e mais preservados na Zona da Mata Mineira. Em Viçosa, em inventários realizados através de parcelas totalizando área amostral de um hectare, Marangon et al.(2007) contabilizaram 146 espécies na mata da Pedreira, e Ferreira-Júnior (2007) encontrou 130 espécies no fragmento florestal da Reserva da Biologia da Universidade Federal de Viçosa. Em Juiz de Fora, em levantamentos utilizando-se parcelas, porem com áreas amostrais menores, Almeida & Souza (1997) encontraram 78 espécies arbóreas em 0,35 ha na mata da Educação Física do Campus da Universidade Federal de Juiz de Fora, e Garcia (2007) registrou 176 espécies em 0,84 ha amostrados na Reserva Biológica Municipal Santa Cândida. De maneira geral, estes resultados mostram uma riqueza mais reduzida no fragmento urbano estudado. 21 Tabela 2 – Parâmetros de riqueza e estrutura do fragmento estudado no Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. Parâmetro Valor Riqueza e diversidade Número de espécies (ha⁻¹) 78 Diversidade de espécies (H') 2,82 Equabilidade (J) 0,65 Estimador "Jackknife" de 1 a ordem 111 Estimador "Jackknife" de 2 a ordem 133 Estrutura Número de indivíduos vivos (ha⁻¹) 2054 Área basal dos indivíduos vivos (m².ha⁻¹) 20,5 Número de indivíduos mortos em pé (ha⁻¹) 437 Número de indivíduos mortos em pé (%) 17,5 22 Estrutura Os 437 indivíduos mortos em pé correspondem a 17,5% do total amostrado (Tabela 2) valor muito alto em comparação com outros estudos em florestas estacionais secundárias na região. Garcia (2007) registrou 6,0% de árvores mortas em pé em uma floresta estacional semidecidual montana em Juiz de Fora, na Reserva Biológica Municipal Santa Cândida; e em uma floresta estacional semidecidual montana em Lavras, Oliveira-Filho et al. (1994) encontraram 3,5% de árvores mortas em pé. A elevada mortalidade das árvores pode estar relacionada à maior susceptibilidade do fragmento a perturbações estocásticas, devido a alterações biológicas e físicas agravadas pelos distúrbios antrópicos, principalmente pelos efeitos de borda (MURCIA, 1995), considerando o reduzido tamanho do fragmento. Há de se mencionar que as árvores mortas em pé têm valor ecológico fundamental no processo de sucessão, pois além da ciclagem de nutrientes em si, funciona como poleiros para a avifauna, dispersora de sementes, local de nidificação, fonte indireta de alimento, entre outros (REIS et al., 2003). O conjunto de indivíduos mortos em pé apresentou distribuição estocástica (χ2 = 0,12, P = 0,73), e fortemente dependente da densidade de indivíduos vivos (rs = 0,70, P < 0,001), demonstrando que a mortalidade, além de elevada, está bem distribuída ao longo de todo o fragmento, devido muito provavelmente à forte competição por recursos entre as árvores vivas. Segundo Cunha-Neto,(1994) a mortalidade arbórea pode ser explicada sob duas categorias: mortalidade regular e irregular.A mortalidade regular ocorre principalmente pela competição e pelo desenvolvimento da senilidade arbórea, já a irregular, que ocorre com menos freqüência deve-se a fatores adversos como pragas, incêndios, secas, ou seja fatores imprevisíveis e de ocorrência pontual.Adicionalmente, a análise de distribuição de diâmetros dos indivíduos mortos em pé (Figura 5) mostra uma grande concentração nas classes de menores diâmetros, representadas pelos indivíduos mais jovens, que tendem a ser os mais susceptíveis à mortalidade na competição por recursos (Chazdon 2008). O valor da área basal obtida para os indivíduos vivos da comunidade foi 20,5 m².ha⁻¹, próximo aos descritos para florestas estacionais secundárias na região. Por exemplo, em dois fragmentos secundários de floresta semidecidual montana em Viçosa, Marangon et al. (2007) encontraram 24,6 m².ha⁻¹ e Silva et al. (2000) encontram área basal de 26,7 m².ha⁻¹. Entretanto, o valor encontrado pode ser considerado muito baixo quando comparado a fragmentos florestais mais preservados e maduros na região, como observado por Campos et 23 al. (2006), que registraram área basal de 38,4 m².ha⁻¹. Normalmente, florestas tropicais secundárias apresentam menor densidade de árvores de grande porte, que resultam em menores valores de área basal, conforme discutido por Carvalho et al. (2006) e Carvalho et al. (2007), que observaram que florestas tropicais maduras em regiões sem perturbações antrópicas apresentam valores de área basal acima dos 40 m².ha⁻¹. Entretanto, a área basal tende a aumentar com o aumento da idade da floresta, fenômeno visto como uma das principais características da sucessão em florestas tropicais (FINEGAN, 1996; GUARIGUATA e OSTERTAG, 2001; CHAZDON, 2008; LEBRIJA-TREJOS et al., 2010). De maneira geral, os padrões estruturais de árvores mortas e área basal estão próximos aos observados em florestas secundárias em fases iniciais de regeneração florestal (fase de construção), e segundo Chazdon (2008), a elevada mortalidade de árvores e arbustos de pequeno porte associada à baixa presença de indivíduos de grande porte é característica intrínseca de florestas tropicais entre 10 a 25 anos de sucessão secundária, demonstrando que, mesmo possuindo processo de sucessão superior a 70 anos, o histórico de perturbações antrópicas no fragmento estudado vem condicionando-o estruturalmente a uma floresta em estágios iniciais de sucessão secundária. O padrão observado para a distribuição diamétrica da comunidade (Figura 6), onde 94,5% dos indivíduos vivos concentram-se nas três primeiras classes de distribuição, reduzindo drasticamente seus números nas categorias subsequentes, segue o modelo característico de florestas ineqüiâneas, apresentando padrão de distribuição do tipo “J- reverso” (HARPER, 1990). As espécies de maior VI na comunidade, Miconia latecrenata, Anadenanthera colubrina, Vismia guianensis, Syzygium jambos e Xylopia sericea, também apresentaram distribuição diamétrica do tipo “J-reverso” (Figura 7). Em todos os casos a linha de tendência de ajuste logarítimico apresentou valor de R² acima 0,70, conforme padrão descrito por Carvalho e Nascimento (2009) para florestas ineqüiâneas. Apenas 5,4% de indivíduos da comunidade são de grande diâmetro (DAP > 20 cm; Figura 6), fato que pode estar relacionado aos sucessivos distúrbios antrópicos e ambientais, que esse fragmento urbano, foi submetido ao longo do tempo, como corte seletivo, fragmentação e efeito de borda. Neste contexto, a espécie Anadenanthera colubrina (2º maior VI) foi a que apresentou indivíduos com maiores diâmetros (Figura 7), o que pode ser explicada pelo fato da espécie ser uma pioneira de rápido crescimento, e normalmente atingir grande porte, com descrito por Silva et al. (2000), Paula et al. (2002) e Paula et al. (2004) em estudos em florestas estacionais semideciduais em Viçosa, ou até mesmo ser remanescentes 24 dos antigos cafezais, onde desempenhavam papel de sombreamento do sub-bosque. De maneira geral, esse padrão da estrutura arbórea, sugere uma floresta em estagio intermediário de sucessão (OLIVEIRA-FILHO et al., 1994), onde seus principais componentes não atingem grande diâmetro, e a maioria dos indivíduos possuem DAP abaixo de 20 cm. 25 Figura 5- Distribuição dos indivíduos arbóreos mortos em pé por classes de diâmetro (cm) no fragmento florestal estudado no Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. Figura 6- Distribuição dos indivíduos arbóreos vivos por classes de diâmetro (cm) no fragmento florestal estudado no Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. 26 Figura 7 - Distribuição dos indivíduos arbóreos das cinco espécies de maior Valor de Importância (VI) por classes de diâmetro (cm) no fragmento florestal estudado no Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil 27 Análise de gradientes A ordenação das parcelas pela análise de correspondência segmentada (DCA) resultou em uma divisão forte (Figura 8), sendo encontrado autovalor de 0,70 para o eixo 1, mostrando a presença de um gradiente forte considerando o limite de autovalor significativo como > 0,3 para florestas tropicais heterogêneas (FELFILI et al., 2011). Através da DCA observa-se a presença de dois grupos florísticos distintos, um formado pelas cinco parcelas de números 18 a 22, associado às espécies Piptadenia gonoacantha, Handroanthus chrysotrichus e principalmente Anadenanthera colubrina, e o outro grupo formado pelas demais parcelas e espécies predominantes na comunidade. Provavelmente o sucesso dessas espécies nas parcelas 18 a 22 pode estar relacionado ao ambiente mais exposto aos distúrbios antópicos no fragmento, visto que essas parcelas possuem distribuição mais periférica, sendo as mais próximas às edificações urbanas. Sob outra ótica, estes resultados mostram que mesmo nesse pequeno fragmento perturbado, há uma heterogeneidade espacial na distribuição das espécies ao longo das parcelas, resultado de uma combinação ou interação de vários fatores, como ambiente físico, capacidade de resposta a alterações ambientais de determinadas espécies e histórico de perturbação local, indo de encontro aos padrões observados por Machado e Oliveira-Filho (2010). Embora McKinney (2006) comente que a urbanização leve a uma homogeneização biótica das florestas urbanas remanescentes em nível de paisagem, estes resultados são indícios que, pelo menos em nível local, a comunidade estudada tende a manter uma heterogeneidade na distribuição das espécies, característica esta peculiar às florestas tropicais heterogêneas (CHAZDON, 2008). Futuras análises envolvendo a ordenação e correlação com variáveis ambientais e em um maior número de remanescentes florestais urbanos são necessárias para uma melhor elucidação destes padrões. 28 Figura 8 - Diagrama de ordenação resultante da análise de correspondência segmentada (DCA) mostrando disposição das parcelas em relação à composição quantitativa (densidade absoluta) de espécies amostradas no fragmento florestal estudado no Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. Autovalores: Eixo 1 = 0,70, Eixo 2 = 0,09. 29 Grupos ecológicos A análise da classificação das espécies no grupo de status de conservação mostra que a comunidade é composta principalmente por espécies de distribuição “frequente” nas florestas de Minas Gerais (Figura 9 ), muito embora espécies “raras” ou “muito raras” também tenham sido registradas com riqueza e densidade relevantes. Algumas destas podem ser consideradas “raras” ou “muito raras” não pelo seu caráter ecológico de distribuição geográfica restrita em si, mas por serem peculiares de outras fitofisionomias pouco representativas em Minas Gerais. Este é o caso, por exemplo, da espécie Vismia guianensis, considerada muito freqüente em florestas ombrófilas de menores altitudes (OLIVEIRA-FILHO et al., 2006). De fato, uma comparação com o banco de dados TREEATLAN (OLIVEIRA-FILHO, 2010), que contém a compilação de mais de 700 listagens florísticas ao longo do domínio da Floresta Atlântica brasileira, mostra que as espécies encontradas no presente estudo possuem distribuição registrada em diversos levantamentos na Floresta Atlântica. Pifano et al. (2007) analisaram a composição florística de outros trechos florestais no município de Juiz de Fora e também encontraram uma marcante presença de espécies típicas da floresta ombrófila densa e de altitudes mais baixas, como um reflexo da proximidade com o complexo florístico da Serra do Mar, e indicando esta região como uma importante área de transição florística entre os domínios ombrófilo (Rio de Janeiro) e estacional (Minas Gerais), segundo Staico (1976) a formação florestal do município, é uma continuação da mata pluvial da Serra dos Órgãos. A análise dos grupos ecofisiológicos mostra que a comunidade é composta quase que totalmente por espécies características de grupos sucessionais iniciais, principalmente espécies pioneiras (Figura 9). Chazdon (2008) comenta que a elevada densidade de espécies pertencentes a grupos sucessionais iniciais é uma característica peculiar das florestas antropicamente perturbadas, visto que em florestas tropicais maduras tais grupos tende a ocorrer em baixas densidades (raras), vinculadas a clareiras ou bordas naturais (ecótonos). Florestas em fases iniciais de regeneração apresentam elevada abundância de espécies pioneiras principalmente porque estas exercem função cicatrizadora no ambiente, devido ao seu rápido crescimento e acúmulo de biomassa. A grande representatividade de espécies pioneiras e secundárias iniciais em contraste à baixa representatividade de secundárias tardias e ausência de espécies clímax leva a interpretação de que o fragmento florestal, mesmo possuindo mais de 70 anos de regeneração natural, não está sendo capaz de progredir para fases mais avançadas de regeneração. Alguns estudos em florestas da região, com períodos de 30 regeneração mais curtos (ex: trechos de 15 e 40 anos de regeneração, OLIVEIRA-FILHO et al. 2004) mostram padrões estruturais mais avançados em termos de composição qualitativa e quantitativa de grupos ecofisiológicos. Mesmo considerando a proximidade do fragmento florestal em relação ao grande remanescente da Mata do Krambeck (Figura 1), o que tende a aumentar a incidência de propágulos, a pequena dimensão do fragmento florestal, que se comporta praticamente como inteira área de borda (MURCIA, 1995), e as constantes perturbações antrópicas já mencionadas, podem ser considerados fatores preponderantes no impedimento do avanço para fases mais tardias. Este é um padrão normalmente encontrado em florestas tropicais urbanas e que comprometem substancialmente a riqueza de espécies (MCKINNEY, 2008). A análise das síndromes de dispersão demonstra que a grande maioria de espécies (76,9% do total) e indivíduos (87,1%) possui dispersão do tipo Zoocórica (Figura 9). Carvalho (2010b) também registrou estes padrões, e observou uma grande redução de espécies zoocóricas dispersadas por grandes frugívoros (famílias Myrtaceae, Lauraceae e Sapotaceae) em fragmentos mais perturbandos de floresta ombrófila do estado do Rio de Janeiro, relacionando ao problema das “florestas vazias”, onde árvores maduras não mantêm interações essenciais com seus dispersores, como o resultado da sua eliminação, causada principalmente pela fragmentação da floresta. No presente estudo observa-se que a grande maioria das espécies zoocóricas é tipicamente pioneira (Tabela 1), pertencente às famílias Melastomataceae, Hypericaceae e Annonaceae, cujos frutos tendem a ser dispersos por espécies mais generalistas de pássaros, morcegos ou pequenos primatas (TABARELLI e PERES, 2002). No entanto, também foram encontradas espécies da família Myrtaceae com expressiva densidade na comunidade, podendo ser uma potencial fonte atrativa de animais de maior porte. De maneira geral, estes resultados mostram a importância deste fragmento florestal para a manutenção da fauna dispersora local, principalmente considerando as limitações antrópicas (redução de habitat e isolamento) impostas pela matriz urbana. 31 Figura 9 – Classificação das espécies e indivíduos segundo grupos ecológicos, estado de conservação e tipos de dispersão, no fragmento florestal estudado no Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. 32 Considerações finais Os resultados obtidos convergem para a interpretação de uma comunidade com pouca representatividade ecológica, de baixa diversidade e floristicamente comprometida, quando comparada com outras florestas naturais na região. Porém, é preciso ressaltar que esta comparação baseia-se principalmente em parâmetros obtidos de florestas localizadas em áreas fora da matriz urbana, onde os impactos antrópicos tendem a ocorrer de maneira muito menos freqüente. Sob outra ótica, a presença de 78 espécies arbóreas na pequena mancha florestal estudada supera, por exemplo, as 60 espécies encontradas por Santos et al. (2010) ao amostrar mais de 1700 árvores utilizadas para arborização em diferentes bairros ao longo do município do Rio de Janeiro.O fragmento possui ainda quatro espécies arbóreas ameaçadas de extinção em diferentes categorias de ameaça, além de grande densidade de espécies zoocóricas importantes para a manutenção da fauna silvestre local. Além disso, deve-se ressaltar os serviços ecológicos que tais ecossistemas florestais exercem para o homem, como regulação microclimática, filtro atmosférico, drenagem da água da chuva, e espaços recreacionais (BOLUND e HUNHAMMAR, 1999), e para a manutenção da biodiversidade regional, servindo como habitat e áreas de conectividade entre as maiores manchas florestais na paisagem (NILON, 2011). Conforme salientado por Alvey (2006), o manejo das florestas urbanas é necessário para a conservação efetiva da sua biodiversidade, o que começa principalmente pelo conhecimento qualitativo e quantitativo da sua comunidade, conforme realizado no presente estudo. A implementação de técnicas de enriquecimento, com espécies da flora regional, para aumentar a diversidade no fragmento, para que ao longo do tempo tenham condições de se desenvolverem sem que haja intervenção humana, assim como o controle de espécies invasoras principalmente, Syzygium jambos, por apresentar alta densidade no fragmento e grande potencial de invasão nos fragmentos adjacentes ao estudado, além de medidas de intervenção para a recuperação dos solos degradados e contenção dos processos erosivos, são fundamentais para que no decorrer dos anos esse fragmento não mais esteja isolado do grande remanescente da mata do Krambeck. Considerando o baixo volume de estudos quantitativos a respeito das florestas urbanas no Brasil, e a necessidade de informações que norteiem tomadas de decisão sobre qual estrutura buscar em projetos de recomposição florestal e/ou arborização urbana, recomenda-se a ampliação de estudos em florestas urbanas, tanto em nível regional como nacional. 33 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, D. S.; SOUZA, A. L. Florística de um fragmento de Floresta Atlântica, no município de Juiz de Fora, Minas Gerais. Revista Árvore, Viçosa, v. 21, n. 2, p. 221- 230, 1997. ALVEY, A.A. Promoting and preserving biodiversity in the urban forest. Urban Forestry & Urban Greening, Amsterdam, v. 5, p. 195-201, 2006. APG. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society of London, London, v. 161, p. 105-121, 2009. BOLUND, P.; HUNHAMMAR, S. Ecosystem services in urban areas. 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Rio de Janeiro: IBGE, 1991. 124p. 40 ANEXOS: Anexo 1: Nomes das famílias e espécies arbóreas, e suas denominações vulgares, amostradas no fragmento florestal no Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.Siglas: GE: grupo ecofisiológico (PI: pioneira; SI: secundária inicial; ST: secundária tardia; NC: não classificada); GC: grupo de status de conservação (A: abundante; C: comum; F: frequente; O: ocasional; R: rara; MR: muito rara; RR: raríssima); SD: síndrome de dispersão (Zoo: zoocórica; Ane: anemocórica; Aut: autocórica); Coletor: número de registro do coletor; *Espécies exóticas. Famílias/Espécies Nome vulgar (Popular) GE GC SD Coletor Anacardiaceae Duguetia lanceolata A.St-Hil Pindaíba SI F Zoo C.R.Fonseca 440 Tapirira guianensis Aubl. Pau-pombo, pombeiro PI A Zoo C.R.Fonseca 364 Annonaceae Xylopia sericea A.St.Hil. Pimenta-de-macaco PI F Zoo C.R.Fonseca 30 Xylopia brasiliensis Spreng. Casca-de-barata SI MR Zoo C.R.Fonseca 76 Annona cacans Warm araticum-cagão PI F Zoo C.R.Fonseca 372 Guatteria sellowiana Schltdl. Pindaíba-verdadeira, Pindaíba-de-mata SI F Zoo C.R.Fonseca 1589 Annona dolabripetala (Raddi) H.Rainer Araticum, embira-branca PI O Zoo C.R.Fonseca 2090 Aquifoliaceae Ilex cerasifolia Reissek Caúna-congonha SI C Zoo C.R.Fonseca 80 Araliaceae Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire,Steyerm. & Frodin Morototó SI O Zoo C.R.Fonseca 2199 Araucariaceae *Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze Araucária, pinheiro-do-brasil SI MR Ane C.R.Fonseca 851 Arecaceae Euterpe edulis Mart. Palmito-jussara, Palmito-doce ST O Zoo C.R.Fonseca 459 Bignoniaceae Jacaranda micrantha Cham. Jacarandá-caroba SI R Ane C.R.Fonseca 267 Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex DC.) Mattos Ipê-amarelo, pau-d’arco-amarelo PI R Ane C.R.Fonseca 1857 Sparattosperma leucanthum (Vell.) K.Schum. Ipê-cinco-folhas PI O Ane C.R.Fonseca 887 Cannabaceae Trema micrantha (L.) Blume Crindiúva, corindiba, periquitinho PI O Zoo C.R.Fonseca 470 41 Celastraceae Maytenus salicifolia Reissek Cuinha, Cafezinho SI MR Zoo C.R.Fonseca 20 Cyatheaceae Cyathea phalerata Mart. Xaxim-espinhento, samambaiuçu NC F Ane C.R.Fonseca 899 Elaeocarpaceae Sloanea eichleri K.Schum. - SI NC Zoo C.R.Fonseca 33 Sloanea guianensis (Aubl.) Benth. Sapopema SI O Zoo C.R.Fonseca 641 Erythroxylaceae Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. Cocão, Fruta-de-pombo, Galinha-choca PI C Zoo C.R.Fonseca 102 Erythroxylum pelleterianum A.St.-Hil. Fruta-de-pombo, cocão-de-pomba SI F Zoo C.R.Fonseca 605 Euphorbiaceae Croton floribundus Spreng. Capixinguí, Capoeira-preta, lixeira, sangra-dágua, PI MR Aut C.R.Fonseca 113 Alchornea triplinervia (Spreng.) Mull.Arg. Tanheiro, Tapiá PI F Zoo C.R.Fonseca 164 Alchornea glandulosa Poepp. & Endl. Tapiá, maria-mole, amor-seco PI F Zoo C.R.Fonseca 413 Pera glabrata (Schott)Poepp.ex Baill. Tamanqueiro, Sapateiro, Pau-de-sapateiro, tabocuva,coração-de-bugre, PI C Zoo C.R.Fonseca 404 Fabaceae Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Angico, Angico-branco-verdadeiro, Angico-branco PI O Ane C.R.Fonseca 19 Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. Pau-jacaré, Jacaré, Casco-de-jacaré PI RR Aut C.R.Fonseca 1814 Piptocarpha macropoda Baker Vassourão-pardo PI F Ane C.R.Fonseca 476 Fabaceae sp1 - NC NC NC C.R.Fonseca 1318 Inga cylindrica(Vell.) Mart. Ingá, Ingá-feijão PI O Zoo C.R.Fonseca 536 Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth. jacarandá, jacarandá-da-bahia, caviúna, jacarandá-caviúna PI O Ane C.R.Fonseca 1060 Platypodium elegans Vogel Faveiro, Pau-de-canzil, Canzileiro, Amendoim-do-campo PI O Ane C.R.Fonseca 1652 Schizolobium parahyba (Vell.) S.F.Blake Guapuruvú, guapurubú, birosca, ficheira, garapivú PI MR Ane C.R.Fonseca 394 Senna macranthera (Collad.) H.S.Irwin & Barneby Manduirana, Aleluia, Cabo-verde, Fedegoso, Fedegoso-legítimo PI C Zoo C.R.Fonseca 726 Hypericaceae Vismia guianensis (Aubl.) Choisy Ruão PI MR Zoo C.R.Fonseca 03 Indeterminada sp3 - NC NC NC C.R.Fonseca 44 Indeterminada sp1 - NC NC NC C.R.Fonseca 428 Lacistemaceae Lacistema pubescens Mart. Cafezinho, Sabonete SI O Zoo C.R.Fonseca 15 Lamiaceae Aegiphila integrifolia (Jacq.) B.D.Jackson Papagaio, Pau-papagaio PI RR Zoo C.R.Fonseca 059 42 Lauraceae Nectandra oppositifolia Nees Canela-fedorenta, Canela-amarela, Canela-ferrugem, Canela-garuva, PI F Zoo C.R.Fonseca 159 Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez Canela, Canela-amarela, Canela-louro PI O Zoo C.R.Fonseca 330 Ocotea velloziana (Meisn.) Mez Canela, Louro SI R Zoo C.R.Fonseca 86 Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.Macbr. Canela-peluda, Canela-jacuá, Canela-frade, Canela-de-canta-galo SI C Zoo C.R.Fonseca 2069 Lauraceae sp1 - NC NC Zoo C.R.Fonseca 619 Ocotea bicolor Vattimo-Gil Canela, Canela-sassafrás SI O Zoo C.R.Fonseca 1186 Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer Canela-sassafrás-verdadeira, Canela-sassafrás PI R Zoo C.R.Fonseca 749 Liliaceae *Dracaena fragrans(L.) Ker-Gawl. Dracena,Coqueiro-de-Venus, Dracena-de-Venus, Pau-d'água NC NC Zoo C.R.Fonseca 2160 Malvaceae Luehea divaricata Mart. Açoita-cavalo PI MR Ane C.R.Fonseca 234 Melastomataceae Miconia latecrenata (DC.) Naudin Pixirica-quaresma, Quresmão PI F Zoo C.R.Fonseca 22 Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin Jacatirão, nhacatirão, Jacatirão-açú, Casca-de-arroz PI F Zoo C.R.Fonseca 128 Miconia sellowiana Naudin Pixirica PI F Zoo C.R.Fonseca 75 Miconia theaezans (Bonpl.) Cogn. Pixirica PI R Zoo C.R.Fonseca 13 Melastomataceae sp1 - NC NC NC C.R.Fonseca 234 Meliaceae Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Canjerana, Canjarana, Cedro-canjerana SI MR Zoo C.R.Fonseca 09 Moraceae Brosimum guianense (Aubl.) Huber Mama-cadela, Marmelinho SI O Zoo C.R.Fonseca 27 Ficus sp1. - NC NC Zoo C.R.Fonseca 392 Myrsinaceae Myrsine coriacea (Sw.) Roem. & Schult. Pororoca, Caã-pororoca PI R Zoo C.R.Fonseca 375 Myrtaceae *Syzygium jambos (L.) Alston Jambo-amarelo, Jambo-branco NC NC Zoo C.R.Fonseca 53 Eugenia sp1 - NC NC Zoo C.R.Fonseca 04 Myrcia splendens (Sw.) DC. Jambinho, Guamirim, Cambuí, Guamirim-de-folha-miúda PI C Zoo C.R.Fonseca 543 *Eucalyptus sp1 - NC NC Aut C.R.Fonseca 1878 Marlierea sp1 - NC NC Zoo C.R.Fonseca 395 Myrtaceae sp3 - NC NC Zoo C.R.Fonseca 525 Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O.Berg Guabiroba-capoteira PI F Zoo C.R.Fonseca 1952 43 Ochnaceae Ouratea spectabilis (Mart. & Engl.) Engl. Folha-de-serra SI F Zoo C.R.Fonseca 374 Rubiaceae Psychotria vellosiana Benth. Café-do-mato, Cafezinho-do-mato SI F Zoo C.R.Fonseca 2244 Amaioua guianensis Aubl. Canela-de-veado, Marmelinho, Guapeba, Pimentão-bravo SI F Zoo C.R.Fonseca 657 Rutaceae Zanthoxylum rhoifolium Lam. Maminha-de-porca, Mamica-de-porca, Mama-de-porca,Mamica-de-cadela PI R Zoo C.R.Fonseca 1131 Dictyoloma vandellianum A.Juss Tinguí-preto, Tinguí-da-mata PI A Ane C.R.Fonseca 745 Salicaceae Casearia arborea (Rich.) Urb. Guaçatonga, Pau-de-espeto, Cabroé PI F Zoo C.R.Fonseca 46 Casearia sylvestris Sw. Pau-de-espeto, Café-bravo, Guaçatonga, Cafezeiro-do-mato PI C Zoo C.R.Fonseca 95 Casearia decandra Jacq. Guaçatonga, Cabroé, Cafezeiro-do-mato PI O Zoo C.R.Fonseca 1068 Sapindaceae Matayba elaeagnoides Radlk. Camboatá-branco, Cangroatá-branco, Miguel-pintado SI R Zoo C.R.Fonseca 01 Cupania ludowigii Somner & Ferruci Camboatá, Camboatão, Camboatá-vermelho, Camboatá-da-serra PI O Zoo C.R.Fonseca 1258 Cupania oblongifolia Mart. Camboatá, Camboatão, Camboatá-folha-larga, Pau-magro PI R Zoo C.R.Fonseca 368 Sapotaceae Pouteria guianensis Aubl. Abiurana-abiu, Goiabão PI R Zoo C.R.Fonseca 1081 Siparunaceae Siparuna guianensis Aubl. Negramina, Nega-mina, Capitiú, Limoeiro-bravo SI F Zoo C.R.Fonseca 834 Solanaceae Solanum swartzianum Roem & Schult. Jurubeba-branca, Joá-de-árvore, Fumo-bravo PI O Zoo C.R.Fonseca 1916 44 Anexo 2 – Classificação das espécies e indivíduos segundo grupos ecológicos no fragmento florestal estudado no Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. Grupo ecológico / categorias Riqueza Densidade (.ha -1 ) (%) (.ha -1 ) (%) Status de conservação Abundante 2 2,6 7 0,3 Comum 7 9,0 46 2,2 Frequente 19 24,4 839 40,8 Ocasional 17 21,8 410 20,0 Rara 10 12,8 74 3,6 Muito rara 8 10,3 321 15,6 Raríssima 2 2,6 16 0,8 Não classificada 13 16,7 341 16,6 Ecofisiológico Pioneiras 42 53,8 1403 68,3 Secundárias iniciais 22 28,2 306 14,8 Secundárias tardias 1 1,2 4 0,2 Clímax 0 0,0 0 0,0 Não classificadas 13 16,6 341 16,6 Síndrome de dispersão Anemocóricas 12 15,3 225 10,9 Autocóricas 3 3,8 29 1,4 Zoocóricas 60 76,9 1790 87,1 Não classificadas 3 3,8 10 0,4