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Tipo: Artigo de Evento
Título: Contextos de intervenção de terceiras partes em situação de conflito: uma abordagem de microanálise interacional situada do discurso
Autor(es): Gago, Paulo Cortes
Horta, Bruno Defilippo
Ferreira, Cristiane Dias
Ribeiro, Patricia
Luiz, Sônia Peres Souza
Barbosa, Tatiana Fernandes
Santanna, Priscila Fernandes
Abreu, Mariana Benevides de
Souza, Deila Martins de
Resumo: Seguindo a perspectiva dos estudos lingüísticos que investigam a relação entre o discurso e as profissões, nosso trabalho irá investigar o discurso de uma assistente social que desempenha o papel de mediadora em um processo de regulamentação de visitas. Tal investigação se faz necessária por haver nos manuais jurídicos, que abordam o tema mediação, uma valorizada discussão sobre o princípio básico da neutralidade e imparcialidade. De acordo com a teoria presente nesses manuais, a tarefa do mediador deve ser realizada com base nos valores de neutralidade e imparcialidade. Segundo Águida Arruda (2003), a mediação é um método através do qual uma 3ª pessoa, neutra e especialmente treinada, permita que envolvidos no conflito ou impasse fortaleçam-se, resgatando a responsabilidade por suas próprias escolhas. Segundo essa noção de que o mediador deve ser neutro e imparcial, alguns paradigmas de pesquisas foram difundidos no campo da mediação. Um deles é o estudo eminentemente teórico (Sousa, 2005, Battaglia, 2007), que pode ser oriundo de profissionais da área de direito, mas não envolvidos com a empiria. Dentro da ampla discussão que o tema neutralidade e imparcialidade pode oferecer, nos focaremos em torno das manifestações lingüísticas as quais funcionam como atos de avaliação. Consideramos a avaliação uma atividade que falantes e receptores preparam dentro do turno de fala e que avalia de algum modo pessoas e eventos que estão sendo descritos dentro de suas falas (GOODWIN, 1980). A partir desses conceitos de avaliação, se dá a importância de investigar como o mediador é (ou se, de fato, ele é) capaz de destituir-se de valores pessoais para exercer o papel de “um terceiro neutro e imparcial”. Desse modo, este trabalho tem por objetivo investigar como e por que se dão os atos avaliativos na fala da mediadora. Nossa proposta de trabalho se apóia nos instrumentais teórico-metodológicos da Sociolingüística Interacional e da Análise da Conversa Etnometodológica. Para o nosso estudo, recorremos à análise da primeira e segunda entrevista de Pré-Mediação de dados gravados em áudio no Fórum de uma cidade do interior do Rio de Janeiro e, em seguida, transcritos. De acordo com as observações feitas até aqui, ressaltamos a importância do estudo dos atos avaliativos da mediadora, pois foi observado na análise dos dados algumas divergências entre o prescrito nos manuais jurídicos e o que de fato acontece na prática da mediação. Notamos ainda que os atos avaliativos estudados apresentam qualidades distintas, tendo funções diversas necessárias na resolução do conflito. Isso nos leva a crer que não há um conceito totalmente fechado sobre neutralidade e imparcialidade e que aplicação desse conceito não se dá de maneira tão direta como acreditam os manuais. Assim, esta discussão se faz indispensável na tentativa de esclarecer alguns pontos ainda obscuros na prática dessa profissão.
Abstract: -
Palavras-chave: -
CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Sigla da Instituição: UFJF
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/9516
Data do documento: 2008
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