Please use this identifier to cite or link to this item: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4964
Files in This Item:
File Description SizeFormat 
dilmersondeoliveira.pdf2.3 MBAdobe PDFThumbnail
View/Open
Type: Dissertação
Title: Avaliação da prevalência e fatores associados à fragilidade em pacientes com diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico
Author: Oliveira, Dílmerson de
First Advisor: Fernandes, Natália Maria da Silva
Co-Advisor: Bastos, Marcus Gomes
Referee Member: Coelho, Emerson Filipino
Referee Member: Bonfante, Herval de Lacerda
Referee Member: Mansur, Henrique Novais
Resumo: Introdução: O termo fragilidade, ao longo do tempo, vem sendo incorporado ao vocabulário de outros profissionais de saúde, além de geriatras e gerontólogos, ainda que não haja consenso em torno de sua utilização. Fragilidade pode ser sinônimo de incapacidade ou dependência para realização de atividades da vida diária, porém, recentemente, alguns autores vêm tentando padronizar sua definição, utilizando critérios para classificar esta síndrome. Anteriormente, acreditava-se que ela acometia somente idosos, mas agora é vista como algo mais complexo e que pode estar relacionada a desfechos desfavoráveis, mesmo em outras faixas etárias. Outros grupos etários vêm sendo alvo de pesquisas sobre a fragilidade, que está sendo relacionada a doenças crônicodegenerativas como: obesidade, doença renal crônica, doença pulmonar obstrutiva crônica e doenças cardiovasculares. Uma das hipóteses para a relação entre fragilidade e outras patologias, mesmo em jovens, é um desequilíbrio entre a produção de citocinas, levando à elevação de marcadores inflamatórios, além de um desequilíbrio do sistema neuroendócrino. Estas alterações levam à diminuição da massa magra com consequente sarcopenia, fraqueza muscular, exaustão e inatividade física. Sabendo que o lúpus eritematoso sistêmico (LES) tem como consequência a dor, fadiga, redução da massa óssea e o uso de imunossupressores em seu tratamento, notadamente os corticosteróides, acredita-se haver uma relação entre fragilidade e LES. O objetivo do presente estudo foi avaliar a prevalência, fatores clínicos, laboratoriais e a qualidade de vida (QV), associados à fragilidade nesta população. Pacientes e Métodos: Realizamos um estudo transversal, onde foram considerados elegíveis todos os pacientes atendidos pelo ambulatório de reumatologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora. Os critérios de inclusão foram: pacientes com mais de 18 anos de idade com LES diagnosticado de acordo com os critérios estabelecidos pelo Colégio Americano de Reumatologia, ter idade mínima de 18 anos e ter assinado o termo de consentimento livre e esclarecido. Os critérios de não inclusão foram: pacientes sintomáticas do ponto de vista osteomioarticular, grávidas, com diabetes mellitus, doenças auto-imunes, doenças infecciosas agudas, hepatites virais B e C e SIDA. O Grupo Controle foi constituído por indivíduos saudáveis, pareados por idade, sexo e índice de massa corpórea (IMC) Avaliadas variáveis sociodemográficas, clínicas, atividade da doença (SLEDAI) e laboratoriais. Fragilidade foi avaliada segundo critério adaptado do proposto por FRIED. Análise Estatística: Foi realizada uma estatística descritiva, a normalidade foi avaliada pelo teste de Shapiro Wilk e as variáveis são descritas como média ± desvio padrão ou percentagem conforme a característica da variável. As variáveis do grupo paciente e do grupo controle foram comparadas através do Teste T de Student ou χ2. A comparação entre os grupos classificados como frágeis, pré frágeis e não frágeis foram realizadas através de ANOVA ou χ2. A associação de fatores clínicos, laboratoriais e síndrome da fragilidade foram feitas através da correlação de Pearson ou Spearmman. Foi calculado o odds ratio para fragilidade entre os grupos e adotado intervalo de confiança igual a 95% (p≤0,05). Todas as análises foram realizadas com a utilização do pacote estatístico SPSS versão 15.0. Resultados: Foram avaliadas 33 pacientes e 26 controles. A prevalência de fragilidade foi de 7 (21%) no grupo de pacientes e 0 (0%) no grupo controle, com um OR (15,0; IC: 0,81 a 276,16, p= 0,068). Observamos ainda correlação entre fragilidade IMC (p= 0,01, r= -0, 041), SLEDAI (p= 0,01, r= 0,44), dose de corticóide (p= 0,001, r= 0,56) e número de imunossupressores (p= 0,03, r= 0,37). Dentre as variáveis laboratoriais houve correlação entre fragilidade e hemoglobina sérica (p= 0,001, r= -0,56), globulina sérica (p= 0,04, r= 0,35), VHS (p= 0,005, r= 0,47), PCR (p= 0,03, r= 0,37) e IL6 (p= 0,01, r= 0,43) e tendência com cálcio sérico (p= 0,06, r= -0,036) e FAN (p=0,08, r= 0,30). Ao avaliarmos os domínios do SF-36 e a classificação de Fragilidade nos pacientes com LES, percebemos que apenas do Estado Geral de saúde foi estatisticamente significativo (p= 0,001), enquanto Dor e Vitalidade apresentaram tendência com os valores (p= 0,073) e (p= 0,09). Em relação à composição corporal, observamos que os pacientes com LES e frágeis apresentaram maior média de massa magra com menor massa gorda comparados a outros grupos: IMC não frágil: 30,38 Kg/m2, pré-frágil 27,76 Kg/m2 e frágil 21,70 Kg/m2 (p= 0,049), percentual de gordura não frágil: 39,56%, pré-frágil 39,57% e frágil 30,01% (p= 0,009), percentual de massa magra não frágil: 55,12%, pré-frágil 55,64% e frágil 65,56% (p= 0,008), DMO Lombar não frágil: 1,32 g/cm2, pré-frágil 1,06 g/cm2 e frágil 1,07 g/cm2 (p= 0,057). Conclusão: Concluímos que houve uma maior prevalência da Síndrome da fragilidade entre pacientes que em controles (7 (21,21%) entre pacientes e 0 (0%) entre controles), associada principalmente a marcadores inflamatórios (VHS, p=0,011; PCR, p= 0,053 e IL-6, p=0,041). A avaliação da Fragilidade permitiu ainda nesta amostra, uma visão mais ampla do paciente que a avaliação dos domínios da qualidade de vida propostos pelo SF-36 isoladamente. Sobre a composição corporal vale ressaltar que nossos achadoses não corroboram com os vistos anteriormente na literatura. Contudo destacamos a baixa representatividade da amostra para avaliar este parâmetro e a necessidade de um delineamento de estudo prospectivo para acompanhamento dos possíveis desfechos.
Abstract: Introduction: The term frailty, over time, has been used into the vocabulary of other health professionals, as well as geriatricians and gerontologists, although there is no consensus on its use. Frailty can be synonymous with disability or dependence in activities of daily life, but recently, some authors have attempted to standardize its definition, using criteria to classify this syndrome. Previously, it was believed that she attacked solely elderly, but is now seen as something more complex and may be related to unfavorable outcomes, even in other age groups. Other age groups have been the target of research about the frailty, being related to chronic diseases such as obesity, chronic kidney disease, chronic obstructive pulmonary disease and cardiovascular disease. One hypothesis for the relationship between frailty and other diseases, even in young people, is an imbalance between the production of cytokines, leading to elevation of inflammatory markers, as well as an imbalance in the neuroendocrine system. These changes lead to a decrease in lean body mass with consequent sarcopenia, muscle weakness, exhaustion and physical inactivity. Knowing that lupus erythematosus (SLE) has the effect of pain, fatigue, bone loss and the use of immunosuppressive drugs in their treatment, especially corticosteroids, is believed to be a relationship between fragility and LES. The aim of this study was to evaluate the prevalence, clinical, laboratory and quality of life (QOL), associated with frailty in this population. Patients and Methods: We performed a cross-sectional study, which were all eligible patients seen by rheumatology clinic of the University Hospital of the Juiz de Fora Federal University. Inclusion criteria were: patients older than 18 years diagnosed with SLE according to the criteria established by the American College of Rheumatology and have signed the informed consent form. The inclusion criteria were: symptomatic patients from the standpoint osteomioarticular, pregnant women with diabetes mellitus, other autoimmune diseases, acute infectious diseases, viral hepatitis B and C and AIDS. The control group consisted of healthy subjects, matched for age, sex and body mass index (BMI). Sociodemographic, clinical and laboratory data as well as disease activity (SLEDAI) were collected from medical records. Frailty was assessed according to criteria adapted by Fried. Statistical analysis: We performed descriptive statistics, normality was evaluated by Shapiro and Wilk. Variables were described as mean ± standard deviation or percentage as the characteristic of each variable. The variables in the patient group and the control group were compared using the Student T test or χ2. The comparison between groups classified as frail, pre frail and non-frail were performed using ANOVA or χ2. The correlation of clinical, laboratory data and frailty syndrome were made by Pearson or Spearmman correlation. We calculated the odds ratio for frailty among groups and adopted the confidence interval equal to 95% (p ≤ .05). All analyzes were performed using the statistical package SPSS version 15.0. Results: We evaluated 33 patients and 26 controls. The prevalence of frailty was 7 (21%) in the group of patients and 0 (0%) in the control group, with a confidence interval (15.0). We also observed weak correlation between BMI (p = 0.01, r = -0, 041), SLEDAI (p = 0.01, r = 0.44), corticosteroid dose (p = 0.001, r = 0.56) and the number of immunosuppressants (p = 0.03, r = 0.37). Among the laboratory variables correlation between frailty and hemoglobin (p = 0.001, r = -0.56), serum globulin (p = 0.04, r = 0.35), ESR (p = 0.005, r = 0.47), CRP (p = 0.03, r = 0.37), IL6 ( p = 0.01, r = 0.43) and tendency related to serum calcium (p = 0.06, r = -0.036) and ANA (p = 0.08, r = 0.30). When evaluating the SF-36 and the classification of Frailty in SLE patients, we realized that only the State General health was statistically significant (p = 0.001), while Pain and Vitality tended to values (p = 0.073) and ( p = 0.090). Regarding body composition, we observed that patients with SLE and frail had higher average lean mass with less body fat compared to other groups: BMI not fragile: 30.38 kg/m2, pre-frail and 27.76 kg/m2 fragile 21.70 kg/m2 (p = 0.049), body fat percentage is not fragile: 39.56%, 39.57% pre-frail and frail 30.01% (p = 0.009), percent lean mass not fragile: 55.12%, 55.64% pre-frail and frail 65.56% (p = 0.008). Conclusion: We conclude that there was a higher prevalence of frailty syndrome in patients than in controls (0 (0%) among controls and 7 (21.21%) among patients), mainly associated with inflammatory markers (VHS, p = 0.011, PCR, p = 0.053 and IL-6, p = 0.041). The evaluation of this sample also allowed Frailty, a broader patient's assessment of the areas proposed in quality of life by SF-36 alone. About the data on body composition is noteworthy that these do not corroborate those seen previously in the literature. However we emphasize the low representativeness of the sample to evaluate this parameter and the need for a randomized prospective study to monitor the possible outcomes.
Keywords: Fragilidade
Lúpus eritematoso sistêmico
Inflamação
Frailty
Systemic lupus erythematosus
Inflammation
CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA
Language: por
Country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Institution Initials: UFJF
Department: Faculdade de Medicina
Program: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Access Type: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4964
Issue Date: 21-Mar-2013
Appears in Collections:Mestrado em Saúde (Dissertações)



Items in DSpace are protected by Creative Commons licenses, with all rights reserved, unless otherwise indicated.