https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/19267
File | Description | Size | Format | |
---|---|---|---|---|
reginaldoramosdebritto.pdf | PDF/A | 36.57 MB | Adobe PDF | View/Open |
Type: | Tese |
Title: | Revememorar imagens e aparições de um corpo negro: travessias de um professor de matemática. Ou, como conjurar a educação financeira capitalista? |
Author: | Britto, Reginaldo Ramos de |
First Advisor: | Clareto, Sônia Maria |
Referee Member: | Gomes, Giovani Cammarota |
Referee Member: | Mendes, Tarcísio Moreira |
Referee Member: | Santos Junior, Renato Nogueira dos |
Referee Member: | Silva, Vanisio Luiz da |
Resumo: | Resumo é sempre uma força de poder pretensiosa e panóptica, que intenta por controle uma diversidade, uma multiplicidade de ideias, desejos, sentidos, afetos, escritas, conceitos, procedimentos e, sobretudo neste trabalho, de memórias. Parece, então, dizer de uma narrativa linear, hierarquizada e controlada. Sobre o resumo se impõe a vontade que ele dê conta. Certamente estas proposições se relacionam a algumas das adjetivações possíveis afetas ao que se tem por resumo, mas talvez estas não sejam as únicas. E, seja como for, segue aqui o esforço de meu resumo: desde o mestrado (2012) quando me ocupei em realizar Análise Crítica de Discursos sobre os documentos das Estratégias Nacionais de Educação Financeira (OCDE), me coloquei na tarefa de construir uma proposta para tratar nas minhas salas de aula de matemática, que fosse crítica do capitalismo e da financeirização. Desejava constituir uma estratégia pedagógica que se traduzisse a partir de um experimento em economia solidária: uma Educação Financeira Crítica e Solidária. Mas, sendo um corpo negro professor de matemática, ao mesmo tempo, em que se ocupava com a crítica e o combate a um modo de produção capitalista, tornava-se negro. Foi, então, inevitável que o contexto das relações raciais ou de uma educação para as relações étnico-raciais, confluísse junto ao campo de interesse de meus estudos críticos sobre o capitalismo. Chegamos, assim, a uma das ideias centrais desta tese: o capitalismo e o racismo são postos em movimento por duas metodologias: a da esteira e a do espelho. Os corpos negros são transformados e tomados por mercadorias, desde o empreendimento colonial. Elas, as metodologias, operam pela produção da inferioridade (a partir de instituições): a primeira se dedica a manter os corpos negros como as mercadorias mais baratas dos mercados; e a segunda, ocupa-se em reificar narrativas, algumas delas religiosas (cristãs), de sua, social e ideologicamente construída, inferioridade. Esta tese é, ao mesmo tempo, narrativa e elaboração rizomática, sobre a trajetória e as experimentações com um Grupo de Pesquisas Sociais (GPS), com alunos na educação básica: um modo de combate ao racismo e aos efeitos do capitalismo. É assim que esta tese se dedica, na verdade, confluiu-se, a elaboração da ideia de que: corpos negros são contra-mercadorias; que se produzem potentes como obras de arte, adquirem uma aura (a moldura); circulam, gerando espaços de bens e trocas simbólicas, e valorizam-se como imagens e corpos. Esta foi a estratégia para estranhar ao modo de produção capitalista (ao mesmo tempo, em que combate o racismo) elaborada pelos encontros, afetos produzidos e trocados, que se realizaram ao longo da trajetória de Abana, este corpo negro professor de matemática. E aqui, a revememoração é assim a mais importante operação deste contra-mercado capitalista (espaços de bens e trocas simbólicas da trajetória de Abana. Se inspira por um desarraigamento aos imperativos do método e do cálculo próprios de uma aula de matemática, que opera por uma incerta tradição. É modo de reverenciar a ancestralidade de Abana. Desde o corpo negro pequeno apneico, até o corpo negro professor de matemática. |
Abstract: | A summary is always a pretentious and panoptic force of power that seeks to control a diversity, a multiplicity of ideas, desires, meanings, affections, writings, concepts, procedures, and, above all in this work, memories. It seems, therefore, to convey a linear, hierarchical, and controlled narrative. The summary is imposed with the expectation that it will account for everything. Certainly, these propositions relate to some possible adjectives associated with what is considered a summary, but perhaps they are not the only ones. And, in any case, here follows the effort of my summary: Since my master’s degree (2012), when I was engaged in Critical Discourse Analysis of documents from the National Strategies for Financial Education (OECD), I took on the task of constructing a proposal for addressing financial education in my mathematics classrooms in a way that critically examined capitalism and financialization. I sought to develop a pedagogical strategy derived from an experiment in solidarity economy: a Critical and Solidarity Financial Education. However, being a Black body and a mathematics teacher, while engaged in criticism and opposition to the capitalist mode of production, I became Black. It was, therefore, inevitable that the context of racial relations or an education for ethnic-racial relations converged with my critical studies on capitalism. Thus, we arrive at one of the central ideas of this thesis: capitalism and racism are driven by two methodologies—the treadmill and the mirror. Black bodies have been transformed into commodities since colonial enterprises. These methodologies operate in the production of inferiority through institutions: the first focuses on maintaining Black bodies as the cheapest commodities in the markets, while the second works to reify narratives—some of them religious (Christian)—of their socially and ideologically constructed inferiority. This thesis is simultaneously a narrative and a rhizomatic elaboration on the trajectory and experiments with a Social Research Group (GPS) composed of basic education students—a strategy to combat racism and the effects of capitalism. Thus, this thesis dedicates itself, or rather converges, to the development of the idea that black bodies are counter-commodities. They are produced as powerful works of art, acquire an aura (the frame), circulate, generate spaces for goods and symbolic exchanges, and gain value as images and bodies. This was the strategy for unsettling the capitalist mode of production (while also combating racism), developed through encounters, affections produced and exchanged along the trajectory of Abana, this Black mathematics teacher. Here, rememoration becomes the most significant operation of this counter-market capitalist space—spaces for goods and symbolic exchanges along Abana’s trajectory. It is inspired by a detachment from the imperatives of method and calculation typical of mathematics lessons, which operate through an uncertain tradition. It is a way of honoring Abana’s ancestry—from the small, apneic Black body to the Black mathematics teacher. |
Keywords: | Corpo negro Revememoração Educação antirracista Educação matemática crítica Sala de aula de matemática Black body Rememoration Anti-racist education Critical mathematics education Mathematics classroom |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO |
Language: | por |
Country: | Brasil |
Publisher: | Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) |
Institution Initials: | UFJF |
Department: | Faculdade de Educação |
Program: | Programa de Pós-graduação em Educação |
Access Type: | Acesso Aberto Attribution-NoDerivs 3.0 Brazil |
Creative Commons License: | http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/ |
URI: | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/19267 |
Issue Date: | 17-Feb-2025 |
Appears in Collections: | Doutorado em Educação (Teses) |
This item is licensed under a Creative Commons License