https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/19057
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Type: | Trabalho de Conclusão de Curso |
Title: | Associação entre a exposição a partículas inaláveis (MP10) e hospitalizações por esclerose múltipla no município de São Paulo |
Author: | Alio, Gleicyele Almeida |
First Advisor: | Silva, Fernando de Sá |
Referee Member: | Moreira, Michel Rodrigues |
Referee Member: | Amaro, Bolivar Ralisson |
Resumo: | Introdução: A esclerose múltipla é uma enfermidade neurológica crônica autoimune, caracterizada pela desmielinização da bainha de mielina no sistema nervoso central, com maior incidência em mulheres entre 20 e 40 anos. A poluição por material particulado consiste na presença de partículas no ar e é usada como indicador da poluição atmosférica. A exposição a essas partículas, principalmente as finas, está relacionada à doenças respiratórias e cardiocirculatórias. Estudos indicam que a exposição a material particulado pode contribuir para o início e agravamento da esclerose múltipla, por desencadear processos inflamatórios e desregular o sistema imunológico. Embora a relação entre fatores ambientais e doenças respiratórias e cardiovasculares seja bem estabelecida, pouco se sabe sobre seu impacto em doenças neurodegenerativas e autoimunes. Entender como poluentes, temperatura e umidade influenciam a esclerose múltipla é fundamental para orientar políticas públicas e estratégias preventivas. Objetivo: Identificar a associação entre a exposição a partículas inaláveis, a temperatura, a umidade do ar e a ocorrência de internações por esclerose múltipla no município de São Paulo. Metodologia e Dados: Foram utilizados dados diários de material particulado, umidade relativa e temperatura das estações da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (2016 a 2019). As internações hospitalares foram obtidas no banco de dados do Sistema de Informações Hospitalares do Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde. Utilizou-se o teste de Kruskal-Wallis, seguido pelo teste Post-hoc de Dunn, para identificar diferenças nas médias das categorias analisadas. Foram testados modelos de regressão linear, de Poisson e logística, sendo este último escolhido para avaliar a associação entre categorias ambientais e internações. Resultados: A concentração média de material particulado foi de 28,62 µg/m³, temperatura média de 20,46 °C e umidade relativa média de 75,99%. Houve predominância do sexo feminino (69,72%) e maioria dos pacientes declararam-se brancos (85,86%). Análises temporais mostraram variações significativas na concentração de material particulado e nas internações hospitalares. O teste de Kruskal-Wallis indicou maiores valores de material particulado e internações na sexta-feira e menores no domingo. A regressão logística revelou associação significativa entre exposição imediata ao material particulado e aumento das hospitalizações por esclerose múltipla (lag 0 dias, OR = 1,039, p < 0,001), com um aumento de 47,7% nas chances de internação para cada incremento de 10 µg/m³. Efeitos significativos também foram observados com defasagens de seis, sete e 14 dias. Discussão: Os achados corroboram estudos prévios que identificaram associação entre material particulado e recidiva da doença. Padrões sazonais e outros fatores ambientais também podem contribuir para as internações. Os dados do estudo sugerem que a exposição a poluentes do ar pode desencadear ou agravar a esclerose múltipla, possivelmente por inflamações e respostas imunológicas causadas pela inalação de partículas finas. Conclusão: Esse estudo confirma associação significativa entre a exposição ao material particulado e o aumento das hospitalizações por esclerose múltipla, especialmente em exposições de curto prazo. Destaca-se a importância do monitoramento ambiental e estratégias para minimizar a exposição a poluentes, visando a saúde pública e o manejo clínico da doença. |
Abstract: | Introduction: Multiple sclerosis is a chronic autoimmune neurological disease characterized by the demyelination of the myelin sheath in the central nervous system, with a higher incidence in women between 20 and 40 years of age. Particulate matter pollution refers to the presence of airborne particles and is used as an indicator of air pollution. Exposure to these particles, especially fine particles, is associated with respiratory and cardiovascular diseases. Studies suggest that exposure to particulate matter may contribute to the onset and worsening of multiple sclerosis by triggering inflammatory processes and dysregulating the immune system. While the relationship between environmental factors and respiratory and cardiovascular diseases is well established, little is known about their impact on neurodegenerative and autoimmune diseases. Understanding how pollutants, temperature, and humidity influence multiple sclerosis is crucial for guiding public policies and preventive strategies. Objective: To identify the association between exposure to inhalable particles, temperature, air humidity, and the occurrence of hospitalizations due to multiple sclerosis in the municipality of São Paulo. Methods and Data: Daily data on particulate matter, relative humidity, and temperature were collected from the monitoring stations of the Environmental Company of the State of São Paulo from 2016 to 2019. Hospitalization data were obtained from the Hospital Information System database of the Department of Informatics of the Unified Health System. The Kruskal-Wallis test followed by Dunn’s post-hoc test was used to identify differences in the means of the analyzed categories. Linear, Poisson, and logistic regression models were tested, with the latter chosen to assess the association between environmental variables and hospitalizations. Results: The average concentration of particulate matter was 28.62 µg/m³, with an average temperature of 20.46 °C and average relative humidity of 75.99%. Females predominated (69.72%), and the majority of patients self-identified as white (85.86%). Temporal analyses showed significant variations in particulate matter concentrations and hospitalizations. The Kruskal-Wallis test indicated higher particulate matter values and hospitalizations on Fridays and lower values on Sundays. Logistic regression revealed a significant association between immediate exposure to particulate matter and increased hospitalizations for multiple sclerosis (lag 0 days, OR = 1.039, p < 0.001) with a 47.7% increase in the odds of hospitalization for every 10 µg/m³ increase. Significant effects were also observed at lags of six, seven, and 14 days. Discussion: The findings support previous studies that identified an association between particulate matter and disease relapse. Seasonal patterns and other environmental factors may also contribute to hospitalizations. The study data suggest that exposure to air pollutants may trigger or worsen multiple sclerosis, possibly through inflammation and immune responses caused by inhalation of fine particles. Conclusion: This study confirms a significant association between exposure to particulate matter and increased hospitalizations for multiple sclerosis, especially in short-term exposures. It highlights the importance of environmental monitoring and strategies to minimize exposure to pollutants, aiming to protect public health and improve clinical management of the disease. |
Keywords: | Esclerose múltipla MP10 Poluição do ar Internações hospitalares Multiple sclerosis PM10 Air pollution Hospitalization |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::FARMACIA |
Language: | por |
Country: | Brasil |
Publisher: | Universidade Federal de Juiz de Fora - Campus Avançado de Governador Valadares |
Institution Initials: | UFJF/GV |
Department: | ICV - Instituto de Ciências da Vida |
Access Type: | Acesso Aberto Attribution-ShareAlike 3.0 Brazil |
Creative Commons License: | http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/br/ |
URI: | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/19057 |
Issue Date: | 14-Jul-2025 |
Appears in Collections: | Farmácia - Campus GV |
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