Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/18859
Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
sarahmunckvieira.pdfPDF/A5.19 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir
Tipo: Tese
Título: As ilhas submersas: nós somos as Calibanas!
Autor(es): Vieira, Sarah Munck
Primeiro Orientador: Carrizo, Silvina Liliana
Membro da banca: Ferreira, Júlia Simone
Membro da banca: Gonçalves, Ana Beatriz Rodrigues
Membro da banca: Teixeira, Lívia Maria de Freitas Reis
Membro da banca: Dias, Rafaela Kelsen
Resumo: A presente pesquisa realiza uma análise comparativa das obras Las brujas de la isla del viento (2006), de Elsa López, e Os continentes de dentro (2021), de María Elena Morán. Ambas as autoras, oriundas de contextos geográficos distintos – das Ilhas Canárias, no caso de López, e da Venezuela, no caso de Morán –, utilizam suas obras para refletir sobre o território, a memória e a condição de ser mulher. As narrativas destacam a confluência social, histórica e imaginária entre dois eixos oceânicos, evidenciada tanto pelos lugares de nascimento das autoras quanto por seus deslocamentos geográficos. Ao recriar espaços insulares profundamente marcados por heranças coloniais patriarcais, as obras exploram os impactos psíquicos e sociais sob o ponto de vista das mulheres. Partindo dos pressupostos da História Atlântica, conforme Gilroy (1993), Ramos (2002) e Bailyn (2005), e das análises de Souza e Acruche (2021), a pesquisa destaca as interações culturais, sociais e econômicas no Atlântico e seus impactos na superação do eurocentrismo. Fundamenta-se ainda na ideia de Benítez Rojo da "ilha que se repete" e nos conceitos de transculturação de Ortiz (1940), Césaire (1947,1950), Rama (1982) e Glissant (1981,1990), que denunciam o colonialismo e exaltam a resistência cultural. A perspectiva decolonial é analisada com base em Kusch (1962), Mudimbe (1988) e Quijano (2007), que apontam para a expansão e consolidação da colonialidade europeia em detrimento de identidades indígenas, negras e mestiças. No campo do imaginário, conforme Bachelard (1978) e Le Goff (1985), as obras são compreendidas como criadoras de símbolos, pensamentos e modos coletivos de viver. Em relação à exotização e demonização das mulheres, a tese dialoga com Wynter (1962, 1969), Federici (2004), Tinsley (2010) e Pérez Flores (2020), que ressignificam paisagens caribenhas e atlânticas como espaços de resistência erótica e política. As narrativas de López e Morán ilustram como os espaços ficcionais insulares são reconfigurados como lócus de denúncia e resistência. Sob uma perspectiva feminina insular e considerando os elementos do pensamento decolonial, os projetos literários elaborados por mulheres tornam-se representações das Calibanas, que resistem, ora como ilhas, ora como continentes, mas sempre como expressões de ruptura das estruturas patriarcais.
Abstract: The present research conducts a comparative analysis of the works Las brujas de la isla del viento (2006), by Elsa López, and Os continentes de dentro (2021), by María Elena Morán. Both authors, from distinct geographical contexts—López from the Canary Islands and Morán from Venezuela—use their works to reflect on territory, memory, and being a woman. The narratives highlight the social, historical, and imaginary confluence between two oceanic axes, evidenced by both the authors' places of birth and their geographical displacements. By recreating insular spaces deeply marked by patriarchal colonial legacies, these works explore the psychic and social impacts from the perspective of women. Based on the premises of Atlantic History, as discussed by Gilroy (1993), Ramos (2002), and Bailyn (2005), as well as the analyses of Souza and Acruche (2021), this research emphasizes cultural, social, and economic interactions across the Atlantic and their impact on overcoming Eurocentrism. It is also grounded in Benítez Rojo’s idea of the "repeating island" and the concepts of transculturation developed by Ortiz (1940), Césaire (1947,1950), Rama (1982), and Glissant (1981,1990), which denounce colonialism while celebrating cultural resistance. The decolonial perspective is examined through the works of Kusch (1962), Mudimbe (1988), and Quijano (2007), who address the expansion and consolidation of European coloniality to the detriment of Indigenous, Black, and mestizo identities. In the realm of the imaginary, following Bachelard (1978) and Le Goff (1985), these works are understood as creators of symbols, thoughts, and collective ways of living. Regarding the exotification and demonization of women, this dissertation engages with Wynter (1962, 1969), Federici (2004), Tinsley (2010), and Pérez Flores (2020), who reframe Caribbean and Atlantic landscapes as spaces of erotic and political resistance. The narratives of López and Morán illustrate how insular fictional spaces are reconfigured as sites of denunciation and resistance. Under an insular feminine perspective and in consideration of decolonial thought, the literary projects of these women become representations of the Calibanas, resisting sometimes as islands, as continents, but always as expressions of rupture against patriarchal structures.
Palavras-chave: Literatura insular
História Atlântica
Exotização
Feminismo
Resistência
Insular literature
Atlantic history
Exoticization
Feminism
Resistance
CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Sigla da Instituição: UFJF
Departamento: Faculdade de Letras
Programa: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
Licenças Creative Commons: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
URI: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/18859
Data do documento: 20-Mar-2025
Aparece nas coleções:Doutorado em Letras - Estudos Literários (Teses)



Este item está licenciado sob uma Licença Creative Commons Creative Commons