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Tipo: Dissertação
Título: A saúde é social? representações de profissionais da estratégia de saúde da família no contexto (pós)pandêmico
Autor(es): Santos, William Pereira
Primeiro Orientador: Wenceslau, Leandro David
Co-orientador: Cruz, Danielle Teles da
Membro da banca: Ferla, Alcindo Antônio
Membro da banca: Paiva, Sabrina Pereira
Membro da banca: Nicoli, Maria Augusta
Membro da banca: Silva, Érika Andrade e
Resumo: Desde dezembro de 2019, a crise sanitária causada pela pandemia de COVID-19, iniciada na China, expôs muitas desigualdades sociais e fragilidades nos territórios e nos sistemas de saúde, sobretudo de países do Sul Global. No Brasil, os registros evidenciaram a heterogeneidade nos casos, revelando infectados e mortes entre pessoas de diferentes faixas etárias e lugares, mas com foco maior nos territórios vulnerabilizados e em situações de baixa estrutura dos serviços de saúde ou nos territórios nos quais foram observadas negligências e banalização no enfrentamento à COVID-19. A pandemia desafiou a formulação de estratégias para superar os impactos causados pelo novo coronavírus, seja nos serviços de saúde, nas comunidades, nos ambientes domiciliares ou de trabalho, representando uma ameaça súbita ao fluxo habitual das práticas cotidianas. Esta Dissertação tem como objetivo geral compreender as representações de profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS), que atuaram neste nível de atenção durante a pandemia, sobre a saúde e o adoecimento como fenômenos sociais. Trata-se de um estudo qualitativo, de natureza descritiva e compreensiva, realizado em três Unidades Básicas de Saúde (UBS) de um município de médio porte de Minas Gerais. A população do estudo foi composta por 16 profissionais de saúde vinculados às UBS. O trabalho de campo foi realizado por meio de entrevistas individuais do tipo semiestruturada. As informações obtidas a partir das entrevistas foram analisadas com o uso da técnica de análise temática proposta por Braun e Clarke (2006). Os resultados suscitaram aspectos relacionados a: (I) impacto na saúde física e mental, com relados de ansiedade, depressão, desejo de suicídio e doenças crônicas e transmissíveis; (II) desigualdades sociais, exacerbando a dificuldade de acesso a recursos básicos; (III) mudanças relacionadas aos processos e organização no trabalho para garantir atendimentos e, ao mesmo tempo, segurança; (IV) medidas sanitárias e respostas locais de enfrentamento à crise; (V) vacinação contra a COVID-19; e (VI) consequências na educação e na economia, incluindo desemprego e perda de renda e fechamento de escolas e empresas. A interconexão entre os resultados direciona à compreensão sobre como é difícil separar completamente esses domínios, pois eles interagem e se influenciam mutuamente e provoca a refletir sobre a pandemia a partir de uma perspectiva da prática social. A experiência da pandemia não é apenas uma questão de subjetividade individual, mas envolve as relações e interações entre diferentes atores sociais. Essa abordagem reconceitua a saúde, ampliando a visão além da mera normalidade dos órgãos. Em vez de focar exclusivamente na saúde física e na ausência de condições patológicas, essa perspectiva considera a saúde como um estado de bem-estar integral que inclui aspectos sociais, emocionais e psicológicos. Reconhece-se que fatores sociais, como desigualdades, condições de trabalho e acesso a recursos, têm um impacto significativo na saúde das pessoas.
Abstract: Since December 2019, the health crisis caused by the COVID-19 pandemic, which began in China, has exposed many social inequalities and weaknesses in territories and health systems, especially in countries of the Global South. In Brazil, the records have shown the heterogeneity of cases, revealing infected people and deaths among people of different age groups and places, but with a greater focus on vulnerable territories and situations where health services are poorly structured or in territories where negligence and trivialization have been observed in the fight against COVID-19. The pandemic has challenged the formulation of strategies to overcome the impacts caused by the new coronavirus, whether in health services, communities, home or work environments, representing a sudden threat to the usual flow of everyday practices. The general aim of this dissertation is to understand the representations of Primary Health Care (PHC) professionals, who worked at this level of care during the pandemic, about health and illness as social phenomena. This was a qualitative, descriptive and comprehensive study carried out in three Basic Health Units (BHUs) in a medium-sized municipality in Minas Gerais. The study population consisted of 16 health professionals linked to the UBS. The fieldwork was carried out using individual semi-structured interviews. The information obtained from the interviews was analyzed using the thematic analysis technique proposed by Braun and Clarke (2006). The results revealed aspects related to: (I) the impact on physical and mental health, with reports of anxiety, depression, desire for suicide and chronic and communicable diseases; (II) social inequalities, exacerbating the difficulty of access to basic resources; (III) changes related to work processes and organization to ensure care and safety at the same time; (IV) health measures and local responses to the crisis; (V) vaccination against COVID-19; and (VI) the consequences on education and the economy, including unemployment and loss of income and the closure of schools and businesses. The interconnection between the results leads to an understanding of how difficult it is to completely separate these domains, as they interact and influence each other, and provokes reflection on the pandemic from a social practice perspective. The experience of the pandemic is not just a matter of individual subjectivity, but involves relationships and interactions between different social actors. This approach reconceptualizes health, broadening the view beyond the mere normality of organs. Instead of focusing exclusively on physical health and the absence of pathological conditions, this perspective sees health as a state of integral well-being that includes social, emotional and psychological aspects. It recognizes that social factors such as inequalities, working conditions and access to resources have a significant impact on people's health.
Palavras-chave: Atenção primária à saúde
COVID-19
Desigualdades sociais
Determinação social da saúde
Estratégia de saúde da família
Necropolítica
Primary health care
Social inequalities
Social determination of health
Family health strategy
Necropolitics
CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Sigla da Instituição: UFJF
Departamento: Faculdade de Medicina
Programa: Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
Licenças Creative Commons: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
URI: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/18011
Data do documento: 27-Set-2024
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