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Type: Dissertação
Title: Prevalência de transtornos mentais em profissionais da atenção básica de um município mineiro
Author: Carlos, Elizete Pereira
First Advisor: Ramos, Andréia Aparecida de Miranda
Referee Member: Ribeiro, Bruno Chapadeiro
Referee Member: Gonçalves, Ângela Maria Correa
Resumo: O trabalho em saúde tem sido apontado como atividade ocupacional de significativo estresse. A especificidade do cuidado no trabalho dos serviços de saúde, as exigências da atividade e o não reconhecimento do trabalho, principalmente no setor público, expõem o trabalhador da saúde ao estresse. Os objetivos deste estudo foram conhecer as condições de saúde mental dos profissionais da atenção básica no município de Leopoldina/MG; descrever a ocorrência de transtornos mentais segundo características sociodemográficos, comportamentais e de morbidade e a ocorrência de transtornos mentais segundo características do vínculo ocupacional e condições de trabalho; comparar a ocorrência de transtornos mentais segundo a categoria profissional e a ocorrência de transtornos mentais segundo a região/bairro da Unidade Básica de Saúde. Foi conduzido um estudo epidemiológico, de corte transversal, com 120 trabalhadores das unidades da APS/AB do município de Leopoldina/MG. A coleta dos dados ocorreu no período de 10 de abril a 10 de maio de 2024. Os níveis de suspeição de TMC (transtornos mentais comuns) entre os entrevistados foram considerados como desfecho (variável dependente) e foram obtidos por meio da versão adaptada do Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). As variáveis independentes foram agrupadas em variáveis sociodemográficas, comportamentais, de morbidade e de trabalho. Para a análise dos dados, utilizou-se o pacote estatístico gratuito R versão 4.4.0. Inicialmente, foi realizada uma análise descritiva do desfecho e das exposições, por meio de suas frequências absolutas (n) e relativas (%). Em seguida, foram construídas as variáveis sintéticas oriundas das escalas da SRQ-20, IPQ e JSS. Para verificar as associações entre o desfecho e as exposições, foi realizada uma análise bivariada utilizando o teste de qui-quadrado de Pearson. Em seguida, uma análise multivariada foi conduzida por meio de regressão logística e obtidas as Razões de Chance e seus respectivos intervalos de confiança de 95%. As variáveis foram estudadas considerando 1%, 5% e 10% de significância, dependendo do p-valor calculado. Foi identificada uma prevalência de 39,16% de suspeição de TMC entre os trabalhadores avaliados. Houve predomínio de mulheres 89,16% (n=107); 40% na faixa de 40-50; 54,2% se auto declarou negro ou pardo; 79,2% com renda até quatro salários mínimos; 44% com nível superior. Quanto às características de comportamento e de morbidade, o uso de medicamentos teve uma prevalência de 51,32%; uso de tabaco 33,33%; uso de álcool 36,25%; uso de serviço de saúde 20% e diagnóstico de doença 26,67%. Os dados demonstram tratar-se de uma população com longo tempo na instituição, com predominância de vínculo formal estatutário e predomínio de ausência de outros vínculos de trabalho. As variáveis que apresentaram associação com suspeição de TMC foram dias de caminhada (p-valor 0,031), liberdade de expressão (p-v 0,025), relevância do trabalho (p-valor 0,021), oportunidade de crescimento (p-valor 0,019), equidade de tarefas (p-valor 0,011), uso de medicamentos (p-valor 0,003) e equilíbrio trabalho-família (p-valor 0,000). Concluiu-se que a alta prevalência de suspeição TMC na população estudada e a correlação com as variáveis de trabalho e de morbidade podem produzir consequências, individuais e sociais, reforçando a necessidade de identificação precoce, para orientar intervenções individuais e coletivas.
Abstract: Health work has been pinpointed as an occupational activity that causes significant stress. The specific nature of care in health services, the demands of the work and the lack of recognition, especially in the public sector, expose health workers to stress. The aims of this study were to ascertain the mental health status of primary care professionals in the city of Leopoldina-MG; to describe the incidence of mental disorders according to sociodemographic, behavioural and morbidity characteristics and the incidence of mental disorders according to occupational relationship characteristics and working conditions; to compare the occurrence of mental disorders according to professional category and the incidence of mental disorders according to the region/district of the Primary Health Unit. A cross-sectional epidemiological study was carried out with 120 workers from Primary Health Care units in the city of Leopoldina-MG. Data collection took place from 10 April to 10 May 2024. The levels of suspicion of CMDs (common mental disorders) among the interviewees were considered the outcome (dependent variable) and were obtained using the adapted version of the Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). The independent variables were grouped into sociodemographic, behavioural, morbidity and work variables. The free statistical package R version 4.4.0 was used to analyse the data. Initially, a descriptive analysis of the outcome and exposures was carried out, using their absolute (n) and relative (%) frequencies. The synthetic variables deriving from the SRQ-20, IPQ and JSS scales were then constructed. To check for associations between the outcome and the exposures, a bivariate analysis was performed using Pearson's chi-squared test. A multivariate analysis was then performed by means of logistic regression to obtain the odds ratios and their respective 95% confidence intervals. The variables were studied at 1%, 5% and 10% significance levels, depending on the p-value calculated. A 39.16% prevalence of suspected CMDs was identified among the workers assessed. There was a predominance of women: 89.16% (n=107); 40% in the 40-50 age group; 54.2% declared themselves to be black or brown; 79.2% had an income of up to four minimum wages; 44% had higher education. As for the characteristics of behaviour and morbidity, the use of medication had a prevalence of 51.32%, tobacco use 33.33%, alcohol use 36.25%, use of social networks 39.5%, use of health services 20% and diagnosis of illness 26.67%. The data indicates that this is a population that has been with the company for a long time, with a predominance of formal statutory employment ties and a preponderance of no other employment attachments. The variables associated with suspected CMDs were walking days (p-value 0.031), freedom of expression (p-value 0.025), relevance of work (p-value 0.021), opportunity for growth (p-value 0.019), equity of tasks (p-value 0.011), use of medication (p-value 0.003) and work-family balance (p-value 0.000). It was concluded that the high prevalence of suspected CMDs in the study population and the correlation with work and morbidity variables can have individual and social consequences, reinforcing the need for early identification in order to guide individual and collective interventions.
Keywords: Profissionais de saúde
Atenção Primaria Saúde
Transtornos mentais
Health professionals
Primary health care
Mental disorders
CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE
Language: por
Country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Institution Initials: UFJF
Department: Faculdade de Medicina
Program: Mestrado Profissional em Saúde da Família (Profsaude)
Access Type: Acesso Aberto
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
Creative Commons License: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
URI: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17692
Issue Date: 23-Sep-2024
Appears in Collections:Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAUDE/ MPSF)



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