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Tipo: Artigo de Evento
Título: Contraespaços digitais: o índice fotográfico como movimento de resistência
Autor(es): Frota, Rafael
Silva, Jofre
Organizador(es): Braida, Frederico
Nojima, Vera Lúcia
Coutinho, Taís de Souza Alves
Campos, Fernanda de Façanha e
Ferreira, Isabela de Mattos
Resumo: Michel Foucault (2013) define heterotopia como uma espécie de contraespaço — um lugar absolutamente diferente, que não só se opõe a todos os outros, mas que também tem por objetivo neutralizá-los ou purificá-los. Eles podem tanto ser reais, como os cemitérios, os asilos e as casas de prostituição, quanto ilusórios, como os espaços virtuais criados pela reflexão de um espelho, por uma conversa ao telefone ou, sobremodo, pela internet. A recente pandemia de COVID-19 mostrou mais uma vez ao mundo a capacidade que os indivíduos têm de construir heterotopias que os possibilitam existir. E dessa vez, a internet foi o sustentáculo desses movimentos de resistência. A fotografia on-line, realizada a distância por meio da internet, é um claro exemplo dessas heterotopias: um índice de contraespaços que tornou possível a criação de experiências visuais outras, mesmo em meio a uma rigorosa imposição de distanciamento social. É importante que se destaque que o uso da internet para esse fim não nasceu em meio à pandemia, mas foi ela que o legitimou. Dificilmente a fotografia on-line conseguiria esse feito se não fosse por um desastre em escala global que impediu a sociedade de conviver da maneira habitual. Sendo assim, fotógrafos e modelos conseguiram transformar essa modalidade em um nicho especializado. Entretanto, seria ainda hoje justificada a existência da fotografia on-line? Ela foi apenas um exercício de criação em tempos de pandemia ou é, de fato, uma nova modalidade que veio para ficar? Seja qual for a resposta, um fato é certo: novos e importantes pontos de vista foram trazidos para o debate sobre a semiótica da fotografia, tanto a peirceana quanto a noção de studium de Barthes (2018), por exemplo.O presente trabalho aborda signos visuais como movimentos de resistência do corpo e do espaço a partir das possibilidades técnicas, estéticas, poéticas e conceituais da fotografia on-line. Para isso, foram desenvolvidos ensaios fotográficos a partir de sessões de videochamada. Capturadas por meio do processo de refotografia, as imagens foram trabalhadas de modo a buscar nas limitações de recursos do meio, tais como baixa definição, moiré, aberrações cromáticas e alta granulação, sua possível identidade plástica. Em conjunto com a imposição de efeitos de múltiplas exposições, baixas velocidades de captura e colorização por inteligência artificial, essas imagens, tal como um caleidoscópio, provocam uma sucessão de efeitos visuais que remetem ao movimento, à mudança constante e à beleza criada pela combinação de elementos singulares. Assim também são nossos processos de subjetivação no momento da interpretação da imagem: cada giro traz novos sentidos e experiências estéticas.
Abstract: -
Palavras-chave: Design
Fotografia
Contraespaços
Índice
Studium
CNPq: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::COMUNICACAO
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Sigla da Instituição: UFJF
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
Attribution-ShareAlike 3.0 Brazil
Licenças Creative Commons: http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/br/
URI: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16876
Data do documento: 23-Out-2023
Aparece nas coleções:4º Encontro de Semiótica do Projeto



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