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Clase: Dissertação
Título : As leis da loucura: uma análise foucaultiana do discurso legal sobre o louco
Autor(es): Müller, Alice Silva
Orientador: El-Jaick, Ana Paula Grillo
Miembros Examinadores: Rocha, Carol Martins da
Miembros Examinadores: Medeiros, Vanise Gomes de
Resumo: A presente pesquisa, baseada nos estudos de Foucault, tem como objeto de análise os discursos jurídicos sobre o louco e a loucura no período da Contrarreforma Psiquiátrica Brasileira. Temos como objetivo (1) discutir as relações de saber e poder que possibilitaram a emergência de continuidades e descontinuidades no período da Contrarreforma Psiquiátrica; (2) analisar os dispositivos de controle dos corpos loucos nesse momento histórico; (3) identificar as designações do louco a partir de diferentes formações discursivas. A partir dos estudos de Foucault (2018 [1978], 2008 [1969], 2006 [1971]), é possível perceber uma relação entre discurso, verdade, poder e direito. Foucault afirma que o discurso não é algo linear ou progressivo, mas são “[...] práticas descontínuas, que se cruzam por vezes, mas também se ignoram ou se excluem” (FOUCAULT, 2006 [1971], p. 52-53). Portanto, não há que se falar em alguma linha de evolução discursiva; o que há são irrupções. Segundo o autor, a verdade está diretamente ligada aos sistemas de poder que a produzem. Em toda sociedade, há uma disputa pelo controle e pela autoridade sobre o que é aceito como verdadeiro, ou seja, há uma luta pelo discurso que se inscreverá no lugar do verdadeiro e pelo papel econômico-político que este desempenhará (FOUCAULT, 2018 [1978]). Essa luta pelo discurso verdadeiro não é diferente no campo jurídico. Mais: para o filósofo, foi a partir das práticas judiciárias que nasceram os modelos de verdade que circulam em nossa sociedade e valem não somente no domínio da política, do comportamento cotidiano, mas também na ordem da ciência (FOUCAULT, (2002 [1973]). Nesse sentido, muitas vezes as leis, na forma do direito, são imputadas à existência humana como se não houvesse ou não pudesse haver outro estado possível (BENAYON, 2019). Nesta pesquisa investigamos continuidades e descontinuidades discursivas produzidas sobre o louco em documentos jurídicos no período da Contrarreforma Psiquiátrica Brasileira. Antes desse período tínhamos discursos como o da Reforma Psiquiátrica e da Luta Antimanicomial, que pediam melhores condições para as pessoas em sofrimento psíquico e o fim do manicômio. No entanto, começam a surgir discursos jurídicos que vão contra essas propostas. Discursos que indicam a Eletroconvulsoterapia (ECT), que recomendam o aumento do número de leitos em hospitais psiquiátricos e que permitem a internação compulsória. Ao mesmo tempo que os discursos da chamada Contrarreforma Psiquiátrica vão contra os discursos da Reforma Psiquiátrica e da Luta Antimanicomial, eles retomam memórias discursivas anteriores, como do Alienismo, da Teoria da Degeneração e, até mesmo, discursos que circulavam na Idade Média, o que nos levou a distinguir duas grandes formações discursivas (FD): a FD antimanicomial e a FD contrarreformista. A partir da análise de nosso arquivo de documentos jurídicos, conseguimos identificar, na FD contrarreformista, regularidades discursivas, como: o desejo de controle dos corpos (seja com internação ou ECT), a aposta no “novo” como “tratamento” e as mudanças nas formas de designar o louco, o que evidenciou tanto uma descontinuidade quanto uma continuidade discursiva em nossa breve genealogia da loucura no Brasil contemporâneo.
Resumen : Esta investigación, basada en los estudios de Foucault, analiza los discursos jurídicos sobre el loco y la locura en el período de la Contrarreforma Psiquiátrica brasileña. Tenemos como objetivo (1) discutir las relaciones de saber y poder que posibilitaron la emergencia de continuidades y discontinuidades en el período de la Contrarreforma Psiquiátrica brasileña; (2) analizar los dispositivos utilizados para el control de los cuerpos locos en ese momento histórico; (3) identificar las designaciones de los locos a partir de distintas formaciones discursivas. A partir de los estudios de Foucault (2018 [1978], 2008 [1969], 2006 [1971]), es posible ver una relación entre discurso, verdad, poder y ley. Foucault afirma que el discurso no es algo lineal o progresivo, sino "[...] prácticas discontinuas, que a veces se cruzan, pero también se ignoran o se excluyen mutuamente" (FOUCAULT, 2006 [1971], p. 52-53, traducción nuestra). Por lo tanto, no es posible hablar de ninguna línea de evolución discursiva; lo que hay son irrupciones. Según el autor, la verdad está directamente relacionada con los sistemas de poder que la producen. En toda sociedad hay una lucha por el control y la autoridad sobre lo que se acepta como verdadero, es decir, hay una lucha por el discurso que ocupará el lugar de lo verdadero y por el papel económico-político que desempeñará (FOUCAULT, 2018 [1978]). Esta lucha por el discurso verdadero no es diferente en el ámbito jurídico. Es más, para el filósofo, fue a partir de las prácticas judiciales que nacieron los modelos de verdad que circulan en nuestra sociedad y que son válidos no sólo en el ámbito de la política y del comportamiento cotidiano, sino también en el orden de la ciencia (FOUCAULT, 2002 [1973]). En este sentido, las leyes, en forma de derecho, son a menudo imputadas a la existencia humana como si no hubiera o no pudiera haber otro estado posible (BENAYON, 2019). En esta investigación, investigamos las continuidades y discontinuidades discursivas producidas sobre el loco en documentos legales durante el período de la Contrarreforma Psiquiátrica Brasileña. Antes de este período, teníamos discursos como la Reforma Psiquiátrica brasileña y la Luta Antimanicomial, que pedían mejores condiciones para las personas que están en sufrimiento psíquico y el fin del manicomio. Sin embargo, empezaron a surgir discursos jurídicos que iban en contra de estas propuestas. Discursos que indicaban la terapia electroconvulsiva (TEC), recomendaban aumentar el número de camas en los hospitales psiquiátricos y permitían la internación compulsiva. Al mismo tiempo que los discursos de la llamada Contrarreforma Psiquiátrica brasileña van en contra de los discursos de la Reforma Psiquiátrica brasileña y de la Luta Antimaicomial, retoman memorias discursivas anteriores, como el Alienismo, la Teoría de la Degeneración e incluso discursos que circularon en la Edad Media, lo que nos llevó a distinguir dos grandes formaciones discursivas (DF): la DF Antimaicomial y la DF Contrarreformista. Mediante el análisis de nuestro archivo de documentos legales, pudimos identificar regularidades discursivas en la FD contrarreformista, tales como: el deseo del control de los cuerpos (ya sea a través de la internación o de la TEC), la apuesta por lo "nuevo" como "tratamiento" y los cambios en las formas de designar al loco, que mostraron tanto una discontinuidad como una continuidad discursiva en nuestra breve genealogía de la locura en el Brasil contemporáneo.
Palabras clave : Análise foucaultiana do discurso
Michel Foucault
Contrarreforma psiquiátrica brasileira
Discurso jurídico
Análisis del discurso foucaultiano
Contrarreforma psiquiátrica brasileña
Discurso jurídico
CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA
Idioma: por
País: Brasil
Editorial : Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Sigla de la Instituición: UFJF
Departamento: Faculdade de Letras
Programa: Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
Clase de Acesso: Acesso Aberto
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
Licenças Creative Commons: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
URI : https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16815
Fecha de publicación : 27-mar-2024
Aparece en las colecciones: Mestrado em Linguística (Dissertações)



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