https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15441
Fichero | Descripción | Tamaño | Formato | |
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carolinacerqueiracorrea.pdf | 11.8 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Clase: | Tese |
Título : | [Redemoinho uma tradi(c)ção-Exu na] história da arte brasileira |
Autor(es): | Corrêa, Carolina Cerqueira |
Orientador: | Zago, Renata Cristina de Oliveira Maia |
Co-orientador: | Bettocchi, Eliane |
Miembros Examinadores: | Carvalho, Fabrício |
Miembros Examinadores: | Carvalho, Francione Oliveira |
Miembros Examinadores: | Flores, Guilherme Gontijo |
Miembros Examinadores: | Capilé, André |
Resumo: | A tese é composta por dois eixos principais de investigação que procuram responder às questões: qual o papel das artes visuais na construção de identidades e na representação das relações raciais no Brasil? Como entender e significar as lacunas históricas, que produziram e ainda produzem relações hierárquicas baseadas na cor da pele, por meio da arte? Como escrever sobre o passado e ancestralidade africana em uma narrativa de arte afrocêntrica? O primeiro eixo é a tradução-Exu, elaborada pelos professores André Capilé e Guilherme Gontijo. A tradução-Exu consiste em um modo de interpretação aplicado ao longo da obra como uma leitura afrocentrada da história da arte no Brasil. É uma tradução do colonial para o decolonial. A tese propõe uma análise de pinturas, litografias, aquarelas produzidas entre século XIX e início do século XX, criadas em sua maioria por viajantes europeus, como JeanBaptiste Debret, Johann Rugendas e Carlos Julião, contrastando suas produções com obras contemporâneas criadas por artistas afro-brasileiros, como Clebson Francisco, Gê Viana, Tassila Custodes entre outros. É um contraponto entre uma leitura eurocêntrica/colonial do mundo com uma leitura Exu/decolonial do mundo. Exu é a divindade iorubana, com múltiplas formas ao redor do continente africano e americano, que guarda as encruzilhadas. Sua episteme simboliza encontros, transições e passagens em múltiplas possibilidades de cruzamentos, o que oferece uma oportunidade de escapar do discurso em dualismos ocidentais que repetidamente prescreve oposições, por exemplo, como masculino/feminino, civilizado/primitivo, branco/preto, como forma de compreender o mundo a nossa volta. Como diz o oríkì: “Exu matou o pássaro hoje com a pedra que atirou ontem.” O segundo eixo é o uso da linguagem. As línguas dos diversos povos da África que foram trazidos para o Brasil se misturaram com outras diversas línguas e dialetos no território brasileiro, e os colonizadores introduziram a língua portuguesa a toda a colônia. No entanto, apesar do domínio implacável da língua portuguesa, as línguas africanas não desapareceram completamente, mantendo sua existência e influência através do próprio português. Segundo Lélia Gonzalez, o Brasil é africanizado e o “pretuguês” é a crioulização da língua, ou seja, a mistura da língua do colonizador com várias línguas de grupos dominados, com destaque para os diferentes povos africanos que compõem o população brasileira. Além disso, o processo de escrita inclui também estudar e experimentar, como postula o pesquisador Henry Louis Gates Jr., com o primo de Esu-Elegbara, o Signifyin’ Monkey, e sua afroretórica americana. Como disse certa vez a professora Geri Augusto: “a linguagem não pode nos separar”. Esta tese é um trabalho decolonial da História da Arte Brasileira escrita por meio da poesia e da tradução. |
Resumen : | This Ph.D. dissertation consists of two main points of investigation that seeks to answer the questions: what is the role of visual arts in the construction of identities and the representation of racial relations? How can I understand and signify the historical gaps, that have produced and still produce hierarchical relationships based on skin colour, through art? How can I write about the past and ancestry in an Afrocentric narrative of art? The first point is the Èṣù-Translation, created by professors André Capilé and Guilherme Gontijo. Èṣù-Translation consists of a mode of interpretation applied throughout the work as an Afrocentered reading of the history of art in Brazil. It is a translation from colonial to decolonial. I proposed an analysis of paintings, lithography, watercolours produced in the 19th and early 20th century, created mostly by European travelers, such as Jean-Baptiste Debret, Johann Rugendas, and Carlos Julião, contrasting their work with contemporary artworks created by AfricanBrazilian artists, such as Clebson Francisco, Gê Viana, Tassila Custodes, among others. It is a counterpoint between a Eurocentric/colonial reading of the world with an Èṣù/decolonial reading of the world. As the popular oríkì says: “Èṣù killed the bird today with the stone he threw yesterday.” Èṣù is the Yoruban deity, with their multiple forms around the African and the American continent, that guards the crossroads. Their episteme symbolizes encounters, transitions, and passages in multiple crossing possibilities, which offers an opportunity to escape the Western discourse of dualisms that repeatedly prescribes oppositions such as masculine/feminine, civilized/primitive, white/coloured, as a way to understand the world around us. The second point is the use of language. The languages of the different peoples from Africa that were kidnapped to Brazil did not escape dismantling. In addition to destroying the main instrument of human, social and cultural communication, the colonizers imposed the Portuguese language on the entire colony. However, despite the ruthless command of the Portuguese language, the African languages did not disappear completely, maintaining their existence and influence through Portuguese itself. According to Lélia Gonzalez, Brazil is Africanized and “Pretuguês” (black Portuguese) is the creolization of the language, that is, the mixture of the colonizer's language with several languages of dominated groups, with emphasis on the different African peoples that make up the Brazilian population. “Pretuguês” is the orality that allowed the persistence of history through spoken language. It is the attempt to remove from oblivion the expressions and the manifestations of the diversity that should compose the Brazilian totality. In addition, to write in “Pretuguês”, reclaiming the knowledge present in the oral tradition, the writing process includes also studying and experimenting with, as Gates Jr. posits, the cousin of Esu-Elegbara, the Signifyin’ Monkey, and its Afro-American rhetorical strategy. As professor Geri Augusto once said: “language cannot separate us.” The dissertation is a decolonial work of rethinking Brazilian Art History through poetry and translation. |
Palabras clave : | História da arte Brasil Tradução Exu Decolonial Art history Brazil Èṣù Translation Decolonial |
CNPq: | CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::ARTES |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editorial : | Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) |
Sigla de la Instituición: | UFJF |
Departamento: | IAD – Instituto de Artes e Design |
Programa: | Programa de Pós-graduação em Artes |
Clase de Acesso: | Acesso Aberto Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil |
Licenças Creative Commons: | http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ |
URI : | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15441 |
Fecha de publicación : | 24-mar-2023 |
Aparece en las colecciones: | Doutorado em Artes, Culturas e Linguagens (Teses) |
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