https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13569
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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fabianagabriel.pdf | PDF/A | 1.07 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Tipo: | Dissertação |
Título: | A construção do ser educadora no contexto da EJA em espaços de privação de liberdade |
Autor(es): | Gabriel, Fabiana |
Primeiro Orientador: | Cassab, Mariana |
Membro da banca: | Marques, Luciana Pacheco |
Membro da banca: | Rodrigues, Fabiana de Moura Maia |
Resumo: | A Educação de Jovens e Adultos em espaços de privação de liberdade é um campo de estudos que tem se consolidado entre as pesquisas educacionais no país. Todavia, esta temática ainda é silenciada nos cursos de licenciatura, que dedicam grande parte do tempo ao trabalho com conteúdos disciplinares e suas metodologias de ensino. De modo geral, a Educação de Jovens e Adultos aparece de maneira pontual nos currículos dos cursos de formação, visto que nas poucas oportunidades de debate sobre os educandos, o foco está nas crianças e em seus processos de aprendizagem. Assim, grande parte das educadoras chegam às escolas inseridas nas Unidades Prisionais sem nenhum tipo de discussão ou contato com a educação escolar desenvolvida nos espaços de privação. Diante do ineditismo da escola na prisão, que em nada se assemelha às suas experiências escolares anteriores, como educanda e/ou professora, e da falta de preparo nos cursos de licenciatura, as docentes se veem diante do desafio de forjar a experiência profissional neste espaço. Desta forma, o objetivo deste estudo é compreender como se dá o processo de construção do ser educadora no contexto da Educação de Jovens e Adultos em um espaço de privação de liberdade. O diálogo entre o pensamento freiriano e os autores do campo da Educação de Jovens e Adultos em espaços de privação e restrição de liberdade, como Elionaldo Fernandes Julião e Elenice Maria C. Onofre, suleia a perspectiva teórica da pesquisa. O trabalho que se configura como uma pesquisa qualitativa, se valeu de entrevistas narrativas como instrumento para a produção de dados. Foram realizadas quatro entrevistas temáticas com cada uma das três educadoras que foram sujeitas na pesquisa por possuírem experiência profissional na escola da Penitenciária Ariosvaldo de Campos Pires, em Juiz de Fora. Quatro categorias foram elencadas para o trabalho de análise dos dados produzidos a partir das entrevistas, a saber: (i). medo; (ii). leitura do educando enquanto sujeito oprimido; (iii). dialogicidade; (iv). educação libertadora. Educar o medo, os limites impostos pela dinâmica interna da prisão, a escassez de recursos didáticos, a estrutura física do espaço e a difícil relação entre escola e equipe de segurança, são alguns dos desafios que as professoras enfrentam para se constituírem educadoras no contexto de privação. Apesar dos desafios e das contradições impostas pelo sistema prisional, as educadoras acreditam que o diálogo pauta o trabalho educativo na escola, assim, a escuta e a atenção aos educandos são apontadas como elementos considerados na construção de suas práticas educativas. A experiência docente no espaço de privação atravessa não só a vida profissional das educadoras, que hoje se sentem mais atentas e disponíveis para ouvir e considerar os anseios dos educandos, como também as suas subjetividades. A concepção do que é ser professora é afetada pela docência no cárcere. Ser educadora no contexto de privação, exige que em alguma medida, elas desempenhem o papel de psicólogas, conselheiras, ouvintes, e até assistentes sociais, exigência que prescinde da crença na humanidade e em sua vocação a ser mais. |
Abstract: | The Youth and Adult Education in incarceration spaces is a study field that has been consolidated among the educational researches in Brazil. However, this theme is still silenced in undergraduate courses, that dedicates large part of time to work with disciplinary content and their teaching methodology. In general, the youth and adult education appear punctually in the curriculum of the undergraduate courses, since in the few opportunities for debate about students, the focus is on children and their learning processes. So, great part of educators arrives at schools in the Prison Units without any kind of discussion or contact with the scholar education developed in incarceration spaces. Faced with the unprecedented nature of the school in prison, which is not similar to their previous school experiences, as a student and/or teacher, and the lack of preparation in undergraduate courses, teachers are faced with the challenge of forging professional experience in this space. In this way, the aim of this study is to understand how the process of being an educator takes place in the context of Youth and Adult Education in an incarceration spaces. The dialogue among the freiriano thought with the authors of the field of the Youth and Adult Education in incarceration spaces, such as Elionaldo Fernandes Julião e Elenice Maria C. Onofre, directs the theoretical perspective of this research. The work that is configured as a qualitative research is based on narrative interviews as instrument for the data production. Four thematic interviews were realized, with each of three educators that have professional experience in the school of Penitenciária Ariosvaldo de Campos Pires, in Juiz de Fora. Four categories were listed for the work of analyzing the produced data by the interviews, they are: (i). fear; (ii). comprehension of the student as an oppressed subject; (iii). dialogicity; (iv). liberating education. Educates the fear, the imposed limits for the prison dynamic, the shortage of teaching resources, the physical structure of the space and the difficult relation between school and the security team, are some of the challenges that teachers face to become educators in the context of incarceration. Despite the challenges and the contradictions imposed by the prison system, the educators believe that the dialogue guides educational work at school, thus, the listening and attention to students are pointed as elements considered in the construction of their educational practices. The experience of teaching in incarceration spaces crosses, not only the professional life of the educators, who now fell more attentive to listen and consider the wishes of the students, as well their subjectivities. The conception of what it means to be a teacher is affected by teaching in prison. Being educator in the incarceration context, requires that in some extent, they play the role of psychologists, counselors, listeners, and even social workers, a requirement that needs the belief in humanity and their vocation to be more. |
Palavras-chave: | Educação de jovens e adultos Educação em espaços de privação de liberdade Narrativas docentes Experiência docente na EJA em EPRL Youth and adult education Education in incarceration spaces Teaching narratives Teaching experience EJA in EPRL |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) |
Sigla da Instituição: | UFJF |
Departamento: | Faculdade de Educação |
Programa: | Programa de Pós-graduação em Educação |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil |
Licenças Creative Commons: | http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ |
DOI: | https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00264 |
URI: | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13569 |
Data do documento: | 15-Jun-2021 |
Aparece nas coleções: | Mestrado em Educação (Dissertações) |
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